Giz de cera.

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Dois dias passaram voando, logo o fim de semana estaria próximo, e Adele torcia para que pudesse levar Thomas ao parque. Não era saudável para uma criança ficar 24 horas dentro de casa com homens armados por todo canto. 

— Mamãe, pega Thomas. — ele se joga em seu colo e a única ação que ela tem é soltar só lençóis que havia acabado de dobrar para segurar o pequeno hiperativo. — Você me pegou. — bateu palmas feliz. 

— Meu Deus, Thomas, eu quase morri do coração. — sorriu fraco. — Não faça isso outra vez, pode se machucar. — beijou seu rosto e juntos se sentaram no chão do pequeno quarto. 

Para matar o tempo, Galadriel deu a Thomas papel e giz para que ele se distraísse um pouco enquanto ela mexia na internet. Rolava a tela não achando nada de interessante, até parar o que estava fazendo ao sentir uma mãozinha batendo em seu ombro. 

— É pra mim? — sorriu feliz quando o loirinho estendeu a folha a ela. Era rabiscos adoráveis, mesmo que muito difíceis de distinguir, ela conseguiu ver que eram pessoas desenhadas. — Quem são esses? — perguntou esperando que ele respondesse. Thomas se sentou em seu colo e esticou o papel no chão. 

— Thomas, Papai, mamãe, sapinho. — apontou para cada figura. A criança sorria radiante e contente do ótimo trabalho que havia feito. Mas Galadriel não entendia o porquê de Thomas não usar cores no desenho. Tudo estava preto e cinza, ao olhar para a mesinha dele percebeu que só havia essas duas cores nos potinhos de giz e lápis. — Você gosta? 

— Eu adorei. — beijou sua bochecha espremendo o corpinho junto ao seu. — Mas por que não usou as cores, hnm? Azul, ou amarelo? Podia ter pintado a grama de verde e o cachorro de marrom. 

— Marelo? Cores? — era visível a confusão no rosto da criança. Ele não entendia o que sua mãe queria dizer com aquela observação. 

Galadriel se deu conta de que tudo na casa era preto, branco e cinza, qualquer cômodo ou coisa, até os copos e pratos, móveis e roupas, não havia nada de colorido exceto a grama verde do jardim. Não entendia o porquê de tudo ser tão apagado, questionou-se sobre isso nos últimos dois dias, mas não levou adiante achando ser coisa de sua cabeça. 

— Thomas, você não usa roupas coloridas? 

Ele balançou a cabeça diversas vezes para o lado, negando. Nem mesmo sabia o que era aquilo que sua mamãe dizia. Saiu do colo da mais velha, e caminhou até o mini closet embutido na parede, deslizou a mãozinha sobre a porta de correr, mostrando um cabide extenso de roupas sociais, roupas de frio e até pijamas, todos da mesma cor, preto e branco. 

— Roupas de Thomas. — apontou para tudo dentro do guarda-roupa. As luvas, os tênis, chinelos, meias, toucas e cachecol, não havia nada com cor, nada. 

Aquilo era tão absurdo e sem graça. Por que Thomas não era tratado como uma criança normal? Não ensinar o som dos animais tudo bem, talvez fosse ruim vê-lo latindo toda hora, mas não ter hora para brincar, nem roupas coloridas, era chato. Thomas parecia uma pequena versão de Justin, apenas esperando a maturidade crescer para virar o mesmo robô que o pai. 

Second Mother | ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora