🫀°• Aikawa Eiko
"Se nos esbarrarmos em outra vida por favor não me dirija a palavra. Não quero te perder de novo."
Doente e sem esperanças de recuperação. A única maneira de deixá-la viva foi fazendo um pacto com uma maldição. Eiko esconde seu segr...
Capítulo 9 Aikawa Eiko Abril, 2021 Sendai, província de Miyagi
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Gojou Satoru e Aikawa Eiko estavam em um pequeno restaurante familiar, no qual as mesas eram divididas por paredes de papel de arroz.
Os dois haviam pedido um parfait cada. As duas enormes taças já estavam quase no fim quando Eiko parou de contar o que se lembrava daquele dia antes de acordar em um lugar estranho, tirado de um mangá de fantasia, palavras dela mesma.
- Esse lugar provavelmente era um domínio inato. - Gojou falou, largando a colher transparente no prato em baixo da taça.
- Eu não faço a menor ideia do que seja isso. - Eiko resmungou de boca cheia. - Quando acordei lá, vi meus pais mortos e aquela coisa gigante sorrindo para mim. Avancei sobre ela duas vezes, mas acho que levei um murro e só acordei alguns minutos depois, ou horas... não tenho como saber.
- Pelo que você me contou, seus pais fizeram um pacto com uma maldição e isso salvou a sua vida.
- Psé. - A moça largou a colher também.- Imaginei que fosse algo assim. Apesar de não entender de onde vem essas maldições.
- A maioria surge por conta dos pensamentos de inveja, tristeza, vergonha e medo das pessoas, mas a que sua mãe chamou parece ser mais forte do que as que encontramos aos montes por aí.
- Entendi.
Satoru estava impressionado e queria levá-la até Shoko para que ela a examinasse. Pensou que a garota só podia comer maldições, mas agora ela estava comendo o parfait, enquanto contava sobre o passado sem remorso na voz ou expressão.
- Eu achei esse parfait ótimo, e você? - Ele sorriu.
- Não sei. Não sinto o gosto. Só a textura, cheiro e temperatura. - Ela sorriu de volta. - O cheiro é gostoso.
Gojou sentiu vontade de chorar. Como assim? Ela não podia comer doces? Depois de perguntar, descobriu que seu paladar era receptível às maldições, mas não à comida normal, apesar de ela poder comer sem grandes consequências. Diferentemente, seu olfato era ótimo em farejar maldições, a ponto de ela achá-las mesmo de longe.
- Aconteceu mais alguma coisa nesse dia que você se lembra?
- Sim. - Ela arregalou os olhos alaranjados ao se lembrar e apontou para o casaco dele. - Um homem foi atacado por essa maldição na frente da nossa casa. Ele usava uma roupa parecida com a sua.
- Morreu?
- Não. Nós o ajudamos, mas juro que ele parecia estar prestes a morrer. Estava tão fraco, que parecia que não comia fazia um mês.
