14° - Jully!!!

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Maya LeBlanc — Pov.

Parecia surreal os acontecimentos das últimas horas. Em um momento, eu estava fazendo as pazes com Lucca e tendo um momento de irmãos e no outro, eu estava com o telefone nas mãos com Nicolly perguntando se Justin ainda estava na minha casa e se eu poderia chamá-lo. Ela parecia aflita demais, antes de questionar o porquê ela achava que Justin estaria ali, perguntei se estava tudo bem.

Tudo o que me lembro é que no momento seguinte Nicolly estava gritando de dor, então pensando o mais rápido que eu pude, liguei para a emergência enquanto dirigia para a sua casa. Eu teria chamado Justin , mas eu obviamente não sabia o seu número, e se ele não estava atendendo ela, com certeza não me atenderia também. O caminho até a casa de Justin e Nicolly era pequeno, cheguei enquanto ela era colocada na ambulância e decidi acompanhá-la.
Por que eu resolvi acompanhá-la? É o que estou me perguntando nesse exato momento enquanto espero na sala de espera. Eu realmente estava ajudando a mulher que possuía absolutamente tudo o que eu mais queria? Sim, eu realmente estava.

Tudo o que eu conseguia pensar é na sensação horrível de perder um bebê, e mesmo que eu não fosse a pessoa que mais admirava Nicolly, eu não desejaria isso para ela. Eu não poderia viver sabendo que eu poderia fazer alguma coisa para ajudar e simplesmente ignorei porque preferi agi infantilmente.

Justin não merecia perder seu bebê também. Jully. Sua pequena garotinha merecia a chance de vir ao mundo. E imaginar que ela seria meia-irmã do meu bebê me traz algo que não sei identificar. Dor talvez, pelo fato de que nunca terão uma chance de conviver.

— Maya ! — Justin surge veloz. Ele caminha em minha direção apressado, como se sua vida dependesse disso.

— Justin ... — sussurro com o coração partido ao ver o estado que ele se encontra.

Sou surpreendida quando a primeira coisa que ele faz é me abraçar forte. Em qualquer outra situação, eu teria saltado de alegria, mas sei que é porque ele está sensível.

— Alguma notícia de Nicolly? — pergunta ao se afastar. — E Jully? Como elas estão?

— Eu não sei, eles não podem dar nenhuma informação para quem não é da família. — explico envergonhada.

Ele assente como se entendesse e vai em direção ao balcão de informações. Volto a me sentar observando-o de longe.

Ele é tão lindo. Até mesmo quando parece todo desgrenhado. Me sinto estúpida por ter esses pensamentos enquanto ele está sofrendo por sua mulher e filha.

— Ele disse que o médico vai aparecer logo para dar notícias. — suspira, se sentando ao meu lado e abaixando a cabeça enquanto passa as mãos pelo cabelo. — Eu juro que não lembrei que meu celular estava no silencioso. — lamenta. — Droga!

— A culpa não foi sua. — murmuro tentando acalmá-lo. — Poderia ter acontecido com você lá ou não. — explico.

— Mas se eu estivesse lá, poderia ter a ajudado — resmunga. — Que marido de merda eu sou!

— Não, não é! — digo engolindo um seco. Não posso falar mais nada porque estou magoada. Não com ele, eu acho. Mas com o fato de me lembrar mesmo sem querer, que é marido dela.

Ficamos em um silêncio constrangedor pelos próximos minutos. Eu quero poder falar alguma coisa, mas sei que tudo o que sairá da minha boca é o quanto o amo e como quero saber tudo o que se passa em sua cabeça.

— Obrigado, Maya . — Justin sussurra. Eu viro o meu rosto para encará-lo e ele decide fazer o mesmo. Por um momento, me perco em seus olhos. — Obrigado por ter ajudado ela. — Concordo.

Cacos QuebradosOnde histórias criam vida. Descubra agora