— Que linda. — Jorge sorriu ao se esbarrar comigo na porta da cozinha.
— Obrigada, Jorge. Mas foi a Fany quem fez esse milagre.
Jorge me encara como se estivesse tentando entender como Fany conseguiu me deixar um quase cinderela estando a milhas de distância.
— Video chamada.
— Oh! Tá. Você me assustou, pensei que ela estivesse aqui. Não a vi entrar e nem escutei a voz dela. Agora está explicado. Vai a uma festa da fraternidade?
— Não.
Entramos na cozinha. Minha mãe me encara de soslaio sem dizer absolutamente nada. Ela estava tão séria e aborrecida.
— Isso é mais do que preocupante.
— Porque? — Questiono encarando a minha mãe esperando um movimento ou outro olhar sério e aborrecido.
— Porque você nunca sai de casa, não sei porque eu fiz aquela pergunta. Você também não vai em festas da faculdade.
— Fui só em uma.
— Hm...— Jorge fica pensativo.
— Isso vai mudar agora que ela tem um namoradinho. — Disse minha mãe irônica.
Suspiro. Ela vai passar a me tratar assim? Como se eu fosse uma pessoa que só fez escolhas erradas na vida e merece a frieza e o desprezos dos outros sem ao menos ter uma segunda chance?
— Richard? — Jorge me encara surpreso.
— Não. — Franzo o cenho.
Eu não estou irritada eu apenas estou surpresa por Jorge achar que eu namoraria, o meu próprio professor.
— Algo pior do que isso. — Respondeu minha mãe.
— Ele...não é tão ruim assim. — Tento defender Antonie.
Jorge ficou me encarando e encarando a minha mãe que desta vez está de frente para nós dois enxugando as mãos.
— Você...está namorando alguém que eu não conheça? Agora eu mudei de ideia. Você está bem? Às vezes você caiu e bateu a cabeça e não se lembra de nada. — Brinca Jorge mesmo percebendo o clima tenso entre eu e Carolina.
— Você não o conhece. — Afirma Carolina.
— Oh! Entendi, a mãe deveria conhecer primeiro depois o padrasto que sou eu. Sem ressentimentos.
— Jorge, não se sinta excluído eu vou apresenta-lo a você.
— Onde? — Questionou minha mãe me encarando.
— Quando marcarmos um almoço em família?
— Esse cara não vai pisar na minha casa.
Jorge fez uma expressão " Nossa, ela está namorando um drogado? "
— Ela está namorando um drogado? Eu não tenho nada contra, Aninha, aliás eu sou a favor de uma segunda chance.
— Viu até ele é a favor de uma segunda chance. — Arqueio uma das minhas sobrancelhas para a minha mãe.
— Até ele saber da verdade.
Suspiro olhando para baixo.
— Mãe, você não vai mudar a minha escolha falando essas coisas ou impedindo Antonie a entrar dentro de casa. Se você quiser eu me mudo só para você se sentir melhor.
— Então se mude.
O que? Será que eu limpei os meus ouvidos direito? Essas palavras frias saíram da boca da minha própria mãe? Onde está aquela mãe que me acorrentaria nos pés da minha cama e me trancaria no quarto só para eu não sair de casa?
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Reta Final • As Cores Do Perdão • Livro II • Trilogia Envolvida
RomanceDepois de um longe período de férias emocionantes em Paris, Ana está de volta a Nova Iorque com um belo sorriso em seu rosto, mas de coração partido. As últimas palavras atrozes que ouviu do homem que ama não sei de sua cabeça, principalmente a pa...