SAY YES TO HEAVEN || 🄹🄹🄺

13. Últimas vezes.

Sugestão de música: Don't - eAeon feat. RM.

14.02.2018

Uma semana se passou.

Fiquei cheia com o trabalho no bar que mal vi a semana passar, talvez não tenha percebido por ter passado os dias tão monotonamente. Com Jungkook ocupado com as coisas da viagem, mal pôde me ver com frequência, aquele encontro no restaurante foi o suficiente para uma relação rasa como a nossa, mas eu queria mais e gostava de pensar que ele também.

O rapaz me ligou algumas vezes na semana para contar como estava indo os preparativos, decerto fez isso para suprir a falta que a sua presença fazia. Assim como antes, aproveitando até o último momento. Em algumas noites, quando estávamos no meio de uma ligação, pensava que a voz dele do outro lado me lembrando do quanto estávamos mais perto do fim, era uma tortura. Mas no dia seguinte ele não ligou e percebi que aquilo era uma tortura maior.

O tempo é cruel. Apesar de estável, parece brincar com nossas mentes para sentirmos a semana passar rapidamente, ou as horas se arrastarem. Meu tempo com Jungkook estava acabando e lembrava disso com mais frequência do que necessário. Pensava nele com mais frequência do que antes, se é que isso é possível.

Antes de ontem, faltando dois dias para o dia de sua ida, ele me ligou. Eram 1h36 da manhã e eu estava sonhando com coisas absurdas quando acordei meio assustada pelo barulho estridente do aparelho na mesa de canto. Poderia ter simplesmente ignorado ou rejeitado a ligação, estava cansada e deveria ter energia para o próximo turno no bar, mas atendi e até sorri quando vi seu nome piscar na tela.

E então mais tortura, ele dizia que faltava poucas coisas para estar tudo pronto e meu coração se apertava cada vez mais ouvindo isso. Ele dizia que havia combinado uma despedida na casa de Jimin - na qual continuaria mobiliada e a chave agora estaria com Yeri -, ele disse que todos estariam lá e eu provavelmente estava incluída nesse "todos", felizmente. Ele dizia que não seria uma festa e não haveria bebidas, pois a estrada esperava por eles.

"Hoseok disse que vai ser uma confraternização do choro, e que seria bom se chovesse para garantir que tudo ficasse mais melancólico."

Foi o que Jungkook disse com um ar de riso do outro lado da linha, e me permiti rir também. Chorar não estava mais entre as opções. Me perguntei se era possível que a situação ficasse mais melancólica do que estava. Perderia metade do meu ciclo social com essa ideia tola de Jungkook. Entre os viajantes estava; Yoongi, o baterista; Jimin, contra-baixo; Taehyung, guitarra; Jungkook, o vocalista e Hoseok. Hoseok não era membro da banda - apesar de ter tocado com eles algumas vezes -, mas era membro daquela família, então ele iria também. Dessa forma, ficaria apenas Yeri e Seulgi aqui em Seul, levando em consideração que não tenho muita intimidade com Seulgi, meu ciclo social se tornava exclusivo a Yeri.

Jungkook não só vai embora como também vai levar quase tudo de bom que trouxe. O dia da despedida na casa de Jimin é hoje, contudo, felizmente, não está chovendo.

[...]

Jungkook estacionou na frente do meu prédio para me buscar e só de pensar que era a última vez que aquilo acontecia, meu estômago embrulhava. Seria a última vez na qual assistiria Jungkook desfilar minha rua à baixo até chegar na minha calçada, a última vez que me cumprimentaria me chamando de gatinha enquanto entregava o capacete para mim. Era a última vez que sentiria a brisa gelada contra meu rosto e agarraria a cintura de Jungkook com força, ainda me segurando naquela desculpa boba de estar com medo. E também não cantaria mais Lady Gaga.

— Chegamos. - ele disse quando estacionou na frente da casa de Jimin e vi aquela fachada bonita. Jungkook me contou uma vez que a família de Jimin era "rica" e isso explicava aquela casa estranhamente grande só para uma pessoa. Porém, na verdade, aquela casa servia quase como uma sede entre os amigos de Jungkook, e eu estava incluída nessa. Hoseok logo saiu andando através dos portões para nos receber, e seria a última vez disso também.