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BAZ

Nós sentamos nos degraus da escada de entrada e aqui fora é um pouco mais fácil de respirar. Agatha enlaça o braço no meu e deita a cabeça em meu ombro. Ficamos em silêncio por incontáveis minutos.

– Lembra da vez que Ginger precisou ficar internada e nada que fizessem melhorava o estado dela? – ela pergunta.

– Lembro.

– Eu fiquei tão desesperada... fiquei com tanto medo...

– Eu sei. Fiquei preocupado com você. E com ela, lógico.

– Bom, é a minha vez de ficar preocupada em dobro então – eu não respondo. – O que você disse pro Lamb?

– Disse que precisava vir. Ele leu as mensagens no meu celular. Me falou algumas coisas...

– E...?

– Pergunte logo, Agatha.

– Vocês terminaram?

– Não acho que hajam chances de reatar depois de hoje.

– Pois aleluia! – a forma que ela diz quase me arranca um sorriso. – Ele não te fazia bem, Baz.

– No começo, sim.

– Nem no começo, nem em momento nenhum! Você sabe disso – engulo em seco. – Porque insistiu tanto, mesmo depois daquilo? – contei a ela sobre ele ter me traído, mas não contei porque ele me confessou isso.

– Porque achei que valia a pena tentar.

Tyrannus... – ela parece minha madrasta quando fala nesse tom.

– Você sabe o porquê, Wellbelove.

– Você ainda não está pronto pra me dizer? – eu respiro fundo. Ela está praticamente abraçando meu braço, ainda encostada em mim.

– Eu insisti com o Lamb porque achei que isso me faria esquece-lo de uma vez. O Snow – acrescento baixo. Meu coração quase escapando do peito.

– Eu sinto que isso tudo foi meio culpa minha... você e o Lamb, enfim... – ela fala após um tempo.

– O quê? Por quê?

– Eu que inventei de conseguir o Simon como seu par, não foi?

– Ah. Mas quem entrou em pânico e começou a fazer merda atrás de merda foi eu.

– Não queria te machucar...

– Para com isso, Wellbelove, não quero te dar um terceiro fora – isso a faz rir um pouco.

– Mas é sério. Não achei que esse reencontro fosse bagunçar tanto assim a sua vida.

– Ags...

– Hm?

– Ele não te contou nada mesmo sobre aquela noite, né? – ela se endireita, ainda sem largar meu braço.

– Ah não! O que vocês esconderam de mim?!

– Ele me beijou – digo, sem mais cerimônias.

– O QUÊ?

– Que bom que estamos na porta do hospital, assim talvez consigam recuperar meu tímpano.

– Tyrannus Basilton Grimm-Pitch! Como assim vocês se beijaram?!

Ele me beijou. E teve mais...

– MEU DEUS!

– Eu conto se você parar de gritar no meu ouvido.

scones de cerejaOnde histórias criam vida. Descubra agora