Várias Luas e Sol eram visíveis através da janela a sua direita, Enki já não sabia quanto tempo se passava, seus sonos eram cada vez mais longo. Focou seu pensamento para tentar se comunicar com seus irmãos, porém sem sucesso. Saberia que se chamasse qualquer um deles, a terra já não seria mais seu foco, e Ilema seria morta , também com sua energia atual não seria capaz, aliás depois de tudo que passou, não conseguia lembrar qual era realmente seu foco. Oque lhe fez trazer até a terra. É claro; A energia vinda da terra e a mesma que retém dentro de Ilema, mesmo a milhares de distancias pelo vácuo do espaço fora capaz de sentir.
Pequenos sons vieram da porta do templo, Ilema mancava pelos ecos que soltavam pelos corredores. Enki deu um pulo de seu sono, e escutou ela vindo com seus passos, estava abatida, seu rosto haviam uma expressão recaída, o mesmo que havia visto ultima vez. Toda aquela energia que sentia foi acabada, os brilhos dos seus olhos verdes claro já estavam cinzas, suas cores mudaram para tons mais sombrios, estava abalada, cansada. E por incrível Enki não usou essa oportunidade para escapar ou incentivar sua liberdade.
Ela se sentou na sua frente, abalada, se manteve por silêncio. Tomando seu vinho, e Enki a observava.
-Seu pai, se manteve firme mesmo depois da morte? – Perguntou Enki.
Ilema levantou sua cabeça e olhou para Enki na sua frente.
-Sim, meu pai sempre foi o homem que eu sempre respeitei. Me protegeu e me cuidou, mas o que me preocupa são os outros homens. –
-O homem que eu casei, ele não parece ser humano. – Ilema sentiu um amargo na boca. -Oque ele faz com o nosso povo, os menores crimes como roubar uma maçã, é punido com mutilação.
Enki botou seus pequenos bicos fora da gaiola. As partículas invisíveis mostravam uma rede entorna da gaiola. Parecia um pássaro indefeso mostrando seu bico.
-Seu pai sempre soube que sim, desde de minha chegada ele fingiu alegria, mas ele sabia qual era o meu poder e qual perigo para todos vocês humanos a minha presença seria se eu tivesse solto. Ele sabia, e você sabe disso Ilema, em sua mais pura forma, por isso não me libertou. Mas lhe digo minha Ilema, eu estou vivo graças a você, sua energia me alimentou por muitos anos, e você está fazendo isso nesse exato momento. Eu consigo sentir toda a sua dor, eu consigo ver todas as suas lembranças, e isso me atinge como milhares de partículas de estrelas de neutrons, algo que um dia eu gostaria de ensinar qual é o significado. Essa gaiola me impede de absorver outras energias, mas eu não entendo como eu recebo de você essas energias, é como se o seu inconsciente queira isso. –
Ele a observou-o com certa curiosidade, sempre se perguntou. por que não fui abandonado? Esquecido em qualquer lugar? Aquela mística conseguiu sentir as minhas intenções por isso ela sentiu o calo-frio, Kahnor podia me isolar, mas mesmo assim fez a vontade de sua filha? Esses humanos são peculiares. Pensou Enki.
Ilema deitou sobre a parede de argila. A tocha reluzia seu rosto, e lágrimas corriam sobre seu rosto inchado, com manchas vermelhas pelo corpo todo. As palavras de Enki não alimentavam muito sua alegria, até que Enki decidiu fazer algo. bicando na parede da gaiola, emitindo um som irradio, batidas que Ilema lembrava de quando estava na sua infância, e a sua tia com seu berimbau tocava, Enki conseguia através de suas batidas assemelhar todos os momentos da infância, os sons eram os mesmo e logo Ilema sentiu uma alegria furor, êxtase, seus olhos começaram a sair mais lágrimas ainda. E soltou um sorriso de nostalgia, lembrando da pequena aldeia que viveu, da sua mãe e do seu pai sorrindo e lhe abraçando. As vezes que tropeçou e foi amparada. Como queria ser amparada dessa maneira, mas percebeu que Enki fazia muito bem isso.
Ilema descontrolada com tanta emoção, apesar com a alegria, se sentia triste por não saber fugir da situação que estava. Como se a alegria fosse uma vergonha, ela se levantou e simplesmente saiu da sala.
Logo poucos dias se passaram e Ilema sempre voltava na sala, Enki agora estava dormindo quase sempre. Ela apareceu sobre a gaiola e passou suas mãos sobre ele, analisando o pássaro adormecido, estava calmo, tranquilo, suas respirações eram leve. Quando Enki abre seus olhos lentamente.
-Estava me observando é? Você não tinha esse costume. –
Ilema sorriu.
-Eu sempre estive lhe observando Enki, várias noites quando estava adormecido. –
Enki lembrou dos seus sonhos relâmpagos, depois que passava um mês que Ilema não o visitasse, ele entrava em um sono profundo, e voltava de tempos em tempos.
-Eu não estive aqui algumas vezes para você, Ilema. –
-Não esteve. – Respondeu ela.
Seu rosto estava melhor, mas ainda havia cicatrizes.
-Meu pai dizia todas as noites para nunca solta-lo, dizia que se um dia fizesse isso todo nosso reino sucumbirá a um terror profundo e que ninguém iria viver. Mas ele não sabia oque eu pensava sobre isso. Os guardas não conseguem mal entrar nessa sala, ninguém além de mim consegue. Todos acham que aqui é caminho da morte, feiticeira é o que dizem. Estou cansada disso Enki, eu não sei quem é você, de onde você veio, as famílias ricas estão dizendo e boatos estão espalhando. Noturnid não se ligou os boatos, mas é questão de tempo até ele descobrir. Teve noites que mal conseguia abrir os olhos, de tanto que eu apanhei. As famílias grandes me desprezam e apoiam Noturnid, sentem inveja por todo conhecimento que acumulei, acham que sou uma bruxa e por isso não me defendem dele, mas o principal fato é que ele é um homem desprezível. Nossas mulheres não tem mais controle sobre as próprias vida, homens as menosprezam, antes com meu pai vivo eu poderia protege-las, agora Noturnid criou tantas regras horrível. Ele encontrou um testamento antigo em um templo de um homem chamado Enoque, e nele continha muitos conhecimentos sobre a origem do nosso mundo, esse testamento é chamado de Manuscrito do Mar Negro, ele enlouqueceu. E então Núbia já venceu mais guerras que ninguém mais poderia imaginar, você tem noção disso Enki? – Ela o olhou sério para os seus pequenos olhos de pássaro.
Ele ainda estava sonolento, mas em certa forma se sentiu melhor pelo entusiasmo dela, então Enki refletia as palavras de Ilema;
Religião sempre foi uma arma nas mãos daqueles que tem sede de poder, a linguagem é uma primitiva ancestralidade para os homens, se eles soubessem como controlar a energia ao redor, seriam capazes de colonizar mundos e domina-los, talvez esse Enoque seja um dos Ancestrais. Conhecedores da fonte.
-Então. – Disse Ilema, carregando rancor nas suas palavras.
-Guerras, mortes, punições, regras, mandamentos para controlar nossa população, tudo isso, estou farta. Estou disposta até te soltar, acho que você não é pior que Noturnid, aquele homem... – Ilema sentiu a dor no peito, só de imaginar Noturnid tocando em seu corpo.
Como em um instante parado no tempo, com todo o silêncio, as paredes começam a tremer e os sinos da cidade começaram a tocar alto. Ilema saiu correndo para ver o que era.
-Espere! – Disse Enki eufórico, só o fato de pensar em ser livre, ele se entusiasmo. -
Mas ela já havia ido embora.
Ilema saiu na rua e observou a distância, milhares e milhares de soldados inimigos, catapultas sendo lançada, e os gritos do seu povo correndo desesperados pela rua, a cidade estava em chamas. Ilema se ajoelhou no chão.
-Oh não! De novo não. Por favor-
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Manto Vermelho - Ascensão
FantasiaE se a história do nosso passado fosse diferente? nos mostraram a verdade, os Deuses realmente eram astronautas. Acompanhe a trajetória do surgimento da primeira civilização humana, e a origem dos poderes sobrenaturais que rodeiam esse novo universo...