"Acredito que...
Se eu não fosse tão intrometido,
as coisas poderiam ser diferentes.
Ou talvez só estivesse fadado..."#nãoesqueçadevotar&comentar៹
࿆
Eu lembro bem da primeira vez que vi aquele garoto. Ele estava na entrada da faculdade, falando ao telefone. Pela expressão em seu rosto, dava para perceber que a conversa estava longe de ser agradável. Eu o observei instintivamente. Sabe quando você está passando por um lugar e percebe alguém falando alto, tentando disfarçar a raiva, mas sem sucesso? Foi isso que aconteceu. Eu olhei por pura curiosidade.
Até aí, nada demais.
A situação começou a ficar estranha quando, sem perceber, eu comecei a encontrar com ele em quase todos os lugares: refeitório, biblioteca, campinho. Juro de pés juntos, eu o via em todo lugar!
Um dia desses, estava querendo me isolar um pouco do barulho dos outros universitários para estudar melhor. A biblioteca, que deveria ser um lugar de paz, parecia mais uma feira livre, então decidi ir para uns banquinhos próximos à área restrita da universidade. E adivinha? Ele estava lá também!
Com o passar do tempo, durante uma aula qualquer, comecei a me perguntar: "Por que estou tão cismado com isso?"
Era loucura! Eu pensava demais em alguém que, na minha cabeça, eu encontrava por mera coincidência.
Depois de alguns dias, decidi que essa bobagem não merecia tanto espaço na minha mente. A prova bimestral estava chegando, e eu precisava entrar no modo "enfurnar a cara nos livros" urgentemente! Era isso ou reprovar na matéria.
Quando o dia da prova finalmente chegou, fui para o campinho revisar o conteúdo. A galera costumava jogar bola lá, mas quando o lugar estava vazio, era o ambiente mais tranquilo da universidade. Me acomodei em um dos bancos estreitos e compridos, com apenas quinze minutos para revisar tudo o que "aprendi" em dois meses.
A verdade? Eu não tinha aprendido muita coisa. Para piorar, na noite anterior, joguei videogame até sentir dor. Estudar, que é bom? Nada.
As coisas começaram a piorar quando ouvi ruídos e o que pareciam ser pancadas. Comecei a me irritar. Bufei, recolhendo meus livros, certo de que aquela barulheira não ia me ajudar em nada. Mas então ouvi um garoto lamuriando-se:
— Me deixa em paz, Kai! Eu não quero saber de você, que droga!
Minhas orelhas se aguçaram.
— Por que você não pode simplesmente ir embora? Eu já mudei de faculdade por sua causa, e agora você vem atrás de mim aqui também? Me deixe em paz, por favor! Eu não estou mais pedindo, estou suplicando!
Minha mãe sempre disse que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher. Mas ali, naquele momento, era mais como marido e marido, e eu estava pronto para meter o pé. Só não antes de ouvir mais um esbravejo:
— Não me toca! Eu juro que se você fizer isso de novo, eu grito pra Deus e o mundo e ainda te denuncio pra polícia!
Quem quer que estivesse com aquele garoto decidiu tocar nele. Não ouvi nenhum grito, mas o som de uma briga se desenrolando ficou claro.
Não gostei daquilo. Não mesmo.
Larguei meus cadernos e a bolsa. Aquilo não era da minha conta, mas quando você percebe que alguém precisa de ajuda, você deve ampará-lo. Não importa se o problema é seu ou não.
A discussão vinha de dentro do vestiário, e, cautelosamente, fui verificar o que estava acontecendo.
— Me testa, inferno. Grita pra você ver se eu não te meto uma surra aqui mesmo!
Moço, eu não gostei do seu tom. Muito menos da sua atitude.
Ele estava literalmente enforcando o garoto com um braço, enquanto a outra mão tampava sua boca, impedindo-o de gritar.
— Ei, vocês aí! — chamei, descendo lentamente as escadas.
O agressor me viu.
— Sai daqui, porra. Não tá vendo que a gente tá ocupado?
— Estou vendo sim. Tenho dois olhos, e eles não estão só para enfeitar meu rosto lindo — sorri amplamente, descendo ainda mais devagar.
— Tá brincando com a minha cara, palhaço? Vaza, senão sobra pra você também.
— Sobra? Pois compartilha aí, bro — ele largou o garoto no chão de forma nada delicada e me olhou dos pés à cabeça. — O que foi? Tá me achando bonitão? Eu sei que sou. Minha mãe sempre disse que o primogênito sugou toda a beleza dos outros irmãos.
Mas ele não estava para brincadeiras e partiu para cima de mim. Coitado, ele não sabe nem brigar. Já foi logo para o murro. Meu professor de luta sempre dizia: "Estude sua presa, depois ataque." E foi o que fiz. Segurei seu pulso e o torci, fazendo seu próprio braço enforcá-lo, enquanto suas costas batiam no meu peito. Peguei as chaves do meu carro e apontei a ponta afiada para o pescoço dele.
— Que porra...?
— Fica calmo. Isso aqui não vai te ferir ou te matar, não. Ainda bem, né? Porque eu ainda preciso terminar a faculdade com vinte e dois anos. Mas se me prometer que, quando eu te soltar, você vai fazer seu percurso quietinho e caladinho até a saída... eu te poupo.
Ele tentou gargalhar, mas estava com o braço no pescoço.
— Babaca idiota — ele resmungou, e eu apertei mais o braço dele.
— Inferno, tá bom! Me solta, seu filho da puta! — E eu o soltei, porque sou um cara de palavra.
No entanto, ele tentou me acertar. Gente ignorante age assim mesmo. O soco dele raspou no meu maxilar. Eu já esperava por isso, porque um cara como esse aqui jamais aceitaria algo "numa boa". Então acertei o estômago dele, e ele caiu no chão. Me inclinei, vendo sua mão na barriga e o corpo encolhido. Devolvi o soco que ele tentou me dar, no mesmo lugar.
— Eu teria te poupado e pegado leve. Mas falar da minha mãe desse jeito? Aí é sacanagem, bro. Mais respeito com ela, seu mané.
— Vai se foder... — ele murmurou, com a voz fraca.
— Hm... bem que eu queria, mas não tá fácil pra ninguém — balancei a cabeça, desolado. — É o seguinte. Você vai meter o pé daqui e nunca mais atormentar ninguém. Caso contrário, eu te denuncio. Parece mais simples agora, não?
Mostrei o curto vídeo que gravei no celular antes de enfrentá-lo. É sempre bom ter provas antes de agir.
— Palhaço — ele me fitou com o olhar pesado e se levantou, cambaleando, cuspindo sangue no chão.
— Fique sabendo que você... — ele apontou para o garoto encolhido no canto da parede. — Ainda não terminei com você. Não vai fugir de mim assim tão fácil. Você está me ouvindo, não é, Jimin? Não vai.
E saiu. Como se não tivesse acabado de levar uma surra.
O garoto chamado Jimin observou o outro sair, e, quando ele sumiu ao dobrar a esquina no topo das escadas, as lágrimas que ele tentava conter começaram a cair.
࿆
foi isso.
por enquanto.
os capítulos são ser alternados.
JJK × PJM
ok?vejo vocês no próximo!
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.[A história passou por uma breve revisão que focou em correções ortográficas, gramaticais, e ajustes de coesão e fluidez. Essas mudanças visaram melhorar a clareza e a compreensão do texto, sem alterar o desenvolvimento da narrativa.]
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EU QUERO SER PARA VOCÊ • jikook
عاطفيةJimin sempre se viu como alguém fora do lugar, uma alma desajustada. Por conta disso, e de tantas outras feridas invisíveis que o fizeram acreditar ser incapaz de viver como os demais, ele ergueu muros ao redor de si mesmo. Entregou-se à rotina do q...