— O que houve? — Questionou Charlotte enquanto nós dois nos aproximávamos um do outro.
— Nada. Porque?
— Ana e o professor foram embora, como se estivessem fugindo da polícia. Eles mal se despediram de mim.
— Não sei o que pode ter acontecido.
— Você não encontrou eles por um acaso quando estava vindo do banheiro?
— Não. Eles saíram antes.
— Estranho.
— Pois é.
— Vamos nos sentar?
— Acho melhor irmos embora. — Digo encarando a porta de saída.
Eu não quero mais ficar aqui, não tenho mais razão para comemorar absolutamente nada. Se eu fosse o Antonie de dois meses atrás, eu seria o último a sair dessa boate, mas eu não sou mais.
— Não acho. Viemos aqui para comemorar.
— Nós já fizemos isso.
— Podemos continuar.
— Charlotte, eu não quero ser indelicado, mas eu quero ir embora. Não estou no clima para festas.
— Você nunca esteve não é mesmo? Desde o primeiro momento do que eu te convidei.
Não respondo, mas a minha expressão e o meu olhar falam por si só.
Saímos da boate. Olho de um lado para o outro na esperança de encontrar Ana e Richard discutindo o que aconteceu entre eu e ela no banheiro, como se ela tivesse que dar qualquer explicação para ele. Os dois não estão juntos, prova disso foi ela ter ficado comigo. Primeiro, eu não a forcei. Segundo, Ana tem os seus princípios que eu conheço muito bem, e se ela estivesse com aquele imbecil teria chutado o meu saco com toda a sua força.
— Me leva de volta para a galeria, o meu carro está lá.
— Não quer que eu te levo para a sua casa? Amanhã eu pego você.
— Não quero, obrigada. — Respondeu rispidamente.
Seguimos de volta para a galeria.
— Entregue. — Dou um leve sorriso.
— Obrigada. — Charlotte abra a porta do carro. — Me desculpa por forçar você a ir na boate comigo. Eu só queria uma companhia, a sua companhia.
Que maravilha, eu fiz duas merdas em uma noite só. Charlotte não tem culpa do meu estado decadente. Eu a transformei praticamente no vilão da história.
— Eu quem devo pedir desculpas. Eu não ando mais tendo aquele animo que eu tinha. Acho que é a idade. Estou ficando velho. — Tento brincar.
Charlotte dá um leve sorriso.
— Pode ser. Nos vemos amanhã então?
— Sim.
— Boa noite, Antonie.
— Boa noite, Charlotte.
Viro o meu rosto, com o olhar voltado para a rua, esperando ouvir a porta do carro se fechar, quando de repente sinto lábios tocarem o meu rosto. Viro o meu rosto, assustado com a atitude de Charlotte, que sorria para mim serenamente.
Espero que tenha sido apenas um beijo, sem qualquer intenção. Não poderei dar a ela o que deseja, não nesse momento.
Cinco minutos depois eu estava dentro do meu quarto no Plaza, observando as arvores e o lago do Central Park debruçado sobre a varanda do meu quarto pensando em uma única coisa, nela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Reta Final • As Cores Do Perdão • Livro II • Trilogia Envolvida
RomanceDepois de um longe período de férias emocionantes em Paris, Ana está de volta a Nova Iorque com um belo sorriso em seu rosto, mas de coração partido. As últimas palavras atrozes que ouviu do homem que ama não sei de sua cabeça, principalmente a pa...