66. três palavras, sete letras

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(domingo)

•voltan•

da pra contar nos dedos quantas vezes eu levantei da cama essa semana. só levantei pra pegar comida, e para ir no banheiro.

ta foda superar o bak, mas que bom que ele vai embora, e eu vou começar a faculdade. assim eu vou ficar com muitas coisas em mente, e também não vai correr o risco de eu lembrar dele, porquê não vou vê-lo.

só tenho que sobreviver a hoje, e tá tudo certo.

Victor vai fazer uma resenha aqui com uns amigos antigos de despedida pro bak, e óbvio que o bak vai vir.

eu achei muito estranho ele não querer ir em uma balada ou algo assim, mas okay né, não sei o que passa na cabeça fraca do jagunço do meu irmão.

não vou descer lá, o Victor falou pra mim descer,mas eu não quero me encontrar com o bak. vou ficar vendo séries aleatórios que aparece para mim.

[...]

— loira sério, vamo conversar, por favor - ele junta as mãos implorando

— não temos nada pra conversar gabriel - tento fechar a porta, mas ele impede

— só me explica por que você não quer ficar comigo, só isso

— você tá bêbado bak, não vai adiantar te explicar nada, você não vai entender

— 5 minutos, por favor - lágrimas caem em seu rosto

— porra bak, é confuso caralho! - falo num tom mais alto

— eu sei que eu fui um idiota com você loira, mas eu já disse, eu tava sendo controlado! - fala desesperado - mas agora eu mudei loira, nem tô mais usando drogas, só pra você voltar comigo

— você não devia parar por mim, e sim por você - olho em seus olhos

— eu tô nem aí pra mim, eu só quero você de volta loira - ele coloca a sua mão em meu rosto, e nossos olhares se conectam

esse olhar cara... sempre acaba comigo

me afasto o mais rápido possível, pra isso não virar outra coisa. sento na minha cama, e ele logo entra no meu quarto encostando a porta.

— deu pra ver no seu olhar que você ainda me quer loira - ele vai chegando mais perto - você sempre foi assim, mentia pra si mesma, pra não ferir seu ego.

— para de falar merda, eu não vou voltar com você, porquê você foi um Idiota comigo - minto

era totalmente verdade, eu sempre fui assim, e nunca consegui mudar. eu quero muito jogar o bak na minha cama agora e tirar a roupa dele, mas se eu fizer isso agora, eu vou tá perdoando ele, e se eu perdoar ele, eu vou ser conhecida como quem perdoou o cara que fudeu a vida dela, igual nas novelas, e eu não quero isso.

— porra loira, para de mentir! - fala num tom mais alto - você quer tanto quanto eu, tirar minha roupa e transar comigo, eu te conheço loira, conheço seu olhar.

não mentiu

— cara, você só fala merda, papo reto - dou um sorriso e nego com a cabeça

— é sério loira, eu tentei de tudo pra te ter de volta, mas você é muito egoísta, devia pensar mais nós sentimentos das pessoas - vai em direção a porta

— sério que você tá falando isso pra mim? - me levanto - porra bak, você não pensou nos meus sentimentos quando espalhou pra geral, que eu era puta - aponto o dedo pra ele

— EU JA DISSE, ERA AS DROGAS - arranca pra cima de mim

ele vem avançando pra cima de mim, achei que ia me bater. fiquei com medo mais não dei um passo e fiquei com cara de bandida.

quando ele chegou muito perto, ele parou, como se sua raiva tivesse sumindo. só que ele foi chegando cada vez mais perto e mais perto, até nossos narizes ficaram colocados e nossos olhares se encontrarem.

não consegui sair dali, não queria, até que fui surpreendida com um beijo. um beijo doce e calmo, perfeito pra acabar com minha postura. toda a raiva que eu tinha do bak, simplesmente sumiu, mas eu não podia fazer isso comigo mesmo, então parei o beijo

— bak, vai embora - sussuro contra sua boca

ele sem falar um "a", se afasta e vai em direção a porta, parecia mais calmo. mas quando chega na porta, a exita de abri-la

— loira - ele se vira - eu... - exita em falar

meus olhos brilhavam, sera que ele ia falar aquelas três palavras? porra, se ele falar, eu sou completamente dele, eu volto com ele agora, tô muito sensível, melhor não falar. mas fala, fala aquelas 3 palavras e sete letras que eu sou sua.

—...eu posso dormir aqui? tô muito bêbado pra voltar dirigindo

iludidah

— aqui no quarto?

— é... prometo não fazer nada de mais

— melhor não, vou te dar uma coberta, aí você dorme no sofá

— okay - fica triste

— pode ir indo, eu levo pra você - do um sorrisinho fraco

por um momento, eu achei realmente que ele ia falar aquelas palavras, mas eu sabia que ele não falaria, mas uma parte de mim acreditou que o bak realmente tinha mudado. qual é, quer enganar quem. Gabriel Lessa não namora, todo mundo sabe disso.

realmente acredito que ele possa ter gostado de mim, porém foi só o calor do momento, e deve tá me querendo de volta pra se sentir apaixonado de novo. puro Gabriel Lessa fazer isso.

[...]

— aqui está bak - o entrego o cobertor

— obrigada loira - ele pega da minha mão

— boa noite - me viro, mas ele me puxa pelo braço, fazendo com que eu fique em cima dele

— o que é isso bak? - dou um sorrisinho lembrando da última vez que isso aconteceu

— tô com frio, assim tá quentinho - ele afunda a cabeça no meu pescoço

— melhor eu ir dormir bak, é sério

— tá, mas quero um beijinho - dou outro sorriso e revirou os olhos

— melhor não, boa noite - saio de cima dele

— era a parte que você me dava um beijo - me olha triste

— é, eu me lembro, mas aprendi a sair - sem esperar a resposta dele, subo pro meu quarto.

[...]

caio na cama assim que chego no meu quarto, afundo a cara no travesseiro e dou um sorrisinho, ao lembrar da cena de meses atrás.

logo você // baktanOnde histórias criam vida. Descubra agora