Capítulo 1: Alexia, Que É O Máximo

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Beto Velásquez.

— Henrique, tem certeza que você consegue dar conta das campanhas que eu peguei? — Perguntei, equilibrando o telefone ao ombro, enquanto me atrapalhava com as malas e a porta do quarto, que eu tentava fechar.

— Relaxa, Beto. Por Deus, você em Cancún. Esquece que você trabalha, férias são pra isso — Repreendeu-me Henrique, mas de forma suave — Se alguma coisa acontecer, se nossos funcionários não segurarem a barra, eu ligo pra você e tiro algumas dúvidas.

Larguei as malas em cima da cama e me joguei ao lado delas, finalmente tendo algum descanso depois de horas de viagem e espera.

— Obrigado, Henrique. Você é um parceirão. Avisa pra minha mãe que eu cheguei bem e manda um beijão pro baby bofinho — falei rindo, sabia que Henrique ainda odiava esses apelidos.

bom, Beto. Agora vai curtir o México. Traz lembrança pra gente.

E desligou.
A verdade é que tanto Henrique quanto a minha mãe estavam completamente preocupados comigo desde o fim do meu relacionamento com a Tancinha, e como todas as coisas se encerraram. Doeu muito, e nada me tirava da cabeça tudo que vivi com aquela mulher, tudo o que eu senti. Durante anos eu compensei esse sofrimento me largando no trabalho de forma incessante, e nos primeiros meses valeu a pena pra eu recuperar todo o tempo que eu perdi na busca louca de tê-la pra mim, mas depois se tornou uma obsessão. Fiz terapia, recebi apoio da família e essa frenesi todo diminuiu, só estava me acostumando a diminuir minha rotina. Eram as minhas primeiras grandes férias desde o começo disso tudo, minha terapeuta disse que era normal reagir assim.

Depois de um tempo descansando na cama, decidi levantar e espiar um pouco cada cantinho do meu quarto. Era um hotel luxuoso, foi um presente da minha mãe e do Henrique pra que eu relaxasse um pouco e eu nem imagino a fortuna que deve ter sido para ambos e que, com certeza eu iria recompensar. Cheguei até a janela que estava coberta por uma cortina blackout e a abri completamente, meu quarto sendo tomado por uma claridade surpreendente e iluminado pelo azul que vinha do mar. O céu estava completamente limpo. Aquele lugar facilmente poderia ser idêntico ao paraíso, nunca tinha visto nada igual em toda a minha vida.
Passeando os olhos pelo quarto, vi que em cima de uma mesinha tinha um panfleto mostrando todos os lugares disponíveis para visitar no hotel e atividades externas que estavam garantidas no meu pacote.
Pelo momento, decidi que ia apenas dar um mergulho na praia.
Antes, decidi tomar um banho. Peguei as roupas para me trocar e fui direto para o chuveiro.

Uma ducha gelada era o que eu precisava para relaxar os ombros das horas que passei sentado no avião e que estavam completamente tensionados, sem contar o calor que fazia, mesmo não passando das onze horas locais. Sentir os jatos gelados nas costas sem pensar em absolutamente nada era terapêutico, eu não sabia o que era isso havia tempos. Pena que o meu momento de "meditação" durou muito pouco, já que enquanto eu tomava meu banho em paz, comecei a ouvir coisas no meu quarto e que certamente fizeram meu coração palpitar. Seria um bandido?

— Acabei de chegar em Cancún, Alan. Sim, aqui é tudo muito lindo. Você viu a foto que eu te mandei? Nossa, é perfeito. Fala pro vovô que mais tarde eu ligo pra ele pra falar sobre os remédios — papeou a voz, despreocupada.

Salve-se, Coração!Onde histórias criam vida. Descubra agora