Jimin sempre se viu como alguém fora do lugar, uma alma desajustada.
Por conta disso, e de tantas outras feridas invisíveis que o fizeram acreditar ser incapaz de viver como os demais, ele ergueu muros ao redor de si mesmo. Entregou-se à rotina do q...
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Naquela noite, meus sonhos foram serenos. E assim continuaram nos dias seguintes. Sentia-me em paz, algo que não experimentava há muito tempo.
Na universidade, eu pedia para sair mais cedo das aulas, evitando qualquer encontro com Kai. Chegava uma hora antes da aula começar, desfrutando de uma tranquilidade que há tempos me faltava.
Durante dois dias, perambulei pelos corredores da universidade, à procura de um livro essencial para meu seminário. Sem ele, minha nota seria um fracasso. Decidi explorar a ala de Informática, onde talvez tivesse mais sorte. Percebi que os estudantes de Ciência da Computação não têm muito apreço por livros.
A bibliotecária me informou que muitos alunos já tinham buscado aquele livro, mas se a sorte me sorrisse, talvez encontrasse uma cópia perdida. Cruzei os dedos e segui adiante.
Absorvido na busca, não percebi a presença de Jungkook na biblioteca. Por impulso, chamei por ele, e ele sorriu, vindo ao meu encontro. Conversamos por um tempo, e ele se ofereceu para ajudar na procura. Agradeci silenciosamente, pois vasculhar todas aquelas prateleiras sozinho seria uma eternidade. E o pior de tudo é que, quando alguém pega um livro, raramente o devolve no lugar certo, ou no gênero correto. É sempre um sofrimento.
Conversar com Jungkook era reconfortante. Ele sempre parecia interessado, me fazendo sentir à vontade. Às vezes, eu falava sem parar, sem nem perceber. A solidão pode ser assustadora, e sua companhia era um alívio.
De repente, o som de algumas garotas chamou minha atenção, eram tão barulhentas. E tudo aconteceu tão rápido que, quando percebi, Jungkook estava sobre mim, e nós dois estávamos no chão.
Minha cabeça bateu um pouco forte contra o piso, e uma dor surda tomou conta da minha testa. As meninas falavam algo, mas não prestei atenção; acalentar minha dor era mais urgente. A não ser que algo maior chamasse minha atenção.
A perna de Jungkook estava entre as minhas, e seu joelho tocava minha intimidade. Meu rosto começou a esquentar, o medo de que ele notasse a ausência do que eu deveria ter se instalou em mim.
E, além disso, Deus, eu nunca fui tocado assim! Sentir seu corpo sobre o meu, perceber seu íntimo me pressionando, me deixou completamente desnorteado.
Uma energia intensa e eletrizante percorreu cada fibra do meu corpo, e eu não sabia por que sentia aquilo. Minhas pernas se remexiam inquietas, o calor no baixo ventre atraindo a atenção de Jungkook. Meu rosto ardia de vergonha, e seus olhos colossais, fixos em mim, só intensificavam meu embaraço. Forcei minhas pernas, apenas querendo sair dali, e foi então que ele se deu conta de que ainda estava sobre mim, e se afastou.
Eu nunca havia passado por algo assim, nunca senti nada parecido e isso me assustava. Por isso, inventei uma desculpa e saí dali apressadamente. Antes de ir para a sala, entrei no banheiro e corri para um cubículo vazio, sentando-me no vaso sanitário com a tampa fechada. O frio na barriga desapareceu, mas ainda sentia uma sensação de calor na região. Era tão incomum, mas, apesar disso, eu sabia o que significava...
