— Jorge não é assim que se faz panquecas. — Escuto minha mãe repreender Jorge ao descer os últimos três lances de escada.
— Por que vocês já estão brigando? — Questiono, deixando a minha bolsa sobre a cadeira ao lado da minha.
— Jorge não sabe fazer panquecas.
— Eu saberia se você me ensinasse.
— Eu já te ensinei você quem não quis aprender.
— Não ensinou não.
— Ensinei sim.
— Não ensinou.
— Ensinei.
Carolina e Jorge travaram uma batalha no meio da cozinha. Minha mãe nunca ensinou Jorge a fazer uma panqueca e disso eu me lembro muito bem, pois ele quem pediu para ela ensinar.
— Vou me intrometer na briga de vocês. — Afirmo pegando um copo.
— Que bom. — Minha mãe sorri. — Você vai ver que está errado. — Ela cruza os braços encarando Jorge, que segura muito mal a sua risada.
— Jorge pediu para você ensina-lo a fazer panquecas, mas você esqueceu mãe.
— O que? Isso é mentira. Os dois estão de complô sobre mim.
— O que? Não estamos fazendo nada disso. Mãe você se lembra exatamente quando Jorge lhe pediu para você ensina-lo a fazer panquecas?
— Sim, dois meses antes das suas férias, e... Oh! Deus, eu não ensinei. Jorge, me desculpa.
Ri.
— Você já está louca da cabeça.
— Está mesmo. — Jorge confirma se afastando de Carolina e se sentando para tomar o seu café.
— Há, há. Muito engraçado, vocês dois. Está animada para o seu último semestre?
— Normal. — Dou de ombros.
— Como assim, normal? Não está nervosa com as provas?
— Não.
— Tem certeza?
— Sim.
— Ana, você é tão... problemática. No meu último semestre quase arrancei os meus cabelos.
Jorge sorri.
— Podemos imaginar.
— O que quer dizer com isso, senhor?
— Nada.
— Nada, sei. Enfim, por mais que eu saiba que a minha filhota vai passar em todas as provas, eu fico apreensiva. Por mais que essa sua escolha estranha de carreira seja... estranha, eu torço por você.
— Não é estranho a minha escolha.
— Na verdade é, mas como eu disse eu torço por você. — Ela sorri. Reviro os meus olhos. — Nossa, nem acredito que você voltou das suas férias. — Suspira. — Falando em férias você não nos contou absolutamente nada do que fez em Paris.
De novo esse assunto.
— Eu contei sim, em todas as ligações que fizemos.
— Não foram tantas assim, umas quatro?
— Carolina ela estava se divertindo — Jorge me defende.
— Mesmo assim, dava tempo de me ligar, a não ser que...
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Reta Final • As Cores Do Perdão • Livro II • Trilogia Envolvida
RomanceDepois de um longe período de férias emocionantes em Paris, Ana está de volta a Nova Iorque com um belo sorriso em seu rosto, mas de coração partido. As últimas palavras atrozes que ouviu do homem que ama não sei de sua cabeça, principalmente a pa...