Capítulo 18

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— O que houve? — Questionou Charlotte enquanto nós dois nos aproximávamos um do outro.

— Nada. Porque?

— Ana e o professor foram embora, como se estivessem fugindo da polícia. Eles mal se despediram de mim.

— Não sei o que pode ter acontecido.

— Você não encontrou eles por um acaso quando estava vindo do banheiro?

— Não. Eles saíram antes.

— Estranho.

— Pois é.

— Vamos nos sentar?

— Acho melhor irmos embora. — Digo encarando a porta de saída.

Eu não quero mais ficar aqui, não tenho mais razão para comemorar absolutamente nada. Se eu fosse o Antonie de dois meses atrás, eu seria o último a sair dessa boate, mas eu não sou mais.

— Não acho. Viemos aqui para comemorar.

— Nós já fizemos isso.

— Podemos continuar.

— Charlotte, eu não quero ser indelicado, mas eu quero ir embora. Não estou no clima para festas.

— Você nunca esteve não é mesmo? Desde o primeiro momento do que eu te convidei.

Não respondo, mas a minha expressão e o meu olhar falam por si só.

Saímos da boate. Olho de um lado para o outro na esperança de encontrar Ana e Richard discutindo o que aconteceu entre eu e ela no banheiro, como se ela tivesse que dar qualquer explicação para ele. Os dois não estão juntos, prova disso foi ela ter ficado comigo. Primeiro, eu não a forcei. Segundo, Ana tem os seus princípios que eu conheço muito bem, e se ela estivesse com aquele imbecil teria chutado o meu saco com toda a sua força.

— Me leva de volta para a galeria, o meu carro está lá.

— Não quer que eu te levo para a sua casa? Amanhã eu pego você.

— Não quero, obrigada. — Respondeu rispidamente.

Seguimos de volta para a galeria.

— Entregue. — Dou um leve sorriso.

— Obrigada. — Charlotte abra a porta do carro. — Me desculpa por forçar você a ir na boate comigo. Eu só queria uma companhia, a sua companhia.

Que maravilha, eu fiz duas merdas em uma noite só. Charlotte não tem culpa do meu estado decadente. Eu a transformei praticamente no vilão da história.

— Eu quem devo pedir desculpas. Eu não ando mais tendo aquele animo que eu tinha. Acho que é a idade. Estou ficando velho. — Tento brincar.

Charlotte dá um leve sorriso.

— Pode ser. Nos vemos amanhã então?

— Sim.

— Boa noite, Antonie.

— Boa noite, Charlotte.

Viro o meu rosto, com o olhar voltado para a rua, esperando ouvir a porta do carro se fechar, quando de repente sinto lábios tocarem o meu rosto. Viro o meu rosto, assustado com a atitude de Charlotte, que sorria para mim serenamente.

Espero que tenha sido apenas um beijo, sem qualquer intenção. Não poderei dar a ela o que deseja, não nesse momento.

Cinco minutos depois eu estava dentro do meu quarto no Plaza, observando as arvores e o lago do Central Park debruçado sobre a varanda do meu quarto pensando em uma única coisa, nela.

Reta Final • As Cores Do Perdão • Livro II • Trilogia EnvolvidaOnde histórias criam vida. Descubra agora