Pergunte ao meu Nii-san

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Okumura Rin

Sabe aquele papo de que dias melhores virão? Pois bem, é uma mentira deslavada das boas, ontem eu tinha voltado "a viver" e hoje estou sentado na cama enquanto Amaimon tentava arrumar meu cabelo como o Mephisto queria deixar, mas para qual finalidade arrumar meu cabelo devem se perguntar. Eu tenho aula, eu morri e voltei a vida no dia anterior e hoje eu tenho que estudar o dia todinho. O único lado bom, era que Amaimon tem que ir junto e eu não posso ir como um jovem inconsequente de novo, já que segundo Mephisto eu precisava ser mais responsável

Uma desculpa merda, né? Eu sei, eu disse isso e ganhei um tapa em troca, era uma péssima ideia tentar retrucar com eles já que sempre saía perdendo quando tentava.

Amaimon – Pronto pirralho, vamos. – Levantei emburrado afrouxando a gravata que apertava meu pescoço e peguei a Kurikara, por enquanto em uma capa branca já que Mephisto disse que iria trocar a capa vermelha velha para uma nova. 

Rin – Vamos logo, eu prefiro evitar ver muitas pessoas. 

Eu tô repensando em todos os momentos da minha vida nesse exato momento em questão, eu tinha sido o primeiro a chegar na aula de exorcistas, a Kurikara sem a capa na mesa, como o próprio Amaimon disse para fazer. Ele agora estava na forma animal dele, um hamster verde na mesa e Kuro deitado no meu colo com o rabo enroscado no meu. 

Rin – Aqui é chato Nii-San – Murmurei baixinho pro hamster enquanto passava a ponta do indicador na cabeça dele em um carinho suave que foi correspondido com uma mordida no dedo, um pouco agressivo e irritadiço esse cara. – Pare de me machucar, se continuar vou te delatar pro palhaço. 

Levantei o olhar da mesa quando vi o restante da turma entrar um atrás do outro, a maioria passou pela minha mesa me encarando, afinal era "um aluno novo" com a Kurikara na mesa e com um rabo branco de fora, sim branco meus caros. Meu rabo antes preto e com a ponta felpuda, agora era da cor do meu cabelo ou então até mais claro.

Yukio – Aluno novo? – Observei Yukio entrar logo atrás dos alunos e revirei os olhos, voltando minha atenção para o pequeno hamster na mesa. 

Rin – Pergunte ao meu Nii-San – Tirei a Kurikara da mesa quando ele tentou se aproximar e deixei ela no meio das minhas pernas, minha espada não cai na mão de pouca bosta. 

Yukio – Tudo bem, depois pode me informar quem ele é?

Rin – Você irá atrás dele uma hora ou outra, não adianta querer correr mais rápido que o tempo. 

Aula chata, mas não podia dormir já que a maioria dos olhares estavam em mim, mesmo o da "sobrancelhas" ela já sabia de tudo. Amaimon ressonava no bolso da minha camisa social do uniforme e Kuro só não dormia por vez ou outra rosnar baixinho para o Yukio quando ele se aproximava muito da minha mesa.

Ainda bem que estava no último período, a primeira e última aula eram do Yukio e bem em ambas eu senti vontade de dormir por ser tão entediante. Dei quase graças a deus quando ele disse que estávamos dispensados e sai correndo da sala com o Amaimon já na forma humana, não queria dar uma explicação do porque estava com rei demônio que antes era um hamster, era uma pergunta difícil e a única pergunta difícil que eu gostaria de receber era de como eu estava. 

Parei de correr quando já estávamos na sala da mansão, me descansei no sofá tomando fôlego para tossir em seguida, meu corpo se acostumando a viver ainda. 

Rin – Vou fazer comida, pode ir atrás do Ukobach? Ele fica no meu antigo dormitório, é só falar que eu tô chamando ele para cozinhar. – Pedi ao Kuro que apenas miou e saiu puxando a cauda do terno do Amaimon. – Deixe o Kuro no dormitório e espere ele para não demorarem muito. 

Expulsei Amaimon e chamei o mordomo da casa para perguntar onde ficava algumas coisas, queria fazer apenas um bolo e deixaria o jantar para o Ukobach e o mordomo. Muito eficiente inclusive já que ele parecia ler a minha mente enquanto eu via a receita em um livro de sobremesas.

Rin – Oh, obrigado. – Fiz uma pequena reverência quando ele prendeu a minha franja com uma presilha, eu estava pesando os ingredientes e colocando na vasilha de pouco em pouco.

Amaimon – Voltei Rin!

Rin – Seja bem-vindo, traga o Ukobach para me ajudar a fazer o bolo. – Acenei para o pequeno demônio cozinheiro e liberei espaço na ilha da cozinha para ele subir e me ajudar, agora Amaimon e Kuro sumiram da cozinha. Quando tiver pronto eu chamo vocês.

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Mephisto Pheles

Felicidade, era esse meu principal sentimento nesse exato momento já que Okumura Yukio estava parado na minha frente extremamente irritado enquanto esperava eu responder as milhares de perguntas por segundo que ele tinha soltado.

Yukio – Vou perguntar de novo e vou fazer a pergunta principal, quem é aquele garoto estranho que estava com a Kurikara e saiu correndo da sala com o Amaimon? 

Mephisto – Meu meio irmão, Okumura Rin, conhece? Depois te apresento esquenta não.

Yukio – Você só pode estar brincando, meu irmão morreu!

Mephisto – O tempo gosta de pegadinhas, mas uma coisa que o universo ama é o Rin e eu quis agradar o universo. 

Yukio – Eu quero falar com ele.

Mephisto– Não pode, você é um dos principais responsáveis por ele ter morrido e não vou deixar ele perto de você tão cedo. 

Yukio – Ele é meu irmão!

Mephisto – Vamos reformular a frase, ele era seu irmão. Morreu uma vez, reviveu, morreu necrosado e depois reviveu de novo como um demônio belíssimo. Até os cílios dele são brancos, é incrível. 

Yukio – Você não pode me proibir

Mephisto – É claro que não posso, mas pelo o que é notável nele. Ele odeia você e algumas outras pessoas, na verdade se ver por outro lado o Nii-San dele sou eu e o Amaimon já que ele acordou chamando a gente de Nii-San hoje, estava adorável de rosto inchado. Tente falar com ele quando ele quiser, você não manda nele e não queremos que ele atravesse uma espada na sua cabecinha de vento por estar irritado.

Me levantei da cadeira e peguei minha cartola e alguns documentos da mesa, sorri antes de sumir em uma fumaça. Estava em casa ouvindo a risada do Rin e o ronco do Amaimon no sofá, engraçado até se olhar dessa forma. 

Mephisto – Cheguei em casa! 

Rin – Seja bem-vindo, vem comer bolo e acorda o Amaimon por favor. – Coloquei um relógio cuco na frente do rosto do Amaimon e coloquei para despertar no próximo segundo, observei o pássaro de madeira piar alto e bicar a testa do garoto de cabelos verde que levantou irritado.

Mephisto – Rin pediu para você acordar para comer bolo. – Deixei os documentos na mesa de centro e fui para a cozinha atrás do Amaimon. – Yukio foi no meu escritório hoje, querendo saber o porquê tinha um garoto estranho com a Kurikara que depois saiu correndo com o Amaimon, e depois quis exigir ver o tal garoto estranho. 

Rin – Não quero falar com ele tão cedo, não acho que ele vá mudar da água pro vinho tão cedo.

Mephisto – Ele tá a mesma coisa, te garanto isso. – Pego um pedaço do bolo sorrindo depois de enfiar quase metade do bolo na boca – Ainda me assusto a respeito do quão talentoso você é, Shiro fez um excelente trabalho com você. 

Amaimon – Só com o Rin mesmo, o outro ficou estragado até demais.

A Fênix de Chamas AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora