Capítulo 10

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— Ana! — Escuto Richard me chamar.

Caminha em direção a sala de aula.

— Oi professor. — Sorri.

— Posso lhe acompanhar?

— Oh, claro.

Trocamos sorrisos.

— Para qual aula você está indo?

— Antropologia, com o professor Steven.

— Está animada para o seu jantar de hoje à noite?

Reviro os meus olhos.

Passei a manhã inteira tentando não lembrar desse pesadelo em minha vida. O problema não é só com quem eu vou jantar e o que eu terei que vestir. Por Deus, eu nunca me imaginei vestida como uma líder de torcida. Eu odiava com todas as minhas forças as líderes de torcida, nariz empinado, da minha escola. Se eu tivesse poder para acabar com essa merda, com certeza eu acabaria.

Por que Richard tinha que ter me lembrado?

Ana ele não tem culpa, Richard não sabe o que se passa entre você e Antonie Breton, muito menos que você odeia líderes de torcida.

— Nossa, eu havia me esquecido.

— Sério?

— É que... geralmente eu me lembro de coisas que me interessam.

— Oh, eu entendo. Deve ser estranho sair com uma pessoa que você só viu uma ou duas vezes na vida, não acha?

Como eu gostaria de nunca ter visto Antonie na minha frente. Maldito seja o dia em que eu o conheci.

— Achar eu acho, mas... estou fazendo isso por uma boa causa.

— Eu acho que você não precisa fazer isso.

— Não, tudo bem. — Dou um meio sorriso. — Às vezes precisamos fazer sacrifícios por um bem maior.

— Com certeza. — Caminhamos em direção a sua sala. A sala onde eu teria aula com o professor Steven, fica a três portas da sua. — Ah... Ana, antes de entrar gostaria de... conversar com você.

— Nós já estamos conversando.

Ele sorri entendendo a minha brincadeira.

— É-é... na verdade não seria BEM uma conversa.

— O que seria.

— Um convite.

— Um convite? — Pergunto curiosa.

— Sim. Gostaria de... jantar comigo amanhã à noite em minha casa? — Perguntou aflito.

Richard encarou o chão com medo da minha resposta.

— Hãm...

— Se você não quiser, tudo bem. Aliás, eu perguntei por perguntar, não estava esperando que você aceitasse, na verdade eu estava, mas...

— Eu aceito. — O interrompo.

— Serio? — Ele sorri, mas estava surpreso com a minha resposta.

— Claro. É apenas um jantar.

— Sim, é sim. Você pode me passar o seu endereço? — Ele pega um bloco de notas e uma caneta de dentro da sua pasta.

— Não prefere o meu número?

— Se você não se importar.

— Não me importo. — Anoto o meu número no seu celular. — Prontinho. — Sorri.

Reta Final • As Cores Do Perdão • Livro II • Trilogia EnvolvidaOnde histórias criam vida. Descubra agora