Capítulo 10: Corre!

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Notas Iniciais: A partir desse capítulo começa uma etapa muito importante da fic. Não vou esconder que, vou sim, mesclar acontecimentos de Salve-se Quem Puder com a fic. Já peço pra entenderem o Beto, de novo KKKKKKKKKKKK.

Alexia Máximo.

- Alexia...

A voz parecia distante, mas eu sabia de quem era. Era sonho, não era? Respirei fundo e disse algo, na verdade não sei se disse.

- A gente chegou, meu amor. - a voz repetiu, agora mais clara. De fato, não era um sonho.

Acordar foi ser emergida pela poluição sonora de São Paulo que me era muito familiar, logo tive a sensação de estar em casa. Carros passavam, motos anunciavam sua presença, vozes em volta na rua. Abri os olhos lentamente e fiz uma careta, enxergando o sorriso lindo do Beto. Era incrível como ele nunca estava feio, sempre me olhando de forma agradável e apaixonado. Às vezes eu pensava não merecer um cara tão único e delicado.

- Onde a gente tá? - Perguntei, me ajeitando no sofá do carro, olhei pela janela e percebi que era o prédio onde Beto morava. Ele não me respondeu quando me viu esclarecida sozinha - Ah, sim. E que horas são?

- Uma da tarde - disse ele, olhando o relógio - vamos subir, descansa um pouquinho e quando você acordar, visita o seu avô, sua mãe e tal. Pode ser?

- Claro!

E o fizemos, não pensamos em nada além de subir aqueles andares todos de elevador, entrar correndo no apartamento e desmaiar no mesmo momento que caímos na cama.
Por algum motivo, meu subconsciente trouxe à tona uma informação que eu havia esquecido: minha prima era uma criminosa. Tive pesadelos a tarde toda, como se eu fosse sofrer represálias sobre esse conhecimento. Dominique me buscava, me maltratava e pensava o que fazer comigo e essa minha sabedoria sobre seus atos. Acordei no pulo, às quatro horas da tarde, quando no sonho uma arma me era apontada.
Dominique me odiava, mas não teria coragem de me matar. Teria?
Avisei à Beto que iria para meu avô e que quando fossem sete horas ele deveria me buscar pra me levar ao aeroporto novamente, já que seria uma viagem mais para checar a família. O moreno colocou o despertador e disse que iria dormir mais um pouco. Dei-lhe um beijo na testa e antes de ir, fiquei observando ele. Lindo, sereno, tão mais do que eu imaginei para mim. Caiu no sono rápido, então sorria ao dormir. Parecia estar tendo sonhos doces, toda a paz que ele merecia depois de tanto. Passei a mão pelo seu cabelo encaracolado e senti meu coração apertar, como se eu sentisse que não deveria sair daquele lugar àquela tarde. Entretanto, a família era o que mais importava na vida.

- Eu te amo - sussurrei, mesmo sabendo que ele não ouviria - é só uma sensação idiota, eu juro que vou voltar. Esse pesadelo me assustou, só.

E beijei seu rosto.
Me arrumei numa rapidez e fui pra casa do Alan, apostei que Dominique estivesse lá pra cuidar do vovô, já que ele e Kyra deviam estar se curtindo mais um pouco e meus priminhos estavam num sítio da família da mãe deles. Apesar da minha prima ser insuportável, eu podia lidar com ela.
Quer dizer, agora eu tinha certo medo. Mas, se eu transparecesse, aí ela saberia que eu sei de algo.
Balancei a cabeça negativamente e desci do táxi que havia me levado e agradeci. O lugar estava silencioso, mas não desconfiei. Não havia ninguém mesmo, só os dois.
Como eu tinha as chaves, abri a porta e fui entrando sem fazer muito alarde. Enquanto eu entrava, Kyra por coincidência apareceu na porta.

- Ah, oi, Alexia - falou a morena sorridente.

- Oi, Kyra. Ué, cadê o Alan? - Perguntei, olhando atrás dela e sem sinal do loiro.

- Ele pediu pra que eu viesse buscar a carteira dele, que ele esqueceu aqui mais cedo. O coitado ficou preso lá no restaurante que a gente tava, disse que jurava que tava com ele. Depois a desastrada sou eu - tagarelou a mais nova, me arrancando uma risadinha e fazendo-me balançar a cabeça negativamente.

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