Capítulo 10

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Olívia

Respiro com dificuldade mas acho que tomei uma vantagem daqueles homens depois de um bom tempo correndo e diminuo um pouco o ritmo. Puxar o ar faz queimar meu peito e sinto minhas pernas tremerem, não sei se de cansaço ou medo (provavelmente os dois). Não tenho ideia de onde estou ou de que horas são já que a mata é fechada, pelo menos ainda está um pouco claro, preciso arranjar um lugar pra me esconder e descansar logo antes que escureça e não dê para enxergar mais nada.

Caminhando sem rumo, escuto um barulho de água e acelero nessa direção, encontro um córrego que aparenta ter água limpa e bebo bastante para matar a sede e tentar enganar a fome. Olho a minha volta e na margem do outro lado vejo um tronco de árvore caído que parece estar oco. Talvez dê para ser meu esconderijo por esta noite.

Atravesso o córrego e com o que encontro no chão tento camuflar o abrigo. Já começa a escurecer e com dificuldade em enxergar o que pego me machuco com uma lasca de galho seco, minha mão arde e um pouco de sangue escorre, mas com a adrenalina ainda a milhão nem sinto muita dor. Rasgo um pedaço da manga da minha blusa e amarro o ferimento que não parece ser fundo, me acomodo e logo o cansaço me vence.

...

         Estou deitada numa cama dura num quarto pouco iluminado e tudo me é familiar, até o cheiro de sabão barato dos lençóis. Droga, droga, droga! Estou de volta nesse maldito lugar. 

        - Olívia, vai ser uma boa menina hoje?- estremeço quando ouço aquela voz odiosa ao longe. Preciso me mexer e sair daqui, mas uma voz diferente me para.

        - Acorda, mia principessa!- essa é uma voz rouca, suave. A voz estranha me acalma e o ar se aquece ao meu redor.

       "O que está acontecendo?" minha mente está uma bagunça completa, então me lembro da  máfia e de que preciso fugir.

Abro os olhos e sento num pulo, mas meu susto é maior ainda quando minha visão desembaça do sono e dou de cara com Andreas.

- Vamos para casa, principessa!!- ele diz calmamente com um sorriso de lado, meus olhos seguem seus braços que estão esticados ao meu redor segurando um cobertor quente e ele está perto, perto demais para que eu consiga fugir. Acho que minha vida acaba agora e o pânico me toma.

Um mafioso aos seus pés ( Brutos que amam - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora