Capítulo 21

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A culpa se torna um tormento para os pecadores. Eu estou me odiando por ter feito o que eu fiz, mas também eu me encontro naquele estado de plenitude que preencher o meu coração, me fazendo sonhar de olhos abertos e suspirar, chamado felicidade. Ao me apaixonar eu não sabia que podia sentir mil sentimentos bons e ruins ao mesmo tempo. Nenhum relacionamento é perfeito, não a só momentos felizes em uma relação há também momentos de tristeza e raiva durante uma briga boba por ciúmes ou qualquer outra coisa banal. Mas no meu caso, eu deveria sentir mais raiva por tudo o que Antonie me fez passar. Eu relutei dia após dia para não me envolver, para não entregar o meu coração e aqui estou eu.

Onde foi parar aquele ódio todo que eu estava sentindo por ele? Será que eu realmente o amava? Não é possível amar e odiar ao mesmo tempo. Mas agora eu sei, quanto mais eu desejava ficar longe dele, parar de ama-lo, mas eu o desejava, o amava.

Antonie estava dormindo de bruços, com o seu braço direito sobre a minha barriga. Com todo cuidado, tiro o seu braço de cima de mim e me levanto sem fazer qualquer barulho. Eu estou fugindo do FBI ou de uma pessoa que eu estou com receio e com medo de trocar uma palavra?

Começo a recolher a minha roupa o mais rápido possível.

— Onde você vai? — Escuto a voz manhosa de Antonie ecoar dentro do quarto.

— Eu vou embora. — Respondo pegando os meus sapatos.

— Não! — Antonie se levantou em um piscar de olhos e segurou o meu pulso.

— O que você está fazendo? Me solta!

— Por favor, fica.

— Você deveria ter me pedido isso quando estávamos em Paris, teria feito gosto de ficar.

— Oh! — Ele fez uma cara de surpresa. — Você se arrependeu do que aconteceu. — Afirmou.

— Você não faz ideia. Agora me solta, eu quero ir embora.

— Eu não vou te soltar. Melhor, eu vou junto com você.

— O que? Eu suspeitava que você era louco, mas não burro.

— Eu não sou louco e muito menos burro, eu só...quero ficar perto de você.

— Você já teve essa chance e desperdiçou. — Engulo a seco logo após me afastar dele com muito custo.

Começo a vestir a minha calcinha.

— Eu sei que eu errei.

Dou uma leve risada debochada.

— E se tivesse sido diferente?

— Diferente como?

— E se eu tivesse pedido para você ficar? Ia mudar alguma coisa?

— Eu sei que foi mentira, mas você se declarou para mim, e eu não estou aqui? Não transamos? Não seria diferente em Paris. Os meus sentimentos estavam confusos naquela época, eu não sabia que eu estava...— Sinto os meus olhos lacrimejar.

— Apaixonada por mim.

— Eu prefiro esquecer isso. Mas o fato é que...

— Eu não quero esquecer. — Ele me interrompe.

— O fato é que...— Aumento o meu tom de voz. — Mesmo com os meus sentimentos confusos, eu sabia que a única coisa que eu não queria naquele momento, naquele maldito momento era ficar longe de você. E sim, mais uma vez, eu teria ficado.

— E se eu pedir para você ficar agora?

— Não seja ridículo. — Sorrio irônica e visto o meu sutiã.

Reta Final • As Cores Do Perdão • Livro II • Trilogia EnvolvidaOnde histórias criam vida. Descubra agora