Salve-se, Coração!

Capítulo 8: Tancinha.

Notas Iniciais: Primeiramente, peço que confiem no Beto. Segundamente, peço que não me odeiem. Terceiramente... Bom capítulo.

Beto Velásquez.

Alguns dias se passaram desde que eu e Alexia começamos a namorar de fato e o romance ia de vento a poupa. A cada quinze dias eu tirava três dias pra poder visitá-la no Rio com a "bênção" de Henrique para faltar no emprego, em compensação, eu adiantava o trabalho dias antes de tirar esse tempo. Descobri que o setor de eventos da Peripécia também foi contratado pela Globo pra cuidar da organização da festa de estréia da novela da Alexia e isso me deixou curioso, já que raramente eu acompanhava esses acontecimentos e pouco via a equipe de eventos trabalhando. Provavelmente tinha sido obra do Henrique querendo tirar informações sobre mim e Alexia, já que ele se preocupava comigo desde o final infeliz do meu último romance.

— Beto! Você tá pronto? — Perguntou Alexia, surgindo no alto da escada e me tirando desses pensamentos.

Ela estava simplesmente linda.
A morena usava um vestido preto que valorizavam suas curvas, fosco e com uma fenda que deixava uma de suas maravilhosas pernas a mostra. Seu cabelo estava um pouco ondulado e mais volumoso que o normal. Sua maquiagem era escura e brilhosa, do modo que a noite pedia. Seus lábios eram o que mais chamam a atenção em todo o conjunto da obra com um batom vermelho forte e matte. Reforçando o fato de eu ser completamente apaixonado e entregue por essa mulher.
Sorri sem jeito, àquela altura meus olhos provavelmente brilhavam.

— Você tá linda — disse, abrindo ainda mais o sorriso. O coração quase saiu pela boca. Ajeitei a gravata no pescoço — e sim, tô mais do que pronto.

Alexia corou e sorriu. Ela não era tímida ao receber elogios e geralmente fazia algum comentário se exaltando, mas ela sabia que ia além do elogio. A morena desceu as escadas com cuidado para não tropeçar no vestido, mas não deixei ela passar do último degrau. A segurei pela cintura com calma e roubei seus lábios num beijo apaixonado, fazendo o impossível pra não borrar sua maquiagem.
Assim que o beijo terminou, ajeitei o cabelo dela para trás da orelha.

— Lindo tá você, mozão — respondeu ela, ajeitando minha gravata uma última vez — Eu convidei o Alan pra vir, ele disse que vai trazer uma garota pra acompanhar ele. Tô curiosa pra saber quem é, ele é tão fechadão. Desde que a mulher dele morreu...

Peguei as chaves do carro em cima da mesinha de centro da sala de jantar e ofereci o braço pra que ela segurasse.

— Tô curioso pra conhecer seu primo também, mozinho. Ele parece ser um cara legal — respondi, abrindo a porta. Alexia desligou as luzes — agora vamos correndo, vamos?

— Vamos! Pelo amor de Deus, se não os diretores vão me matar!

[...]

— Alexia, quando isso vai acabar? — Perguntei sorrindo, apesar de não estar sorrindo porque eu queria.

Muitos flashes ao mesmo tempo, muitas pessoas pedindo pra que olhássemos para suas câmeras, confesso que esperava isso mas não nessa intensidade. Seriam muitas fotos iguais na mesma pose: eu segurando a cintura dela, que me abraçava por trás, dando o mesmo sorriso confiante de quem sabe o que tá fazendo. E eu não sabia.

— Já já, meu amor. Só mais algumas — disse ela, beijando minha bochecha na frente das câmeras.

Esse foi o prato cheio para os fotógrafos, que logo nos liberaram do tapete vermelho e fomos juntos até a concentração dos convidados. Alexia me apresentou para todos os seus colegas de elenco, diretores, autores e praticamente todos eles disseram que éramos um casal bonito e que tínhamos a benção deles. Enquanto Alan e sua parceira não chegavam, eu e Alexia fomos comer alguma coisa. Realmente, o grupo de eventos da Peripécia havia feito uma organização incrível, não haviam críticas e se Henrique me pedir um relatório, os elogios iriam ser infinitos. Os pratos da noite eram todos italianos e eu adorava todos, estavam incríveis. Pareciam até mesmo familiares. Acompanhados de um vinho, ficamos conversando amenidades e fomos fotografados um milhão de vezes.