Capítulo 7: Dominique.

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Alexia Máximo.

Fiz uma careta ao ver o nome que piscava na tela. A minha vida estava boa demais pra ser verdade, em algum momento ela teria que voltar pra me assombrar.

Dominique.

Dominique era uma prima minha e do Alan, bem mais velha e tia do nosso primo de segundo grau, Renzo, no qual eu tive um romance que, como todos os meus outros romances, não terminou bem. Ela vivia por perto, mas era reservada demais com a sua vida. O suficiente pra ela saber demais da gente e a gente saber muito pouco dela. Nos desentendemos algumas vezes e criei uma raiva muito grande dela, por isso odiei receber uma chamada dela. Tão cedo. Tão... Do nada.
Apesar disso, a mais velha tinha contato com o meu avô e cuidava dele quando Alan precisava sair a trabalho e provavelmente essa noite era uma delas.
Por falar em trabalho... Ninguém sabia bem o que ela fazia da vida.

— Quem é? — Beto perguntou logo atrás, parecendo preocupado.

Peguei meu celular e me sentei na beirada da cama, respirando fundo e soltando o ar lentamente.

— Dominique, minha prima — respondi, olhando para o moreno por cima do ombro — a gente não se dá muito bem, brigamos recentemente... Mas, uma hora dessas, pode ser importante.

Beto assentiu e deixou um beijo no meu ombro, permitindo de forma silenciosa que eu atendesse. Não vi necessidade de sair da cama, já que estava gelado o suficiente naquele quarto para que eu não quisesse de sair daquele quentinho.

— Oi, Dominique. O que houve? — Perguntei, coçando a nuca.

Oi, Alexia. É sobre o vovô. Sabe que eu não ligaria pra você... Essa hora — Envenenou ela, revirei os olhos.

— O que tem o nosso avô? Ele tá tomando os remédios? Tá tudo certinho com ele? Quer que eu vá pra aí agora? Ainda tô em São Paulo — disse, seguindo Beto com o olhar, que havia aproveitado a conversa pra ir ao banheiro.

Na verdade, ia adorar. O Seu Ignácio é teimoso como uma mula, tentei dar esses remédios de todo jeito pra ele. Parece que só obedece você e o Alan! Não sei nem porque eu me coloco pra ajudar vocês — Reclamou a loira duramente, ela não tinha paciência mesmo.

— Quem sabe se você tivesse paciência pro vovô ele reconheceria seus esforços? Pessoas sentem energias.

Me levantei e procurei minhas roupas, colocando-as enquanto pendurava o celular no ombro. Em poucos segundos já estava vestida. Beto observando minha movimentação também se vestiu e procurou as chaves do carro.

Energias... Esse negócio nem existe, eu hein. esperando você aqui. O Renzo veio pra cá me fazer companhia também, então não faz escândalo — Anunciou.

"Maldita", pensei quando ela disse que aquele encosto estaria lá.

— Eu vou com o meu... Namorado. Espero que ELE não faça besteira — respondi — chego logo, é aqui perto.

A conversa logo se encerrou e eu nem tentei negar a carona e a presença de Beto, até porque eu planejava voltar para a casa do Beto e dormir. Ainda estava de folga e só precisaria voltar pro Rio de Janeiro pela noite, então tinha todo o tempo do mundo.

Salve-se, Coração!Onde histórias criam vida. Descubra agora