Oii gente!!
Já devem ter percebido que a fic está em sua reta final e esse é finalmente o último capítulo, eu preparei ele com muito amor e dei muito de mim na fic toda, muito obrigada a todos vocês que leram 'your 100 faces' eu agradeço de verdade.
Me chamem lá na @ddunoocheeks vamos ser moots e trocar umas ideias, gostaria >muito< de conhecer vocês!
Bom, uma ótima leitura a todos, aproveitem esse último capítulo! 🤗💕Suas cem faces
O ser humano é um ser egoísta e egocêntrico, tanto que muitas pessoas ainda juram não haver vida em outros planetas, entre todos os corpos celestes, todas aquelas múltiplas galáxias, diante desse universo tão enorme, ainda temos a audácia de nos acharmos únicos. De fato essa é uma falha do ser humano.
Apesar disso, essa falha não é a única, algumas delas adquirimos com o tempo como uma forma de adaptação para a sobrevivência, como por exemplo, desenvolvermos diversas faces.
É tão difícil ser aceito no meio social, parece que nunca temos o que é necessário e a insegurança nos consome aos poucos. Nesse processo de tentarmos ser perfeitos para as pessoas a nossa volta gostarem de nós, nós mudamos nosso jeito de falar, de agir, de vestir e muito mais, nos transformamos em pessoas diferentes e carregar o peso de dois é difícil.
Ao passo que a vida corre, é necessário que sejamos mais de um, dois ou três, assim, somos mais de cem, cada um de nós com suas múltiplas máscaras pesadas, que nos cansam a cada dia.
Foi me escondendo por entre faces que eu conheci alguém, no primeiro momento eu me senti imensamente bem, senti que eu podia finalmente abandonar minhas tantas faces e ser eu mesma. Porém, com o passar do tempo, a necessidade de ser correspondida, de gostarem de mim, de me amarem como eu amava, me fez recolher todas as máscaras que eu havia abandonado e construir mais uma, uma que fosse bonita, perfeita, sem defeitos, completamente amável. Minhas personalidades já eram tantas que eu as usava de escada para meu sucesso, a cada dia eu possuía um novo degrau, quando a realidade bateu na minha porta eu já estava no degrau número 100, por isso, a queda foi muito maior do que eu esperava.
Foi caindo que eu aprendi a me levantar, foi estando embaixo que eu percebi meus erros, vi exatamente onde eu estava pecando, em deixar de ser eu mesma.
Preciso confessar que nunca deixei de usar minhas máscaras, mas aprendi que eu não era a única, que todos temos defeitos e que está tudo bem, que devem me amar sem a necessidade de máscaras, que o amor verdadeiro precisa criar raízes fortes capazes de penetrar entre as suas cem faces.
Foram precisos alguns anos para que sunghoon aprendesse isso, mas o tempo valeu a pena, ele pôde seguir em frente, entender o que ele realmente queria da vida dele, o que valia o esforço e o que não valia.
Logo depois que sunoo o deixou, ele passou a pensar mais sobre tudo o que o mais novo havia lhe ensinado e começou a analisar suas opções, terminar a escola já estava fora de cogitação, ele precisaria passar por um semestre completo novamente para ser capaz de se formar e nada mais na escola fazia o mesmo sentido, por isso ele descartou essa opção.
Passaram-se alguns meses até que ele tivesse em mente o que ele realmente queria, o primeiro passo foi largar o crime, de forma que também convencesse os garotos a largarem essa vida. O segundo passo foi descobrir o que ele realmente amava, essa foi mais difícil, ele amava sunoo, mas isso não vinha ao caso.
Foi quando em uma noite de caminhada ele viu que uma competição de patinação no gelo aconteceria em alguns meses. Bom, o premio era uma grana legal, ele não tinha nada mais que valesse a pena, então conversou com os meninos e sua decisão foi apoiada. Assim, ele treinou dia e noite por três meses seguidos, era o que estava lhe fazendo bem, o que lhe permitia sorrir todos os dias e saber que estava seguindo em frente.
Aquela competição em questão teve muita influência sobre si, por ser uma disputa amadora a concorrência não era muito desafiadora. Ele ganhou aquela competição e foi sem dúvida gratificante, mas por que parar por ali? Nem fazia sentido desperdiçar seu talento, por isso continuou participando de pequenas competições, até o pouco não lhe satisfazer mais.
Não demorou muito para que ele começasse a subir os degraus da competição no gelo, foi assim que ele chamou a atenção de Chittaphon, um tailandês que se ofereceu para ser seu treinador. Ele subia de nível aos poucos, patinar se tornou sua profissão e era incrível nisso, arrancava exclamações a cada apresentação e isso era muito bom.
Finalmente, sunghoon sentia que estava fazendo o que amava, porque amava, ele se sentia tão bem, era como se estivesse livre de uma vez por todas. Gostaria de dizer que finalmente se sentia completo, mas sabia que uma parte de si ainda estava longe.
Jay e heeseung também tomaram seus caminhos e cada um deles deu seu jeitinho de se encontrar, nunca abandonando o mais novo deles. Os mais velhos sempre o acompanharam, em cada uma das competições, sendo elas grandes ou pequenas, dentro ou fora da coreia, sunghoon havia crescido em todo e qualquer sentido e por isso agora sentiam muito orgulho dele.
O Park mal podia acreditar, quatro anos antes ele estava fugindo de uma casa em chamas e naquele momento ele estava a caminho de uma competição nacional onde ele faria a abertura dos jogos de inverno sul-coreanos, ele se sentia importante, patinadores mirins sempre vinham ao seu encontro e isso o fazia se sentir inspirador.
Já era a terceira foto que tirava a caminho do grande ginásio, o park sempre dizia que já deveria estar acostumado, mas era sempre bom ouvir pessoas que apreciavam seu trabalho.
- você continua sorrindo como um bobo, vai ficar com essa cara de pastel até quando? – jay exclamou
- aquela garotinha disse que eu sou o ídolo dela – sorria grande
- deixa ele ser feliz, jay – heeseungchamou a atenção do park mais velho
- eu só quero entender como ele continua sorrindo às oito da manhã de uma quinta, alias, esquece, minha pergunta é outra, por que raios estamos indo para o ginásio em uma manha de quinta?
- chittaphon disse que eu tenho que ensaiar para o fim de semana, a competição começa no sábado e eu tenho que fazer uma ótima abertura
- isso eu sei, branca de neve, só quero entender por que trouxe a gente junto
- porque vocês são meus melhores amigos – sorriu sem graça
- mentira, ele quer ter quem olhar na plateia, é sempre esse o motivo – heeseung tomou um gole de seu café, indiferente
- ai, sunghoon, isso ainda acontece?
- não, é claro que não, eu só chamei vocês porque queria que vissem minha coreografia antes de todo mundo, pode ser que dia tenha muita gente e vocês nem consigam assistir direito, sabe... – mentiu
- ah, entendo – jay não se deu por convencido, mas achou melhor não tocar mais na ferida aberta
Sunghoon manteve a cabeça abaixada, não disse nada pelo resto do trajeto, ria fraco de comentários que heeseung fazia, mas sabia que era apenas para elevar o clima.
Ao chegar naquele imenso ginásio, sunghoon se sentiu em casa, era sempre aquele sentimento, o frio que tomava seu corpo tomava seu estomago lhe causando uma sensação gostosa de ansiedade, esperando para saber quando poderia entrar logo naquele rinque. Era ali que se sentia bem, como se fosse seu pequeno palácio de gelo, ali ele era o rei. As vezes desejava que seu coração fosse gelado como aquele rinque.
Algumas pessoas estavam presentes, a apresentação da escola de patinadores mirins era logo após a sua, por isso, várias crianças vinham ao seu encontro, estavam ali para treinar. Chittaphon veio em sua direção pisando firme.
- finalmente, pensei que não fosse chegar nunca
- perdemos o ônibus e viemos a pé, me desculpe – sorriu sem graça
- tá bom, agora vai ensaiar e tenta não se distrair – deu de ombros
Jay e heeseung fizeram um sinal de incentivo e foram se sentar.
Ao entrar no rinque, sunghoon deu algumas voltinhas apenas para se sentir mais familiarizado, de fato aquele era bem maior que o usual, já havia visto lugares grandes em suas diversas competições, mas aquele era monumental, ele até se sentia um pouco nervoso.
Se posicionou no meio da pista, respirando fundo, olhou para seus amigos na plateia e deu um breve sorriso, checou em volta, cada um dos rostos que estavam ali, não podendo reconhecer nem um quinto deles, era decepcionante, mas já devia estar acostumado.
A verdade era que heeseung estava certo, sunghoon precisava de alguém para olhar na plateia, passavam-se os anos, mas aquele sentimento ficava.
Sunghoon sempre patinou as escondidas quando seus pais brigavam, era a forma de se sentir bem, quando achou outra forma de se sentir bem após a morte deles, ele abandonou a patinação. Porém, uma pessoa o incentivou a voltar, o disse o quanto ele era bom, o mostrou que era o que amava. Esse alguém era sunoo. A cena dos dois juntos no rinque nunca seria esquecida pelo mais velho. Quando ele voltou a patinar e competir, ele sempre olhava para a plateia, pessoas torciam e gritavam seu nome, mas ele não tinha familiares para parabeniza-lo, ou sunoo para dizer como estava orgulhoso dele, se sentia sozinho. Isso até ele ver os meninos, mas infelizmente não era a mesma coisa.
Era assim que as coisas corriam para ele, entrava no rinque, se aquecia e olhava em volta, checava todos os rostos na esperança de vê-lo, sim, era idiota porque ee sabia que sunoo não estaria ali, mas era inevitável ansiar para que ele estivesse ali, seu coração se transformava em uma fanfarra e ele se sentia nervoso. Não, ele nunca estava na plateia, e sim, sunghoon precisava de alguém por ele na plateia.
Após um breve sinal com a cabeça, sunghoon avisou que chittaphon podia dar play na música. Assim que a melodia se fez presente, o park iniciou sua coreografia.
Seus amigos já estavam acostumados, mas era sempre incrível ver a tamanha maestria com a qual sunghoon deslizava pelo gelo, fazendo aquela coreografia de maneira perfeita. O treinador parecia satisfeito, mas não surpreso, isso deixava heeseung impressionado.
O lee havia escrito aquela música exatamente para a apresentação, na verdade, ele nem acreditou quando sunghoon o pediu que escrevesse para si, pois o evento seria mundialmente transmitido, isso seria uma maneira incrível de mostrar suas musica para as pessoas. Ele se sentia feliz por isso.
Era tão bom sentir aquela sensação de liberdade, o frio gostoso que invadia sunghoon, seus movimentos lhe davam abertura para expressar tudo o que sentia, o que aquela música e coreografia causavam nele.
“loving you, i found me, even when you tell we weren’t meant to be
I’m by my own, just a half of me, you left me between the flames and tears
One more time, seeing you once again would be enough for me
Sharing a heart with a ghost, is so goddamn threatening”
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Your 100 Faces
General FictionDe todos os sonhos, Park Sunghoon tinha o mais ambicioso dele, ele queria ser rico, muito rico. As forças do universo não colaboravam consigo, por isso, o mundo do crime se tornou o caminho mais acessível para esse sonho e, diante dos muitos golpes...