13 | A destruição do clã Miyazaki

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Capítulo 13
A destruição do Clã Miyazaki
Inverno, 1054
Território dos Miyazaki

Capítulo 13A destruição do Clã MiyazakiInverno, 1054Território dos Miyazaki

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Miyazaki Shuu estava com cinquenta anos e estava no comando do Castelo Miyazaki, na posição de senhor feudal do Clã Miyazaki. A súbita mudança de nome fez os rivais de outros clãs pensarem que o antigo senhor feudal havia sido derrotado por um mais forte, mas a história verdadeira se espalhou com o tempo.

A morte do pai de Shuu acarretou na sua ascensão, que trouxe paz para os moradores das cidades e aldeias que rodeavam o castelo, isso devido a natureza pacífica do homem, que valorizava a vida de cada subordinado, desprezando a guerra.

Seu desprezo pela guerra, trouxe a sua ruína. Seus domínios foram atacados por outros clãs, interessados na grande extensão de suas terras. O lorde feudal planejou se entregar para evitar o massacre de seus samurais e povo, partindo escondido a noite em uma caravana que o levaria ao clã inimigo, mas ela nunca chegou ao seu destino.

Infelizmente, a caravana se encontrou com Sukuna ao amanhecer, que entediado se entregou à luta contra samurais comuns. Depois de matar todos ele, ergueu Miyazaki Shuu pela gola do kimono, o tirando de perto do cavalo morto. O homem estava sem armadura e só levava uma katana como arma. Ele não a desembainhou.

- Você me parece familiar. - Sukuna resmungou, levantando mais o homem e virando-o de rosto para o sol que nascia no horizonte.  - Miyazaki Shotaro.

Shuu arregalou os olhos, só pela menção do próprio sobrenome, mas não sabia quem era aquele. Sua avó nunca contou sobre as habilidades dela para a nova família e viveu como uma mulher comum.

Sukuna riu ao ver como os olhos castanhos dele pareciam bordô com a luz do sol os atingindo.

- Você deve ser parente dele, mas não parece ser um feiticeiro. - A maldição levou uma das mãos a cabeça do homem. - Por que não diz nada?

Shuu encarou o sol nascendo. Era uma mistura bonita de amarelo e laranja. O fazia lembrar de Sumkiko.

Ele rezou para que ela ficasse bem.

. . .

Sumkiko-no-Mae estava abaixada com algo no colo, enquanto chorava.

- Por que? - Ela perguntou entre lágrimas, tocando a pele fria da cabeça decepada de Miyazaki Shuu. - Por que não cheguei antes?

. . .

Miyazaki Hyemi corria pela cidade em chamas de mãos dadas com seu noivo. As pessoas gritavam e tentavam se salvar, enquanto os samurais dos clãs inimigos invadiam suas casas e saqueavam seus pertences.

As pessoas caíam aos montes pela rua. O casal conseguiu correr para fora da cidade, seguindo o caminho para a cidade de Kyoto, onde esperavam encontrar abrigo, mas o trajeto estava impedido por um grupo pequeno de samurais inimigos.

A garota sentiu as lágrimas nos olhos quando viu os olhares maldosos dos homens sobre si. Seu noivo desembainhou sua espada e a apontou para eles, mas não precisou usá-la.

Uma garota enorme, com orelhas e rabos de raposa correu na direção dos samurais, com uma wakizashi em mãos.

. . .

O clã Miyazaki foi destruído, mas a linhagem preservada, graças a Sumkiko-no-Mae, que salvou a vida da filha de Shuu. Ela ofereceu o templo onde havia crescido para eles. Graças a isso puderam criar os filhos em paz, sem ser caçados pelos clãs inimigos.

Sumkiko partiu em uma longa jornada pelas e terras dos vários clãs e famílias que ocupavam a ilha. Foi atrás de todos que fizeram mal para o pai dela. Matou os comandantes e senhores feudais dos clãs inimigos e seguiu o rastro de destruição de Sukuna por anos, até perdê-lo de vista, quando o mesmo foi selado.

A chama da vingança se apagou com a passagem dos séculos.

Sumkiko passou a vida correndo atrás de bandidos e assassinos, dos quais ela roubava o fígado para se alimentar. Se tornou uma maldição famosa, propagando a lenda das kitsunes por muito tempo na história da península japonesa, porém vivia de maneira automática.

Não tinha ninguém e nem um propósito. Não gostava de ser comparada com as maldições e sofria por isso. Ela não sabia que não era uma maldição.

Ela era filha de Tamamo-no-Mae, um espírito de uma raposa, e do imperador Toba, um humano. Não havia precedentes e nunca houve outro caso igual.

O medo que Tamamo-no-Mae causou ao longo dos séculos transformou ela e sua própria filha em maldições também.

As kitsunes serem temidas pelo povo garantia a força de Sumkiko, que não teve problemas com nenhum inimigo que enfrentou.

. . .

Mais algumas décadas se passaram até a maldição voltar até o templo em que ela cresceu.

O local não existia mais.

As árvores em volta foram derrubadas e centenas de pessoas povoaram o local.

Sumkiko estava parada na rua, sozinha, na sua forma humana. O quimono que usava era grande demais e ainda assim, as pessoas passavam por ela sem notá-la, apesar de ela não sumir aos olhos dos humanos como as outras maldições.

A kitsune queria chorar, mas não conseguia mais.

A imortalidade era um fardo pesado demais para ela levar sozinha.

A maldição pensou que todos os descendentes de Shuu tinham morrido e que todo seu esforço havia sido em vão e então acompanhou o ritmo das pessoas que caminhavam a sua volta. O gizo pendurado na bainha da wakizashi não fazia mais barulho. O metal havia enferrujado. A bainha estava suja de lama e a lâmina havia tirado tantas vidas que ela não conseguia mais se lembrar de quantas.

Sumkiko continuou andando, sem saber ao certo para onde ia.

Ela não sabia ainda que ao salvar a filha de Shuu daqueles samurais, ela salvou a própria existência, isso porquê seria salva pela terceira vez por aquela família bondosa.

A última criança dos Miyazaki salvaria sua vida de todas as formas possíveis.

comer, matar e amar - jujutsu kaisenOnde histórias criam vida. Descubra agora