Capítulo 9: Samba de Verão

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Alexia Máximo.

Beto me deu todos os motivos do mundo durante a noite pra acreditar quando ele falava que não haviam motivos pra eu estar insegura, provando que de fato ele era o homem da minha vida. O publicitário curtiu todos os momentos da festa, cuidou de mim, prestou atenção se eu estava bebendo de mais e de menos, virou um grande amigo do meu primo e aturou com maestria a namorada dele - a Kyra - falando sem parar. Não queria me emocionar, mas dessa forma, era impossível não imaginar um futuro.
A festa acabou tarde, mas nós fomos embora pelo menos uma hora e meia antes dela estar vazia porque eu queria aproveitar um pouco mais do meu tempo com o Beto, já que no dia seguinte eu iria com ele pra São Paulo visitar meu avô e ver se meu primo, mamãe ou a Petra - apesar dela não ser merecedora de algo - precisavam de alguma coisa. Alan e Kyra haviam pego o último vôo e provavelmente já estavam lá.

Chegando no meu apartamento, tirei meus sapatos e Beto foi tirando o paletó, a gravata e também foi tirando os próprios sapatos. A noite estava quente no Rio de Janeiro, como todas as noites de verão daquele lugar.
Pegamos nossas roupas e tomamos banho - eu primeiro - e logo em seguida Beto foi.
Pelo calor, fui até a varanda do apartamento que dava de frente para o mar e senti a brisa fresca da praia bater no meu rosto. Olhei os carros passando pela Barra com pressa de encontrarem a boêmia no lado mais chique da cidade, os casais passeando de mãos dadas, algumas pessoas avançavam o mar na escuridão mesmo. Olhei de relance pra caixa de som ao lado, numa mesinha e não me contive. Usei o bluetooth do celular e coloquei numa playlist qualquer, por coincidência começou a tocar "Samba de Verão", na voz do Caetano Veloso.

Enquanto a música iniciava e eu observava o movimento do lugar que agora fazia parte de mim, senti braços ligeiramente molhados envolvendo minha cintura, desnuda, porque eu usava um cropped. Foi só Beto chegar no ambiente que o perfume amadeirado dele se misturou ao cheiro do mar. Seus lábios passaram pelos meus ombros, pelo meu pescoço, cheirando-me e deixando um leve chupão. Seus lábios subiram ao meu ouvido e sussurrou, fazendo-me arrepiar:

— Eu te amo. Obrigado por confiar em mim — e beijou minha bochecha, encaixando seu queixo no topo da minha cabeça.

Pousei minha mão em cima da dele na minha barriga.

— Não precisa agradecer, Beto. Você não me deu motivos pra desconfiar de você em momento nenhum - respondi, ainda olhando para a escuridão do céu se misturando com o mar — e eu te amo mais, mozão.

Me virei para poder vê-lo melhor.
Beto estava sem camisa, o cabelo cacheado todo molhado, usando apenas um short preto que caía bem na sua cintura, marcando sua "linha V" e o restante do seu corpo perfeitamente moldado. Ele sorriu e me segurou suavemente pelo rosto, trazendo-me pra si e dando início a um beijo calmo, mas que com o passar da necessidade de querer ter um ao outro foi ficando cada vez mais intenso. Minha mão subiu pra sua nuca e começou uma carícia firme, num beijo que tornava tudo mais quente do que já era.
Nossas línguas dançavam no nosso próprio ritmo e quando não estavam juntas, era porque Beto mordia meu lábio ou eu chupava o dele. Quando o ar faltou, o tirei de mim puxando-o pelos cabelos ralos da nuca, mas não nos descolamos totalmente. Ele roçou a boca na minha, ainda de olhos fechados. Coincidentemente, a música acabou ao mesmo tempo do beijo.
Beto acariciou minhas costas com a mão espalmada, subindo por baixo do cropped e descendo.

— Eu sou o homem mais sortudo do mundo — disse ele abrindo os olhos e fixando os dele nos meus — você não é só linda por fora, por dentro é um espetáculo. Tudo o que eu passei... Eu passaria de novo se fosse pra te merecer — a mão livre dele subiu ao meu rosto e acariciou minha bochecha com delicadeza — eu te amo tanto, mas tanto...

Salve-se, Coração!Onde histórias criam vida. Descubra agora