68. eu te amo

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— estaciona rápido caralho - apresso ela

— relaxa porra, falta dez minutos ainda - ela fala enquanto se concentra em achar uma vaga

— POR ISSO MESMO, VAI RÁPIDO PORRA - começo a ficar desesperada

ela estaciona o carro na única vaga livre daquele estacionamento. assim que ela para o carro, eu desço de uma vez, sem pegar nada.

não tava nem aí, não tinha tempo pra me preocupar com as coisas

entro no aeroporto correndo e vou a procura do amor de minha vida.

finalmente, chego naquela área de espera, onde tem um monte de painel.

passo o olho naquela TV procurando o de Belo Horizonte, mas quando quando eu vejo que já tava embarcado, sinto meu corpo estremecer todo.

sento no chão, e começo a chorar desesperadamente. não gosto de mostrar para as pessoas que eu estou triste, mas hoje foi de fuder, não tô conseguindo me controlar.

agora o que me resta é superar...

— loira? - escuto a voz de um homem me chamar

aí calica, que clichê

me viro, e vejo que era ele, porra véi, nem tudo tava perdido.

me levanto rapidamente, e me jogo em seus braços, o abraçando o mais forte que podia. só queria que esse abraço não tivesse fim.

— loira? tá tudo bem?

— porra bak - me separo - aos 45 do segundo tempo, eu percebi que eu quero ficar com você. foda-se o que os outros vão pensar, eu preciso fazer o que eu quero pra mim, que é ficar com você - não consigo parar de chorar - mas se você não quiser ficar comigo, tudo bem, eu entendo, eu fiz cu doce de mais e você, se pá é o cara mais golpe do rio - seco minhas lágrimas

— tá doida loira? é claro que eu quero ficar com você porra - ele põem aos mãos no meu rosto - quero ficar com você pra sempre, até os últimos dias da minha vida, loira

— a que bom - suspiro aliviada - não ia suportar o cara que eu amo não querer ficar comigo, isso nunca me ocorreu sabe?

— perai, o que você disse? - pergunta confuso

— que isso nunca me ocorreu? é por que eu sou muito gostosa sabe aí... - bak me interrompe

— não, antes disso...

— que eu te amo? poisé, eu te amo, e demorei pra perceber isso, mas agora da vontade de gritar pra todo mundo saber, amo você, gosto tanto de você, da pontinha do pé, até a ponta do nariz - canto só pra ele e toco seu nariz na hora "até a ponta do nariz"

— eu te amo loira, e pra caralho também - ele olha nos fundos dos meus olhos e minhas pernas ficam trêmulas

— é essa hora que a gente se beija e fica tudo bem entre a gente?

ele só dá um sorrisinho de lado e me puxa para um beijo. envolvo meus braços em volta do seu pescoço, e beijo ele com vontade. cara, como eu amo esse muleke.

— gente, sério muito lindo - Babi chega batendo palmas e a gente se separa - tava alí do fundo vendo e confesso que tô chorando um pouquinho - limpa a lágrima - mas não sai da minha cabeça, por que caralhos você tá aqui até agora bak? - põem a mão na cintura - foi maluco o suficiente e desistiu da UFMG? - olho com uma cara de poucos amigos pra ele

não acredito que ele fez isso

— na verdade, meu vôo é só na outra segunda. eu confundi as datas e só percebi quando tava quase embarcando

— ufa - suspiro aliviada - é o destino falando que a gente tem que ficar juntos.

— em toda minha vida que eu te conheço, você nunca disse algo tão clichê assim pra mim

— acostuma não - do um sorrisinho bobo

— okay gente, muito fofo vocês dois, mas podemos ir embora? tá um calor do caralho, e voltan, você tá horrível nesse pijama - Babi fala já impaciente

— ae, não foi uma boa ideia vir de pijama, vão bora logo

logo você // baktanOnde histórias criam vida. Descubra agora