15. Sem querer eu quis ela, cada vez mais.

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A partir de agora a história teve um salto de cerca de três anos. Boa leitura.

JK pov

18.12.2020

Busan não era o melhor lugar para se consertar aparelhos eletrônicos, na verdade, acho que não havia nada de especial nesse ramo aqui nessa cidade, diferente de Tóquio. Lembro de ter soltado um palavrão de frustração quando notei que a tela do meu celular havia pifado, pois fazia apenas uma semana desde a minha chegada de Tóquio e, se ainda estivesse lá, poderia facilmente ter comprado um novo celular com desconto especial de um amigo específico de Hoseok.

Tóquio havia sido o máximo. Lá era o país no qual eu moraria sem problemas, os pontos turísticos são de tirar o fôlego e há novidades que você não encontra em nenhum outro lugar do mundo. As pessoas não são tão receptivas quanto na Coreia, mas tudo muda quando a noite cai e você está em um bairro alternativo lotado de bares e jovens adultos. Fizemos alguns amigos nessas noites, a maioria trabalhava nos bares que acabávamos enfiados. Yoongi teve até um casinho especial nesse ano, mas eles resolveram acabar quando ele disse que voltaria para a Coreia. Já eu, não saí da zona de conforto, quero dizer, não tive nada de especial com ninguém, nada que ultrapassasse beijos aleatórios e noites em algum apartamento.

Quando saímos de Seul, em 2018, fomos direto para Busan para fazer algum dinheiro, aproveitei para me despedir de minha mãe que não teve grande surpresa quando aleguei a viagem para o Japão, eu já havia saído de casa muito novo. Depois chegamos no Japão. Quase desistimos de tudo no meio do caminho mas era inaceitável deixar um projeto pela metade, então fomos mesmo assim, valeu a pena.

Contudo voltamos para Busan pois já era tempo, Japão é incrível, de fato. Mas não é nossa casa e estávamos num ponto onde até a comida coreana fazia falta. Decidimos voltar então, e estava tudo correndo normal, até meu celular pifar.

Entrei na loja de aparelhos eletrônicos, a mesma era perdida em um dos becos do centro. Jimin disse que o lugar era de confiança, então decidi não me importar com a má localização e o cheiro ruim insistente do beco.

— Jungkook-ssi. - escutei o mais novo atrás do balcão falar. — Veio buscar o celular, certo? - Jisung perguntou com aquela expressão jovem de surpresa que sempre possuía. Lembro de ter me surpreendido pela habilidade notável do mais novo na eletrônica, com apenas dezesseis anos já era o mais qualificado do lugar - ou pelo menos foi isso o que ouvi falar -, até cheguei a duvidar de sua capacidade, mas dei esse voto de confiança.

— Sim. - sorri por cordialidade.

— Aqui está. - ele tirou o celular debaixo do balcão de vidro. — São 150,000 won. - quase tive um sobressalto com o preço, mesmo que já soubesse dele.

— Ok. - falei entredentes. Havia certa economia no banco e resolvi por pagar tudo à vista, só para não me culpar por ter vindo uma semana mais cedo para Busan, a cada prestação. Passei o envelope, que peguei em uma pilha de outros idênticos quando fui tirar dinheiro no banco, pelo balcão.

O rapaz mais novo fechou o sorriso gentil para contar o dinheiro com uma cara que o deixava uns três anos mais velho.

— Tudo certo, obrigado. - ele sorriu novamente. Agradeci e sorri de volta, quando estava quase colocando os pés no beco novamente, escutei:

— Jungkook-ssi. - me virei e Jisung segurava algo nas mãos, uma... foto? — Estava dentro da sua capinha, quase me esqueci de te devolver. - cheguei mais perto para enxergar e senti um frio correr pela minha espinha.

SAY YES TO HEAVEN || 🄹🄹🄺Onde histórias criam vida. Descubra agora