Capítulo 5: Surpresa!!!

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Beto Velásquez.

Os dias foram passando e conforme eles, eu fui buscando cada vez mais contato com Alexia, na intenção de demonstrar que eu estava ali pra ela, mas sem sufocar. Eu queria que tudo fosse com leveza, jamais iria repetir os erros que cometi no passado, nem os mais inocentes.
Também ia trabalhando com menos intensidade por estar mais calmo, Henrique até chegou a comentar que essas férias e conhecer Alexia foram as melhores coisas que me aconteceram e também disse pra eu fazer as coisas com calma, mas jamais me impedir de ser feliz.

Era mais um dia na Peripécia, nada diferente. Estávamos na correria de acertar uma das campanhas mais importantes da nossa agência — vulgo a campanha da Coca-Cola, que até agora não sabíamos se a atriz iria aceitar ou não.
Na sala de reuniões se especulavam vários nomes, de diferentes áreas. Cantores, atores, influenciadores, modelos, artistas, enfim... Pessoas que trariam visibilidade pra campanha. Alguns, queriam colocar pessoas cujo a assessoria estavam no seu departamento pra ganhar com comissão, outros apenas por pensar na hora de alavancar a marca e eu só queria pensar na Alexia e como seria bom ter ela por perto por um dia... Ou por uma noite. Era isso! Eu ia levar ela pra jantar, nada carnal. Ou pelo menos, até poderia rolar depois da janta. Entretanto, ia seguir a linha romântica. Era meu dever conquistar aquela maluquinha.

— Não tem pessoa melhor pra essa campanha que Alexia Máximo, eu garanto pra vocês — falei em voz alta, me ajeitando na cadeira com confiança — vocês não sabem nada de tendências! Alexia vai ser protagonista de uma novela, meus senhores. Se conseguirmos publi entre os intervalos da novela, somando a publicações e stories, o engajamento da marca sobe e ajuda a promover ela. Aposto que conseguimos manter a assessoria dela atrelada à Peripécia — defendi meu ponto com convicção, todos me olharam com atenção, não entendendo esse meu surto de opinião.

— Beto... — Henrique disse com um tom de voz apreensivo — isso não é um dos seus planos malucos, né?

— Não, Henrique! Ela é genial, carismática, espalhafatosa e energética. Pessoas assim são mais fáceis de conquistar público e fazer a cara da marca, pensa, cara! — Exclamei, gesticulando com as mãos, como sempre fazia quando estava ansioso com algo.

— É, Beto Velásquez. Se for mais um plano seu, eu te mato. Mas, concordo que Alexia tem potencial de ser uma boa escolha. Por isso... Convenci de trazer ela pra cá hoje, a assessoria dela tava conversando sobre isso mesmo. E, digamos que eu e ela somos conhecidas... — Revelou Camila Abdalla como se essa informação fosse rotineira.

— E-ela tá aqui? — Perguntei, me levantando de imediato.

— Ah, não, Beto — murmurou a fotógrafa, fazendo Henrique rir e revirar os olhos.

— Declaro essa reunião encerrada! Alexia namoradinha da Coca-Cola e parceira da Peripécia, tenho que conversar com ela — falei, saindo da sala de imediato.

Corri por todos os corredores da Peripécia como se minha vida dependesse de vê-la e se não nos encontrássemos eu iria morrer.
Já estava morto de saudade da minha maluquinha, mas agora, morreria duas vezes. Não era o melhor em condicionamento físico, mas cheguei em menos de cinco minutos na minha sala. E ela estava lá, analisando cada pedacinho da minha sala, notando cada detalhe, cada quadro, cada decoração minha e sorrindo bobo, passando os dedos por lá.
Adentrei a sala lentamente depois de a observar por fora, fazendo barulho propositalmente para que a atriz soubesse que estava ali sem a assustar.
A morena sorriu lindamente, com seus olhinhos brilhando de felicidade. Não sabia que era por me encontrar ou por estar prestes a assinar seu primeiro grande contrato de publicidade.
Talvez fossem os dois, porque logo em seguida ela me abraçou fortemente.
A envolvi com os meus braços com a mesma intensidade.

— Minha maluquinha! — Falei alto em animação total.

— Senti tanta saudade de você, Beto... — Falou ela baixinho.

Me afastei com um sorriso de canto travesso, acariciando o rosto dela com o polegar.

— Saudade de mim ou saudade do Beto que também é o máximo e te deixa louuuuca? — Falei baixinho, fazendo ela rir e me empurrar pra um pouco longe.

— Saudade de você e do Beto que me deixa louca — respondeu ela ainda rindo, se sentando no sofá que tinha ali — então, eu decidi aceitar a campanha da Coca-Cola. A proposta era incrível e a construção dela melhor ainda, sem contar eles patrocinando a arte...

— Você escolheu bem, maluquinha — opinei, me sentando ao lado dela e jogando meu braço atrás dos seus ombros, no encosto do sofá, me aproximando lentamente — Sabe o que você ganha de brinde?

Alexia olhou para mim com uma das sobrancelhas arqueadas, sorrindo, demonstrando claramente que ela havia entendido a mudança da energia no lugar. A atriz passou a língua pelos lábios e meus olhos não se conteram, ficaram presos lá.

— O que? — Sussurrou ela, cínica.

Não tive coragem de elaborar uma resposta engraçadinha, eu realmente estava com saudade daquele beijo. Pousei minha mão na sua nuca e a trouxe na minha direção, tomando seus lábios para os meus com calma, a fim de sentir cada momento — talvez fosse o que eu chamo de "beijo apaixonado —, logo pedindo passagem com a língua e sendo permitido por ela mesma.
No momento que o beijo ganhou intensidade, Alexia passou uma perna por cima das minhas e sem separar nossas bocas, a atriz se sentou em meu colo. Suas mãos foram para minha nuca com selvageria, subindo e descendo, segurando meu cabelo com firmeza. Minhas mãos invadiram sua camisa e pararam na cintura por debaixo da mesma, a diferença de temperatura dos corpos a fez estremecer sobre mim, arrepiando-se por inteiro. Quando o fôlego finalmente faltou, nos separamos ofegantes. Alexia acariciava meu nariz com o seu, enquanto tentava desfazer os botões da minha camisa. Eu deixaria, se não tivesse planos mais sérios pra noite.
Segurei suas mãos no terceiro botão e a afastei, assim eu poderia olhá-la nos olhos.

— Não, agora não — disse, trazendo a mão dela para os meus lábios e a beijando.

— Como assim? "Agora não"? Eu esperei um tempão pra ficar com você, Beto? Cê faz isso comigo? — Reclamou Alexia, sem entender muito o motivo de eu ter parado antes mesmo de chegar na melhor parte.

— Eu quero te levar pra jantar hoje, pode ser? Assim que eu sair da Peripécia, podemos ir pra algum lugar legal. Eu te pego no hotel que você estiver, a gente janta, eu te levo pra minha casa... — Falei, roubando um selinho — E aí, fazemos isso direito. Com direito a tudo... Não dá pra fazer um por cento do que eu quero numa sala que só é fechada por persianas e zero isolamento de som... No meio da empresa — me justifiquei, fechando os botões da camisa que ela abriu — vai sair comigo?

Alexia ajeitou os cabelos com as mãos e saiu do meu colo, sentando do meu lado no sofá de novo. A abracei de lado.

— É óbvio que eu saio com você, né? Tem companhia melhor que Beto Velásquez? Só Alexia Máximo! — Se exaltou do jeitinho que só ela sabia fazer.

Dei uma risada e roubei outro beijo dela, que foi retribuído com carinho.

— Você é demais — disse, ainda rindo.

O que poderia dar errado nessa noite?

Salve-se, Coração!Onde histórias criam vida. Descubra agora