It's goal is to be well... The end pt 1

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Quarta-feira, 22 de outubro.

A Catalepsia projetiva ou a Paralisia do sono por muito tempo foi um tabu bastante discutido entre cientistas neurais e esotéricos. Essa discussão se arrastou por anos onde a guerra entre a lógica e o inexplicável se batiam de forma agressiva, mas a verdade é que ninguém nunca chegou a qualquer conclusão.

De fato, existe um trabalho cerebral quando nosso corpo entra em descanso, caso contrário estaríamos mortos ou em um estado vegetativo temporário, o que não é o caso. O que jamais qualquer cientista conseguiu provar é como as pessoas que afirmam ter estado nessa situação conseguem relatar com detalhes incríveis o que aconteceu ou irá acontecer, e é aí que entra o esoterismo afirmando que nosso espírito pode se desprender brevemente da carne para vagar entre os planos.

Uma tolice? Talvez...

A verdade é que nesse momento eu me encontrava parada no meio do plano terrestre. E eu não me movia, não falava, não respirava eu nem mesmo ousava a pensar. Tudo que eu conseguia fazer era coexistir com a terra abaixo dos meu pés, e ainda assim eu me sentia em uma espécie de dormência geral, eu sabia que o vento estava batendo forte em meus cabelos, que algumas folhas estavam se prendendo nas minhas pernas, que Narcissa estava firmemente com seu braço direito entrelaçado ao meu esquerdo, que meus dedos da mão direita estava perfurando o couro da bolsa que eu ganhei no meu vigésimo terceiro aniversário de Ginny e tinha plena consciência de que meu rosto estava tão seco quanto estivera essa manhã quanto essa manhã.

Não havia lagrimas escorrendo pela pele pálida de aspecto pouco saudável. Não.

O que se encontrava agora, aqui parada no meio desse cemitério abarrotado de gente é uma pessoa que foi obrigada a erguer pesadas barreiras de aço entre os sentimentos e as pessoas. E eu só posso culpar uma pessoa para tudo isso.

Eu mesma.

Se eu tivesse sido mais forte, mais independente, mais firme nas minhas escolhas eu não estaria assistindo um funeral como se fosse uma segunda pessoa em um plano astral, vendo e ouvindo tudo de longe, como se fosse um eco longínquo a qual não faço qualquer parte.

Uma mentira, tudo isso que estava acontecendo era uma mentira. Iniciou em mentira, permaneceu em mentira e estava finalmente acabando em mentira.

As pessoas estavam em volta do caixão aos montes, algumas até mesmo choravam de forma dolorosa, como se um ente muito querido tivesse partido, mas mesmo da distância que eu me encontrava eu poderia contar as verdadeiras lagrimas nos dedos de uma única mão. A dor verdadeira era possível ver em nos senhores Weasleys e em alguns irmãos. Ginny estava claramente triste, porém seu olhar era duro, como se sentisse um pesar por uma vida perdida, porém nada a mais, Charlie e Percy tentavam confortar seus pais da melhor forma, mas seus olhares eram divididos entre ressentimento e dor, George segurava a pequena mãozinha de Rose com pesar e sua dor era mais por ter perdido mais um irmão, Bill se manteve firme ao lado de Fleur que olhava desgostosa para todo o espetáculo. Padma era uma rocha, seu olhar frio acompanhava a descida de seu caixão como se quisesse confirmar que aquele era o fim, Hugo estava em seu colo olhando em volta para todos com uma expressão perdida.

Quando finalmente as pessoas começaram a se dissipar, apenas Molly, Arthur e Charlie ficaram para trás. Passaram para Molly a mesma História que contaram a imprensa, houve um motim e um dos presos estava portando um objeto cortante que acabou sendo enterrado no pescoço de Ron. A omissão era que não houve motim algum, um guarda muito confuso fez cometeu o crime e os presos no momento estavam todos em suas celas, aguardando ansiosamente por suas “refeições”, se é que aquela coisa pastosa poderia ser chamada de refeição.

Todos os guardas estavam em investigação, suas varinhas estavam sendo examinadas, mas até o momento não houve qualquer indício de magia negra e o guarda com aquela adaga fora obliviado, levando os aurores do caso a um beco sem saída. Ninguém sabe onde a lâmina fora parar, ou ninguém quer assumir seu paradeiro, mas fato é que ela existe e eu a vi.

Quando Molly se despediu eu e Narcissa nos aproximamos de onde uma lapide havia acabado de ser fincada, tudo que estava escrito sobre a pedra fria e escura era uma camada fina e superficial de quem ele era. E aquilo me enojava, pois todos os elogios poderiam ser associados a criança de doze anos, mas nenhuma palavra era compatível ao homem de quase trinta, mas ali debaixo de sete palmos estava o monstro dos meus becos escuros, o monstro das salas vazias, o monstro de tarde da noite, o monstro que fez com que eu temesse minha própria imagem.

Olhando friamente para o monte de terra tentei puxar qualquer pesar, qualquer sentimento de tristeza e dor por aquela pessoa que considerei por anos meu melhor amigo, mas não havia absolutamente nada, apenas uma sensação fria de alívio e leveza. Alívio por não mais precisar desviar meu caminho quando o encontrasse sozinha, por não mais temer estar sozinha nos lugares, alívio por não mais ter que sentir seus dedos roçando em minha pele e ouvir suas sugestões sujas de um passado doloroso. E leveza por finalmente poder estar livre dos sentimentos opressores que me mantinham presa a mim mesma, por estar livre daquele sentimento de estar solitária o tempo todo, o sentimento de estar sempre dando e nunca recebendo, o sentimento de ser apenas o estepe que ele incutiu durante todos esses anos.

Eu ainda tinha um longo caminho pela frente até me livrar de cada resquício de menosprezo, abandono e traição, mas eu estava me fortalecendo.

E esse era seu fim.

E como as fênix eu ressurgiria das cinzas.

E esse seria meu recomeço.

Com uma última olhada para aquela pedra fria, voltei meu olhar para Narcissa.

-- Estou pronta!

Acenando positivamente ela concordou um sorriso conhecedor. Essas palavras não eram apenas a afirmação de já poderíamos ir embora. Ela sabia melhor. Ela sabia que era eu tomando a decisão de assumir o controle da minha própria vida e voltar a vive-la.

Sem olhar para trás, andamos calmamente até o ponto de aparatação.

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Sexta feira, 31 de outubro.

-- Ela é linda Gin... – Falei ninando a pequenina em meu colo.

Lilian Luna Potter veio ao mundo perfeitamente saudável e com os pulmões fortes, assim como sua mãe, seus gritos fortes podiam ser ouvidos por qualquer um que passasse perto da casa dos Potters.

-- Oh! Mal posso esperar para ver a cor de seus olhos! – Ginny falou radiante.
-- Seus olhos? – Perguntei confusa, olhando para seus olhinhos ainda fechados e inchados.

-- Apostei com Harry que ela teria minhas características e ele discordou. – Ela passou a mão nos ralos cabelos avermelhados de Lily. – Bem... Estou com a metade da aposta ganha, se ela tiver olhos castanhos viajaremos para o Caribe no verão.

Rindo das apostas entre Harry e Ginny apenas balancei a cabeça negativamente.

-- Acho que ela terá belos olhos castanhos! – Luna confirmou sorrindo enquanto ajustava sua fantasia multicolorida.

-- Eu ouvi isso!!! – Harry gritou do corredor.

Caímos na risada enquanto Ginny apenas comemorava silenciosamente deitada sobre os travesseiros. Ginny havia entrado em trabalho de parto as 20:00h, estávamos todos no largo grimmauld em uma pequena comemoração pelo Samhain, as crianças e Luna se fantasiaram e comeram o máximo de doces possível, enquanto os adultos conversavam entre bebidas evitando o elefante na sala que era a recente morte de Ron, quando Ginny perturbadoramente se inclinou sobre sua barriga distendida e puxou o máximo de ar que conseguia enquanto uma poça de água se formava aos seus pés.

Quando seus olhos se encontraram com o de Harry, uma comoção se iniciou na velha casa. Molly que ainda se encontrava abatida pela perda recente do seu filho mais novo, despertou como se tivesse sido reanimada por uma onda de choque, distribuindo comandos ela fez com que todos se tornassem uteis e dispensou todos os homens que se entreolhavam assustados como se estivessem encarando seus bichos papões.

Foram três horas de trabalho de parto que Ginny se manteve calma apesar da dor. Então as 23:02 da noite Lily nasceu enquanto sua mãe amaldiçoava Harry e esmagava minha mão e de Pansy em seu último empurrão.

Os minutos seguintes consistiu em limpar Lilly e Ginny.

Molly recusou minha ajuda ainda me lançando olhares acusatórios devido a tudo que aconteceu nas últimas semanas, eu realmente consigo entender seu lado, então apenas deixei de lado. Não é uma situação a qual a racionalidade seja proeminente.

Sendo assim troquei um olhar significativo com Daphne e Luna que se prontificaram imediatamente a auxiliá-la. Suspirando entreguei Lilly para Ginny e permaneci expectante de tudo que estava acontecendo ao meu redor.

Observei atentamente quando Harry entrou no quarto e por um segundo senti uma pontada de inveja, o amor e a família que eles construíram era lindo e me fez desejar ter a mesma coisa. O olhar que Ginny lançava sobre Harry segurando desajeitadamente sua filha no colo era de pura adoração e eu reconhecia esse olhar, é tão parecido, mas também tão diferente.

Meu coração era igualmente preenchido pelo sentimento materno incondicional que eu sentia por Scorpius, mas aquele sentimento destinado ao progenitor me era estranho e fortemente barrado por minha própria incapacidade de compreender e aceitar qualquer sentimento romântico no momento. E apenas o fato de reconhecer isso já faz com que eu coloque o pé no chão e faça dissipar aquela vontade irracional de ter a mesma coisa que meus amigos construíram, pelo menos por ora.

Sorrindo para a bolha de amor que os cercavam, sai do quarto para me encontrar com Scor tendo a certeza de que eles ficariam bem.

Topando com Molly pelo corredor a vi enxugar as lagrimas enquanto olhava para dentro do quarto, quando seus olhos se encontraram com os meus, era possível ver seu ressentimento e culpa, mas também o carinho típico de uma mãe zelosa por mim. Então eu soube que todos ficariam bem... eventualmente, devemos apenas dar tempo ao tempo.


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Os dias estavam passando rápido, nem tudo estava sendo fácil, mas ainda assim eu conseguia me mover lentamente. As mudanças não foram poucas e ainda assim muito necessárias, atualmente meu maior desafio era passar por tudo que eu tinha percorrido e tentar consertar todos os danos.

Nessa nova jornada eu estava tendo um apoio quase incondicional de Narcissa, Pansy e Harry, que após seu breve momento de luto, conseguiu ver além da sua dor. Scorpius era sem dúvida meu impulso diário para tudo, me fazendo querer sempre estar melhor para conseguir lhe oferecer o melhor. Ginny apesar de estar visivelmente cansada me oferecia sua irmandade, isso incluía me dar alguns belos tapas para tirar minha própria cabeça da minha bunda. Luna como sempre era o elo entre mim e meus sonhos mais loucos, que nesse momento veio por meio de um projeto sobre um abrigo de segurança para mulheres agredidas, era inacreditável como a lei bruxa simplesmente passava por cima disso, como se fosse algo de pouca ou nenhuma importância. Daphne era o caos com seu casamento próximo e nos arrastava junto nos fazendo mergulhar de cabeça em seus projetos, estranhamente isso me fazia sair dos meus próprios problemas. Theo continuava a monitorar minha saúde e estava extremamente zangado com a minha total incapacidade de reconhecer que eu preciso ir devagar, Blasio por outro lado era o oposto, me puxando para toda a correria do ministério, assim como Kingsley que cada vez mais me empurrava para seus afazeres com a clara intensão para o que estava por vir.

Minhas aulas sobre a cultura e costumes puro sangue com Andromeda é inesperadamente agradável, tendo como companhia Teddy e Scorpius como colegas de estudos, tornaram as coisas mais fáceis para entender e respeitar algumas das bases solidas da cultura a qual Andromeda vem abordando fortemente em nossas analises, é claro que não temos muito com o que trabalhar, estamos apenas aprendendo sobre o inicio de tudo, o que torna tudo muito gratificante, saber onde tudo iniciou, onde os ideias se tornaram um estilo de vida e a evolução, mas perceptível que o que conhecemos hoje, o que acreditamos e o que nos baseamos não arranha nem mesmo a superfície do que realmente é. E no momento me sinto indignada por ter sido altamente enganada.

A doutora Smith esta empolgada com os meus projetos e o estudo da cultura puro sangue, ela diz que isso pode me ajudar de muitas formas, inclusive referente a aceitação do meu papel na sociedade, não como apenas a amiga do menino que sobreviveu, mas também como Hermione Granger. Venho percebendo que nas sessões ela esta cada vez menos branda e mais agressiva em sua abordagem para o passado, e isso vem me incomodando, me tirando do morno, me levando até mesmo a tentar cancelar nossas consultas, porém em um belo sábado frio fingindo ignorância sobre a sessão do dia enquanto regava as flores do jardim da frente, dois Malfoys igualmente vestidos de preto e carrancas mal-humoradas aparataram diretamente em meu portão, me causando um pequeno infarto. Não houve muita conversa, Scorpius saiu do colo do seu pai me dando um abraço típico dele e Malfoy apenas falou gélido como tempo “você está atrasada para sua consulta.” Eu ainda tentei retrucar, mas receber do dois o mesmo olhar congelante desmotivou meu ato de rebeldia.

Naquele mesmo dia pai e filho me acompanharam ao consultório e ficaram na sala de espera o tempo todo. No final da consulta que foi particularmente difícil, pois a doutora insistiu que eu falasse sobre os anos em Hogwarts, o que me levou diretamente para a minha dificuldade em cultivar amizades e minha extrema dependência afetiva com Harry e Ron, então houve muitas lagrimas e muita vontade de me voltar novamente para dentro de mim mesma, o que definitivamente ela não permitiu.

Ao sair da sala com os olhos inchados e o nariz vermelho de chorar fui acolhida por pequenos braços ao redor da minha cintura. Recebendo todo o seu conforto apenas me curvei sobre ele me beneficiando de todo o seu carinho. Me perguntando se Malfoy havia pedido que Scorpius fizesse isso ou se ele realmente estava mostrando sua empatia.

Malfoy apenas nos olhava de forma analítica enquanto esperava que eu me acalmasse antes de informar que estaríamos almoçando no beco diagonal. Atravessamos o beco juntos, Scorpius segurava minha mão de forma possessiva enquanto falava os ensaios de uma apresentação que teriam na escola para o Natal, eu e Malfoy apenas ouvíamos concordando e fazendo breves pergunta para mantê-lo falando. Era estranho andar ao lado de Malfoy tão publicamente, atraiamos muita atenção indesejada, O Enorme e Malvado comensal da morte e a Pequena Nascida trouxa heroína de guerra dourada. O beco estava cheio devido as férias de final de ano, com todas as famílias saindo para comprar os presentes, e isso acabou nos rendendo vários olhares, sussurros e especulações, principalmente após todo o ocorrido das últimas semanas. Era possível afirmar que Malfoy estava terrivelmente desconfortável, sua mandíbula travada de forma tensa, a mão por baixo das vestes claramente segurando sua varinha no coldre, sua postura ereta e orgulhosa da maneira mais rígida possível e um olhar afiado que dizia a todos para manter distância. Scorpius estava entre nós alheio a todos os olhares surpresos enquanto eu apenas tentava me manter firme sob os olhares de julgamento.

Quando entramos no pequeno café do outro lado do beco de frente com a Florean Fortescue inevitavelmente relaxamos por sair do campo de visão dos curiosos. Fomos atendidos por uma garota extremamente gentil principalmente com Malfoy que não percebeu suas investidas ou foi discreto ao dispensá-la. Foi um almoço tranquilo, eu e Scorpius ficamos com chocolate quente e sanduiches de queijo quente com tomates e orégano enquanto Malfoy pediu um Café Irlandês e um croissant de manteiga. Nossa conversa foi leve girando em torno de Scorpius até que Malfoy pediu a seu filho para ir até a vitrine escolher alguma sobremesa. Foi naquela tarde que ele informou que estaria se mudando para a França por um tempo.

Após ele despejar a notícia um silencio realmente terrível fez morada entre nós enquanto eu absorvia tudo da pior forma possível. Eu apenas fiquei lá olhando para a sua cara com a boca aberta e a garganta se fechando em desespero por estar perdendo alguém que até o momento não sabia ter tanta importância na minha vida, e então cada pedacinho de momento passado ao seu lado me pareceu especialmente fundamental para mim, algo que eu não poderia abrir mão, uma mistura de necessidade e desejo. Então balbuciando como um peixe fora da água perguntei por que, sua explicação foi profissional, ele precisaria estar presente na reabertura da exportadora, mas que ele estaria sempre por perto, até mesmo porque Scorpius permaneceria na Grã-Bretanha junto de Narcissa, principalmente agora que Alvo estaria entrando na escola junto a ele.

Ele me descreveu todo o seu plano e como funcionaria a longo prazo, mas tudo que eu conseguia assimilar é que eu estava perdendo mais uma pessoa na minha vida, que eu não teria mais nossas conversas profissionais na minha sala enquanto ele mexe nas coisas em minha mesa, que não nos provocaríamos com respostas acidas nos jantares de sexta com Narcissa, não estaríamos mais sentados juntos na biblioteca lendo sobre leis antigas enquanto tomávamos chá, eu não o veria mais transitando pelo ministério com suas vestes dramáticas, não me perderia em pensamentos analíticos enquanto sua voz quebrava o silencio em seus monólogos frios e práticos. Eu o perderia.

Isso me causou um ataque de pânico punitivo. Eu tentava a todo custo fazer com que o ar penetrasse m meus pulmões enquanto ele pedia que eu não me preocupasse, pois ele estaria na em sua cadeira como lorde das três casas que o título lhe pertencia, votando contra a lei do casamento logo após as férias de final de ano. Eu ouvia a tudo silenciosa, absorvendo a dor do abandono e rejeição, quando fui atingida com a percepção do quão egoísta eu estava sendo.

Sentindo o gosto amargo admiti internamente que eu era a pessoa mais egoísta já conhecida, eu apenas pensava: Eu, eu, eu, eu...

Foi quando o sapato caiu. Mas e ele? O que ele estava ganhando com isso? O que ele estava recebendo?

A resposta era, Nada!

Ele estava fazendo muito mais do que qualquer um jamais fizera por mim, e mesmo assim o que eu tinha a oferecê-lo? Apenas uma amizade difícil e cheia de complexos? Uma paixão platônica afogada em traumas?

Ele merecia mais, ele merecia mais que uma pessoa emocionalmente fodida, e no momento isso era tudo que eu era. Então atingindo o fingimento máximo de plenitude, apenas sorri e concordei, oferecendo-lhe toda minha hipocrisia ao dizer-lhe que ficaria bem, que estava bem, quando tudo que eu conseguia era sentir exatamente ao contrário, sentindo meu interior ruir.

Naquela noite quando coloquei minha cabeça no travesseiro após confirmar que Scorpius realmente estava dormindo, vasculhei todos os meus sentimentos e percebi a desordem que se encontravam, parei de bloquear os sentimentos que teimavam em assombrar e os deixei vir à tona.

Chegando à conclusão de que a doutora Smith estava correta e eu precisava me permitir sentir, e foi assim com o travesseiro em meu rosto sufocando meus gritos eu chorei, e apenas por hoje me deixei gritar e chorar por toda perda, pela morte de uma vida, por amizades estremecidas, por um sentimento crescente que me causava medo, pela incapacidade de receber e retribuir aquele sentimento, pelo meu egoísmo em não querer me afastar e ser afastada.

Então apenas por hoje me deixei levar, com a meta de que amanhã seria ficar bem, sem depender emocionalmente de ninguém.















 
Ola,

Primeiramente gostaria de agradecer cada leitora linda que teve a paciência de aguardar por esse capitulo.

Agora quero me desculpar por isso, e pois eu realmente lutei até o fim com esse capitulo, pois é desfecho que eu particularmente falando achei difícil de fazer por ter ficado muita coisa em aberto que passarei a abordar desde o inicio do próximo capitulo.

Eu tentei o meu melhor, mas ainda não acho estar perfeito... enfim...

Se não for pedir muito, favoritem, comentem, me falem o que acham, me contem vossos pensamentos...

Ocean Eyes - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora