Rebuilding

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HERMIONE

DOMINGO

Abri os olhos e a única coisa que eu consegui ver precariamente fora o teto desconhecido, ele era branco e alto, um pé direito muito alto para minha casa localizada em Derbyshire. Lembro-me de ter ido nessa cidadezinha com os meus pais para um velório um tanto quanto estranho de uma tia avo do meu pai que havia falecido de velhice.

Eu estava com quatorze anos e na época eu apenas pensava que aquele minúsculo lugar seria perfeito para quem procurasse sossego e tranqüilidade ou para quem quisesse se esconder do mundo real.

Não funcionou para mim.

Voltando a fechar meus olhos ainda pesados por um sono quase patológico, puxei o ar para os meus pulmões de os liberei lentamente, sentindo o oxigênio ser expelido do meu corpo causando um leve relaxamento em meus músculos, fiz isso algumas vezes antes de voltar a abrir os olhos ainda fixando minha visão no teto daquele quarto.

Eu sentia meu corpo amortecido de qualquer sentimento, apenas a sensação de leveza e vazio preenchia meu ser. Não era ruim, mas também não era bom. Eu precisava me mexer me livrar daquela letargia em meus membros então lentamente concentrei em meus dedos da mão direita os mexendo minimamente com algum sacrifício, essa pequena ação parece ter exaurido toda a minha energia.

Fechei os olhos novamente apertando minhas pálpebras tentando me concentrar em cada parte do meu corpo, tudo parecia intacto, mas ainda faltava algo. Desistindo de me manter concentrada voltei a fixar meus olhos no teto. Puxando o Maximo de ar que eu consegui para dentro o deixando sair depois lento e calmo. Reunindo um pouco de coragem para o movimento virei minha cabeça contra o travesseiro macio e perfumado, deixando meus olhos vagarem pelo cômodo. Eu estava na mansão Malfoy... ainda.

Examinei o luxuoso cômodo atentamente, pensando que tudo nele era espetacularmente elegante e rico, com um estilo equilibrado entre o barroco e o moderno. O quarto era claro, muito, e a iluminação natural era uma adição incrível ao ambiente. Deixei minha atenção sobre cair nas cortinas que estavam parcialmente abertas deixando a luz que vinha das enormes portas de vidro da varanda invadisse o quarto formando uma bela representação de todas as cores claras do quarto e a pequena ante sala. Na pequena sala que era separada do quarto por belos arcos em mármore branco, ostentava duas poltronas e uma pequena mesa de centro em frente a uma enorme lareira também em mármore, o quarto era composto por uma penteadeira branca, a cama estupidamente grande e confortável e dois criados mudos localizados um em cada lado da mesma com belas luminárias, tudo era nas cores branca, bege e dourado, respeitando o estilo barroco do quarto com sutis toques modernos incluindo os papeis de parede e objetos de decorações simples e imparciais o tornando elegante e acolhedor.

Soltando um suspiro silencioso inclinei mais um pouco minha cabeça com um leve protesto pela dor auto-infligida em meu pescoço por falta de movimento há bastante tempo. Fiquei surpresa quando encontrei um pequeno corpo adormecido ao meu lado. Scorpius estava em um sono profundo com o rosto levemente virado para as portas da varanda e o sol batendo diretamente nele, sorrindo fiquei por alguns minutos estudando seu rostinho inocente e infantil. Seus cabelos prateados estavam jogados contra o lençol branco, suas bochechas rosadas devido ao sono, seus lábios ligeiramente abertos, seu narizinho fino e arrebitado, queixo ainda que mantivesse a aparência arredondada dos traços infantis era bastante obvio que se tornaria igualmente pontudo e forte, pele pálida... sem duvidas um pequeno Malfoy, sua mãozinha direita estava por cima de seu estomago enquanto a esquerda estava fechada em punho próximo ao seu rosto, suas pernas cruzadas na altura do tornozelo e um livro pousado em seu colo, aparentemente ele pegou no sono lendo. Tudo nele exalava paz e inocência enchendo-me de carinho e aquecendo meu coração.

Ocean Eyes - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora