4° - Promises

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Justin Bieber — 18 anos.

Eu pisco atordoado quando ouço suas palavras. Por um momento, minha garganta seca e fico sem reação. Maya olha para o chão como se estivesse envergonhada.

— Por quê? — é tudo o que consigo formular. Por que ela precisa cursar uma faculdade do outro lado do país? Nós temos uma faculdade bem aqui!

— Eu quero conhecer o mundo, Justin. — murmura. — Quero sair dessa pequena bolha onde vivemos e ver como são as coisas em lugares diferentes.

Por um lado, entendo sua visão das coisas. A cidade em que moramos é pequena, e a maioria dos jovens quando tornam-se adultos decidem saírem daqui. Mas isso nunca foi algo que Maya me disse. Nunca.

— Maya... — suspiro bagunçando meus cabelos. — Isso é tão ferrado! Não estamos falando de meia hora de distância. São horas! E por quanto tempo? Três anos?

— Quatro... — revela. Me sento na beirada da minha cama sem saber o que lhe dizer.

Como posso falar que não quero isso? Como posso dizer que estar longe dela é como uma faca cravada no meu coração? Como posso magoá-la desse jeito, e o mais importante, que tipo de pessoa eu seria se impedisse-a de realizar seus sonhos? Não é isso o que devemos fazer, apoiar quem amamos?

— Eu vou sentir sua falta. — murmuro. — Eu vou sentir sua falta pra caralho!

— Vai dar tudo certo, baby. — se aconchega no meu colo. — Eu vou te ligar todos os dias enquanto estiver longe. Será como se eu nunca tivesse partido.

— Você promete? — deito minha cabeça em seu peito. Fecho os meus olhos sentindo seu cafuné.

— Eu prometo. — sei que ela está sorrindo. — Você não vai me esquecer, certo?
Rio baixo com sua pergunta estúpida.

— Como se eu fosse capaz disso. — respondo sincero.

Aperto Maya contra mim e ela deixa sua cabeça sobre a minha. A parte egoísta dentro de mim quer trancá-la no meu quarto e não deixá-la sair nunca mais. Quero acordar todos os dias da minha vida ao seu lado e lembrá-la o quanto é amada. Não sei como será a vida escutando apenas sua voz.

— Eu poderia te pedir para ir comigo... — começa. — Mas sabemos que isso não acontecerá.

Não digo nada, pois é verdade. Na mesma intensidade que eu a amo, também amo o lugar onde nasci e fui criado. Não posso abandonar meus planos. Ir para a faculdade local, me tornar um professor, quem sabe, e cuidar dos meus pais.

— O que acontecerá se você não quiser voltar, Maya? — levanto o rosto para olhá-la, porque preciso saber disso. E se ela não voltar mais?

— Se isso acontecer... — acaricia meu rosto. — Significa que eu fui estúpida o bastante para te perder e que você não me merece. — beija a ponta do meu nariz. — Se eu não voltar, Justin, nunca me perdoe por isso. Siga em frente e encontre alguém que jamais te deixará por motivo algum.

Suas palavras não me confortam. Não sei o porquê ela diz isso, mas não falo nada. Tudo o que consigo pensar é como sobreviverei a isso.

[...]

— Bom, é o último ano de vocês. — o professor Parker nos observa. — Gostaria que cada um de vocês escrevesse uma carta. Escrevam sobre o que esperam do futuro ou como estão se sentindo. Ou vocês podem falar tudo o que desejam, mas nunca tiveram coragem. — batuco minha caneta na mesa.

— Até mesmo dos professores que não gostamos? — alguém pergunta no fundo da sala atraindo risadas.

— Sim, Nate! — o professor revira os olhos. — Vocês irão me entregar as cartas dobradas, e eu as guardarei.

Cacos QuebradosOnde histórias criam vida. Descubra agora