Está quente e o suor pinga pelas minhas têmporas.
Hoje é o segundo sábado de um setembro de verão calorento, e esse dia específico do mês é sinônimo de uma única coisa; faxina.
Afastei os móveis na tentativa de espanar a camada fina de poeira que já se instalava ali. Quando chego na estante, fito os livros e materiais de decoração, me agacho para limpar a prateleira de baixo e vejo, por entre vasos de suculentas, aquela caixa.
Aquela caixa que eu guardava as polaiods que Jungkook me entregava, a caixa que guardei sua carta de despedida e o isqueiro devolvido. Desde que começamos a namorar, os pertences daquela caixa dobraram de tamanho com mais fotos e versos escritos em caligrafias bonitas e outras nem tanto.
Em meio a essa papelada toda, encontro uma carta, não é a que Jungkook me escreveu e assinou como Romeu, essa foi um presente de mim para ele na qual assinei como Julieta. Era aniversário de Jungkook e ele estava dormindo ao meu lado na cama do chalé alugado em Busan, ainda era muito cedo e olhando para através da janela era possível ver o mar secando. Comecei a escrever uma carta para ele ali.
"Feliz aniversário, amor
Esse apelido ainda parece doce na boca.
Como é o teu primeiro aniversário ao meu lado, achei que escrever isso seria um bom presente, mas a verdade é que não vou achar nenhum presente suficiente que eu possa te comprar, nada diz exatamente que eu te amo. E nem um "eu te amo" pode mensurar meu amor.
Não existem palavra para esse sentimento, ainda.
Obrigada por nascer, Jeon. E obrigada por continuar vivo todo esse tempo até eu poder finalmente dizer que tu é meu e de mais ninguém.
Quando te vi pela primeira vez achei que estava cometendo algum crime, pois tua grandiosidade e vivacidade era difícil de ler no meu analfabetismo sobre viver.
E obrigada por voltar, sei que isso exigiu coragem, logo eu que te chamava de covarde. Obrigada por remoer seu passado e ter melhorado por mim, porque eu estava te esperando, amor.
Tentei alcançar a aceitação quando você me deixou e me frustrei, pois tentava alcançar o impossível, ninguém jamais foi e nem será como você. Com toda essa tua aura de estrela do rock e uma versão asiática e menos cuzona de um Axl Rose, ele era meu ídolo até eu te conhecer e me apaixonar pelo teu sorriso, agora sou fã dele. E quando eu fui o motivo desse sorriso pela preimeira vez, ah Jeon, aquilo foi mágico. É isso então, o que vemos ao chegar no céu?
Foi difícil não querer te socar quando vi você voltando totalmente diferente - apesar de eu ter desejado isso quase todas as noites -, aquela não era uma boa hora, tua volta naquele momento ia significar um esforço muito maior de minha parte, ia me pôr a prova, porque eu sempre te chamei de covarde para alimentar meu ego, mas eu não era muito melhor nesse quesito.
Contudo, essa parte já foi, que os momentos difíceis sejam esquecidos, e os bom, lembrados e revivenciados. Eu gostava de fazer pedidos em silêncio esperando que alguém me ouvisse, tivesse pena de mim e me atendesse, mas de nada adianta pedir, ainda mais silenciosamente. Se você está com fome então que corte o pão e o queijo, escutei isso em algum lugar. Mas se você tem medo de cortar o pão e o queijo o que faz? Acho que passa fome.
Eu passei fome, não literalmente, por favor tente entender o que eu digo e não ria de mim por isso depois. Continuando, eu sempre aceitei pouco e quando tu veio com tua imensidão transbordante não sei o que senti, acho que era inevitável que eu não transbordasse junto, e de tanto transbordar eu acabei ficando muito maior do que eu imaginei, muito mais capaz e corajosa (obrigada por isso também).
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SAY YES TO HEAVEN || 🄹🄹🄺
Фанфик[Concluída] Essa memória vai me assombrar para todo sempre, a primeira vez que te vi, naquele inverno castigante de 2017. Tão livre que tinha medo de te tocar e te assustar, fazendo você voltar do lugar mágico que veio. Tão proibido que me sentia um...