9° - Why with Me?

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Justin Bieber — Pov.

Eu vejo seu rosto se contorcer em uma expressão de dor quando termino de dizer aquelas palavras, e, de alguma maneira, me sinto triste por ela. Porque mesmo que no fundo eu busque odiá-la por suas ações, sei que ela sempre será aquela garota por quem eu fui apaixonado na infância e o motivo de tantos momentos de felicidade.

— Me desculpe. — suspiro. Maya nega com a cabeça e dobra seus joelhos abraçando-os.

— A última pessoa culpada por alguma coisa é você, Justin. — sussurra olhando para um ponto fixo. — Mas é tão difícil... — vira seu rosto para me encarar. Vendo seus grandes olhos cheios de lágrimas, tenho vontade de confortá-la, mas não o faço. — Ver alguém vivendo uma vida que deveria ser minha, e eu sei que não tenho direito algum de sentir raiva. — coloca uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. — Mas eu sinto, porque deveria ser eu. — seus olhos não desviam dos meus. — Em cada maldito momento que ela te tocou, deveria ser eu. Aquela aliança que ela carrega? — ri sem emoção. — Era para estar no meu dedo!

— Maya... — interrompo-a. — Acho que já passou da hora de se martirizar. — murmuro. — O que foi feito, foi feito. — olho para frente.

Minha vizinha está cuidando do jardim do outro lado da rua e quando me pega observando-a, acena. Sorrio fraco devolvendo o cumprimento.

— Essa é a minha vida, Maya. — volto a encará-la. — E eu sou feliz com ela. — Ela não fala nada, mas sua dor transparece, e eu sinto uma falta de fôlego por isso. — O que aconteceu com a gente? — coloco minha cabeça entre minhas mãos frustrado. — Por que, Maya? — minha voz suplica. — Por que eu não fui o suficiente para você?

— Você foi! — choraminga e sua mão rapidamente para em meu joelho. — Você foi tudo o que eu sempre desejei, Justin. Você é tudo, sempre será.

— Então porque você me deixou? — estou desesperado para entendê-la. — Por que você partiu e não olhou para trás, Maya? Por que você se foi e me deixou aqui, lutando para sobreviver sem você todos os dias da minha vida? — sinto que posso chorar a qualquer momento, mas não quero.

Não quero descobrir que ainda a amo e que todo aquele sentimento que tentei ignorar ainda está ali, e eu sei que, com certeza, não quero voltar a me sentir como antes.
E enquanto estamos sentados na escada de minha varanda, penso como podemos acabar com os sonhos de alguém apenas afastando essa pessoa de nossa vida. Quando Maya aperta o meu joelho, sou obrigado a admitir que para realmente seguir em frente, é preciso enfrentar o passado.

— Eu era tão estúpida... — escuto-a sussurrar. Sua mão ainda está sobre meu joelho e sinto ela apertar forte. Olho-a, mas é como se ela não estivesse mais ali. — Eu tinha um plano. — fala. — Eu iria para a faculdade, tiraria boas notas, me formaria com honras e depois eu voltaria para casa. — assente convicta. — Para você. — apenas ouço. — Mas já fazia um mês que eu estava lá, e era completamente insano, tudo era diferente. O estilo de vida, as pessoas, os lugares. — ela parece agora em transe. — Minha colega de quarto, Emma, era totalmente diferente de mim. — nega. — Nós brigávamos o tempo inteiro porque ela simplesmente não entendia que precisávamos chegar em um acordo sobre como viver juntas. Mas... Eu poderia aguentar, eu sei que eu podia. Eu estava sendo forte, sabe? Porque eu não tinha ninguém lá. O que eu não poderia aguentar foi o que veio depois... — sua voz desaparece aos poucos e ela retira a mão dos meus joelhos colocando-a sobre o coração. — Um bebê.

Meus olhos se arregalam enquanto compreendo suas palavras. O choque me atinge quando percebo sobre o que ela está falando.

— Você engravidou? — minha voz falha. Maya apenas encontra meu olhar e está em seu rosto a resposta. — De quem? — é a primeira coisa que me vem à cabeça.

Cacos QuebradosOnde histórias criam vida. Descubra agora