Manto Vermelho - Ascensão

Capítulo 8 - A Proposta do Diabo

O Sino principal da catedral foi batido, toda a cidade tinha sido situada pelos bárbaros. Inquieto ficou Enki atrás de sua gaiola, será que essa seria a noite que se veria livre? Em meio aos pensamentos, de repente pensou no corpo de Ilema morta no chão, o brilho do seu olhar se esvaziando com as imagens. Sentiu uma dor que nunca havia sentido, preocupação veio na sua mente e começou a piar.

Crianças e mulheres se escondiam nas suas casas. Kahnor junto com seus generais auxiliavam com arqueiros nas muralhas.

-Onde está o Minotauro, não estou vendo-o. –

Um soldado se aproximou. Carregando uma insígnia na armadura, sua armadura dourada cintilava com o luar e era diferente dos outros soldados, estava comandando-os como capitão servindo a uma das famílias de Núbia que estava defendendo, no total haviam quatro grandes famílias.

-Ele está na parte nordeste da muralha, Senhor! –

-Como assim, eles estão sitiados nos dois lados? –

O soldado aflito assenti-o.

Longas noites foram travadas e derreamentos de sangue. O Minotauro não foi capaz de derrubar o portão principal de Nubia, era incrivelmente fortificado por aço e madeiras. Somente um erro por dentro seriam capazes de invadir. Logo a cidade estava morrendo de fome, sem poder receber os produtos que estavam fora. Kahnor se viu sem saída. Pensou em um golpe direto contra eles, mas seus guerreiros estavam fracos, seria necessário muito mais homens. Pediu ajuda aos elfos e a outras criaturas mágicas, mas não encontrou nenhuma delas, todas haviam desaparecido.

-Filha, eu convoquei Noturnid para uma audiência. –

-Você pretende desistir? – Perguntou Ilema.

-Não, penso em um tratado de paz. Negociar para que nossa cidade possa sair dessa tempestade desses tempos sombrios.

Ilema o fitou sério.

-Que tipo de paz? Será possível com um homem daquele? –

-Ele empalou mil soldados nossos, o lugar se tornou um cemitério. –

-Filha, não podemos fazer muito. Eu sei da reputação de Noturnid. -

Kahnor convocou todos os seus guardas, reuniu todos os seus soldados e foi ao encontro de Noturnid.

Ilema foi até Enki buscar por conselhos. Ele disse a mesma coisa; só seria capaz de poder ajudar se fosse livre. Em grandes partes Ilema sabia que por tudo que ele fez merecia a liberdade, porém, não sabia qual eram as verdadeiras intenções de Enki, se ele planejava algo pior e destruísse todo o reino, se esse era seu único objetivo desde que chegou. Ela não sabia a extensão do poder dele. Não poderia correr esse risco.

Dormiu no templo ao lado de Enki, que a observava enquanto dormia. Vestindo um roupão verde, mostrando seu ombro e seu rosto com brincos e acessórios, seus cabelos pretos lisos sobre seus olhos, parecia tão jovem quanto havia visto pela primeira vez. Quando ela acordou de repente em susto com os sinos que tocavam, soube então que Kahnor havia conseguido a paz.

Ilema limpou os olhos que estavam com remelas. Correu até o salão principal, quando avistou um homem vestido como os guerreiros de Noturnid, conversando com Kahnor.

-Olá filha, chegue mais. – Disse Kahnor, olhando em direção dela.

Ela apertou os passos, o barulho das suas correntes em seu gibão que emitia pelo salão. Avistou que tinha inúmeros soldados ao lado do guerreiro, e ao seu lado haviam cinco vestidos da mesma maneira.

-O que esses lixos fazem no nosso salão principal? –

Os guerreiros com suas barbas sujas e roupas atrofiadas. Olharam sorrindo de relance para ela. Fizeram uma reverencia.

-Mais respeito Ilema, esses homens agora são nossos aliados. –

Os fios na testa de Ilema se dobraram. -Como? –

Então Kahnor disse suavemente;

-Depois de uma tarde inteira de negociação. Com toda a turbulência que se passa na nossa região e nosso povo passando fome... –

Kahnor fez umas pausas em sua fala, como se aquilo que fosse dizer seria horrível, e sentiu um amargou em sua boca.

-Fale, pai. – Disse Ilema curiosa.

-A proposta que Noturnid exigiu, era sua mão em casamento. –