24.12.2020
Véspera de natal.
A cafeteria não está tão cheia quanto estaria em um dia normal, em compensação, muitas pessoas passam pelas ruas com olhares perdidos, sem saberem qual o melhor lugar para se comprar um presente de última hora.
— Onde vai passar o natal? - Sumin perguntou e logo tirei a atenção das pessoas na rua.
— Não sei. - pigarreei. — Tinha uma dessas festas chiques para ir com Jaehyun, mas nós brigamos. - Sumin fez uma careta ao escutar o nome de Jaehyun.
— Você não acha que vocês dois brigam demais para um casal de recém noivos? - eu já tinha pensando nisso antes.
— Acho, mas não sei o que fazer. Tem alguma coisa que me impede de acabar com tudo. - fui sincera com a mais velha, que se sentou no outro lado do balcão.
— Sabe o que eu acho, né? - acenei para que a mesma continuasse. — Você tem medo de sair da zona de conforto, mesmo que nem a própria zona seja tão confortável assim. - medo, desviei o olhar para o computador fingindo fazer algo de importante apenas para não ver a verdade cara a cara.
— Não tenho medo. - falei convicta ainda sem olhá-la. - Se eu quiser eu termino tudo agora mesmo.
— Então termine, você não quer? - falou simples. Eu não sabia o que eu queria, essa era a verdade.
— Não sei o que eu quero.
— Posso dizer o que eu acho? - Sumin adorava fazer esse tipo de pergunta, e ela continua falando mesmo sem que você tenha respondido positivamente. — Quando estamos realmente apaixonados a sensação é de que podemos largar tudo por essa pessoa. - ela fez uma pausa para que eu pensasse, contudo pensei em Jungkook e como me senti na época que meus pensamentos apenas giravam entorno do suposto momento onde ele me levaria para o Japão também.
— Continue. - fiquei na sua frente ainda do outro lado do balcão, interessada em suas palavras.
— O que quero dizer é que, geralmente, as pessoas não têm dúvidas quando realmente sabem o que querem, e se você tem dúvidas sobre o noivado é por que não ama ele. - desviei o olhar. — Não ama ele, mas tem medo de terminar. Afinal, vocês já chegaram muito longe, realmente dá medo desistir de tudo, logo agora.
Medo, eu odiava essa palavra. Me fazia lembrar daquela menina frágil do passado e eu não gosto dela.
A porta da entrada fez barulho e logo vi um homem vestido com um uniforme azul da floricultura que eu já tanto conhecia.
— Entrega para Park Chaewon. - ele leu um cartãozinho e logo entregou o buquê de flores. Camélias, mesmo depois de tantos pedidos de desculpas com buquês, Jaehyun nunca acertou minhas flores preferidas.
— Obrigada. - agradeci enquanto o homem saía, ele parecia confuso por eu ter recebido um buquê e não ter me espantado.
— Vamos ver qual desculpinha ele escreveu no cartão dessa vez. - escutei Sumin falar assim que eu abri o cartão.
"Desculpe por ontem, sei que errei. Vamos à festa de hoje e vai ficar tudo bem. Beijos do seu noivo, Jaehyun"
Mostrei o cartão a Sumin e ela riu.
— Isso é novo. Assumindo a culpa. - ela devolveu o cartão para o buquê. A mais velha tinha uma expressão de diversão no rosto.
— Duvido que tenha sentido culpa de verdade, é tão genérico que nem parece um pedido de desculpas real. - saí de onde estava e sentei ao lado de Sumin no balcão, Heejin estava assistindo no celular da mãe em uma das mesas do salão.
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SAY YES TO HEAVEN || 🄹🄹🄺
Hayran Kurgu[Concluída] Essa memória vai me assombrar para todo sempre, a primeira vez que te vi, naquele inverno castigante de 2017. Tão livre que tinha medo de te tocar e te assustar, fazendo você voltar do lugar mágico que veio. Tão proibido que me sentia um...