Seguindo em direção ao lugar que ele o viu pela última vez, chegaram no mercador de batatas. O mercador ainda estava lá, era uma final de tarde ensolarada, o lugar com bastante movimento. Ainda estava cheio. Muitas barracas e pessoas guardando as mercadorias para ir embora, outros trilhando o caminho.
— Qual momento você percebeu que ele sumiu? — perguntou Orzeo quando de repente percebe Lis abaixar: analisando com um olhar sério as pegadas pequenas na areia junto com monte de outras pegadas. seus olhos verdes fortes brilhavam mais intensamente, focados e concentrados em algo que eles não viam.
— Achou alguma coisa? — perguntou Efetus, ela sem demostrar reação não respondeu. Lis então segue um rastro de pegadas pela areia, dificilmente visível a olho nu. Orzeo e os outros percebendo que encontrou algo, começam a segui-la, indo em direção através de uma trilha com poucas gotas de sangue pela areia e lajota maciça, ela se abaixa novamente, botou os dedos e cheirou. Um leve aroma diferente de tudo que cheirou.
"Não é humano.", pensou Lis.
— O que ela está vendo... — afirmou Orzeo para si, sem acreditar que ela encontrou algo pois milhares de pessoas passavam por ali dia-a-dia, quando ela se abaixou para analisar as pegadas novamente, ficou admirado em ver a forma do seu corpo bem modela, Lis usava uma calça colada preta que Orzeo nunca tinha visto na vida, com um vestido marrom romano por cima, e uma cinta amarrado na cintura. Visivelmente ela era uma estrangeira.
— Quieto Orzeo. Só olhe, ela encontrou alguma coisa — articulou Efetus.
— Impossível achar algo só com isso. — Orzeo pegou o punhado de terra que ela deixou e não encontrou nada.
Continuando seguindo a trilha, passando por uma rua estreita. Eles entraram a direita na rua, nas paredes pinturas regando seus dominus, críticas ao imperador junto com apologias filosóficas de sofistas grego antigos. Orzeo parou para observar.
Chegando ao fim da trilha. Que levou a um beco sem saída, suas paredes trancavam qualquer passagem.
Todo o caminho trilhado por aqui se levou por algum confronto. As pegadas na areia eram claramente de uma criança. Porém tinha algo mais, uma pegada pequena de um cachorro. Onde levou a solução para o cheiro que tinha no chão logo atrás. Pela distância das pegadas uma à outra, o cachorro estava muito próximo, pequenas gotas eram visíveis próximo de pedras que tinham sangue nela.
— Seu filho estava com um cachorro? — perguntou Lis a Pretus.
— Sim... estavam brincando juntos.
"Claramente não parecia que o menino estava brincando.", pensou Lis.
Algo a incomodava, tinha uma pegada a mais. Tão leve que para um olho normal não era perceptível. Mas Lis conseguiu detectar as pegadas. Deviam ser de uma mulher adulta, porém o rastro dela para. Era como se ela se movimentasse parada flutuando no ar. No último dia passado não choveu, também não teve ventos fortes. "O quê está acontecendo com essa cidade que eu não estou vendo?", pensou Lis.
Estendendo para o fim dessa parede, se encontrou o fim das pegadas. A parede de argila estava sem nenhuma marca e sinais de escaladas, o que intrigava mais ainda a curiosidade de Lis.
— Às pegadas acabam aqui — exclamou.
Por debaixo da areia, observou de reluz um pequeno brilho. Desenterrou, achando um pingente.
— Aqui, esse pingente é do seu filho? — Entregou-o na mão de Pretus.
— Sim... como ele deixou cair... — respondeu Pretus olhando para o pingente. – minha mulher deu de presente no seu nono aniversário. — Seu rosto se entristeceu e observou o pingente com um olhar acometido. — Provavelmente algum sádico maldito o levou. Eu estava certo. –
— Não era um homem.
Orzeo e Efetus olham um para o outro com assombro. Esperando Lis explicar porque não era, como pegadas iriam dizer a sexualidade da pessoa, isso era novo para eles.
—Pegadas muito leves, e são quase invisíveis... só que, não entendo, elas levam para essa parede, eles escalaram? — Lis segue até o final da trilha onde termina, sem compreender com que propósito. Chegou na conclusão que a outra pegada, não era de um homem e sim de uma mulher. Uma mulher extremamente leve, devia pesar seus quarenta pesos.
— Ele estava atrás de alguma coisa, tem pegadas pequenas de algum animal ao lado dela, e todo caminho está junto.
— Foi o cachorro, ele deve ter seguido ele até aqui — disse Pretus.
Pretus se sentiu bem, confirmando o que Lis já sabia. "Estou ajudando também.", pensou
— Nunca vi nada assim. As pegadas do cachorro e o da mulher estão de forma sincronizadas. Seus eixos são iguais — refletiu Lis.
Orzeo parou para pensar o que significava pegadas sincronizadas. Esperou pela continuação do argumento de Lis, que olhando para eles, percebeu o quanto seus olhares estavam confusos, mas não disse. Às pegadas do cachorro junto com a mulher seguiam até uma parede de barro massiva, de forma sincronizada elas estavam. Como se ela tivesse controle sobre a criatura, na mesma reta estava a pegada dela junto com a do cachorro. Lis pensou o quanto seria entediante explicar tudo isso para Orzeo. Roma não ensinava matemática, uma arte perdida a muitos anos.
— O que isso tem a ver? — perguntou Orzeo, já não aguentando mais de curiosidade.
— Pode ser que tenha relação para explicar o que levou o menino — respondeu Lis sem dar muitas explicações. Quando um pequeno ruído ecoou pelas estradas que seguiam pela esquina. Sentindo um olhar direcionado para eles, ela rapidamente tira o seu arco-flecha das costas e atira. A flecha sai zunindo acertando o cobertor que o homem estava usando.
— Apareça! — gritou Lis.
— Por favor não, por favor não — disse ele.
O homem aparece vestindo uma roupa rasgada, enrolado em uma coberta, rostos cobertos de sujeira.
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Manto Vermelho - Ascensão
FantasíaE se a história do nosso passado fosse diferente? nos mostraram a verdade, os Deuses realmente eram astronautas. Acompanhe a trajetória do surgimento da primeira civilização humana, e a origem dos poderes sobrenaturais que rodeiam esse novo universo...