Capítulo 16 - Minhas Filhas Me Fortalecem.

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Suas duas filhas, Sindra e Ovelia. Escutam a voz de Efetus e abrem a porta correndo em sua direção. Ao ver elas, deu um abraço forte na mais alta, Sindra, que tinha o cabelo mais curto, bochechas mais rosadas que puxou da mãe, e o cabelo mais loiro. Insistia por um brinquedo de cavalariço, perguntando se ele trouxe. E o Ovelia estava tímida e quieta. Puxou seu pai, os cabelos negros, o furinho no queixo e o nariz pontiagudo. Só estava esperando pelos petiscos da noite, normalmente Efetus trazia alguns moluscos, mas deixou ela acostumada demais, e os preços dos moluscos aumentaram na cidade.

— Minhas pequenas, Ovelia hoje não tenho molusco, mas trouxe isso aqui — Efetus pegou sua bolsa de couro, e tirou um bolo de cenoura que estava dentro, preparado pelo padeiro na região, o último que sobrou. — Aqui, trouxe esse bolo para vocês. Agora entrem e vão comer, que papai já vai indo.

As crianças ao verem o bolo ficam extasiada, Sindra segura o bolo com suas pequenas mãos.

– Obrigado papai.

Seguiram pulando de alegria até a entrada de sua casa.

— Só não deixe cair no chão Sindra! — gritou Efetus.

Efetus olhando elas entrarem, estava com os olhos brilhando de alegria. Ter elas o contagiam por completo, e por isso não desejaria viver mais nenhuma aventura, passaria seu tempo sempre cuidando deles. Mas a fome quando bate na porta, e tenta atingir elas, também mexe com ele.

— Elas alegram meus tempos.

— Talvez um dia eu tenha uma família — disse Orzeo.

— Você não sabe nem limpar a própria bunda, vai conseguir cuidar de uma família. – Efetus soltou uma gargalhada, exagerada até.

— Isso é verdade – Orzeo riu junto. Rindo mais da gargalhada forçada de Efetus do que a provocação.

Depois de passar alguns segundos. Ambos param de rir e um momento de silêncio toma conta do lugar.

— Persei Cassio está oferecendo uma recompensa para quem conseguir achar seu filho. A recompensa é boa, 10 áureos — afirmou Efetus

— O quê?! Dez áureos? Impossível.

Áureos era a moeda de ouro romana que mais valia e mais prestigiada por todos. Até hoje Orzeo só teve uma em sua mão, que foi o suficiente para muitas noites de bebedeiras e prostitutas, seu ganho foi difícil; foi por batalhas que era considerado suicídio, missões de patrulha e espionagem. em Roma as moedas era dívidas em quatro categoria. Áureos para ouro, denários para prata, dupondios para bronze e asses as de menores valores para bronze de menor qualidade ainda.

Orzeo nunca imaginou ser o tipo de cara que salvaria crianças, sempre quis ter dinheiro suficiente para beber cerveja até cair no chão, e ter alguns seios fartos para palpar. Então pensou no risco que seria salva-lo e ainda a pequena possibilidade de ainda estar vivo. Sempre onde tinha crianças desaparecidas, por trás da cortina tinha algum ser oculto nas sombras, algo maligno, que até mesmo soldados e apóstolos do imperador mais corajosos teriam medo. Porém da maioria das vezes esses casos eram de sádicos e pedófilos que iam atrás de pais desatentos aos seus filhos. Parou por um minuto antes de responder e pensou nas possibilidades, embora não desse a mínima para as crianças, Orzeo pensou que precisava de tal recompensa, o dinheiro era bom demais, regalou os olhos. Ficou cobiçado pelas moedas, imaginando-as na sua mente e gastando elas com mulheres, primeiro imaginou uma ruiva. Até que Efetus o interrompeu da sua imaginação.

— Está aqui ainda?

Orzeo fechou a boca, que estava quase salivando.

— Podemos tentar encontra-lo, mas você sabe que a possibilidade de ele estar vivo é muito pequena, e o tempo que iriamos perder investigando as crianças — exclamou Orzeo.

— Eu sei, mas o dinheiro é bom, muito bom.

Orzeo parou por alguns segundos, olhou para uma esquina escura. Refletiu. Precisamos de um bom rastreador ou um outlander. Cinco moedas de prata aceitariam fácil. nos tempos de hoje esse preço é bom. mas acho que não é o suficiente, lembra da gente procurando os rastros do inimigo nas cidades de Gália? No mato é uma coisa, mas no meio de casas e palhas, os esconderijos são imaginários, eu lembro daquela família que você deixou escapar. Eu Faria o mesmo, maldito seja Augusto por matar aqueles inocentes — exclamou, carregando feições de rancor.

— Sim, eu lembro de nossa habilidade em rastreamento. – Efetus sorriu — E sobre Augusto, ele pensou que atrasaria andar com escravos e de fato iria. Porém os centauros não atacariam os escravos, poderíamos deixar eles para traz a qualquer hora, e sobre nossa habilidade de rastreamento nas cidades, éramos uma merda ou talvez queria que fossemos, nós não somos genocidas, Orzeo. Mas me lembro de quando estávamos na Gália, não tinha ideia de onde iria sair o inimigo e nem de onde vinham, não sabíamos encontrar nem nossa própria merda depois de cagar, era um labirinto aqueles vilarejos e campos de batalhas – Efetus colocou a mão no queixo, pensando. — Sobre as moedas eu dou um jeito no restante. Temos que conseguir achá-lo, se não o custo vai ser alto. Conhece algum lugar que poderíamos encontrar um bom rastreador?

— Sim, sei um lugar perfeito. – Orzeo lembrou do lugar onde mais iria, lá tinha o todo tipo de gente, e pensou que no lugar onde mais existem bêbados, é o lugar onde tem mais trabalhos para mercenários.

— Tem um lugar chamado , aquele bar é lotado de velhos veteranos e guerreiros, se afogando em cerveja e vinho.

— Um bar... – refletiu Efetus.

Era o lugar que Orzeo mais parava apostando quando ganhava umas moedas extras na guerra e acabava por perder a metade.

— Podemos procurar lá — disse Orzeo, olhando para os lados, como se tivesse algum ladrão por perto, tinha esse costume que pegou depois da guerra de Gália, sempre presente e paranoico. — Amanhã quando o sol estiver próximo do horizonte estarei aqui.

—Estarei preparado — respondeu Efetus finalizando a conversa e dando um aperto de mão.

Orzeo seguiu seu caminho embora. Entrou em um quarteirão de casas, passando por uma pequena passagem que seguia reto, chegando em sua casa pequena com apenas um quarto, feita de argila e barro, com uma entrada para cima da chaminé. Nela tinha uma cozinha com um balcão e algumas panelas velhas em cima e do lado uma pilha de tijolos. Ele pegou uma pilha de palha e acende uma fogueira entre os tijolos que formavam a chaminé, sua casa era pequena e miudinha. Orzeo vai em direção a um pote de água, toma um pouco e lava o rosto, na sua frente tem um espelho pequeno quebrado em forma de triangulo, carregando uma expressão abatida em seu rosto. Orzeo com 23 anos de idade, tem uma aparência boa, tem o cabelo preto, curto, e tem os olhos castanhos claros, maxilar forte e um buraco no queixo. Seguindo em direção a sua cama, localizada no chão com um pano e palhas embaixo, cai como uma pedra sobre a cama humilde que tem e dorme rapidamente.

Manto Vermelho - AscensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora