Capítulo 31

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Andreas

Entro em meu escritório bufando e vou direto ao bar me servir de uma bebida. Bruno entra logo atrás, pode ser algo importante mas agora não tenho cabeça para nada.

- Agora não, Bruno! - falo ríspido e ele dá volta no mesmo instante. Tomo um gole generoso de uísque, vou até minha mesa e largo o copo, solto o corpo na cadeira e jogo minha cabeça para trás pensando no que aconteceu agora a pouco no jardim. "Somos amigos ela disse, será que essa mulher é cega?" rio sem achar graça. 

Tenho feito de tudo para conquistar Olívia, sei que me ver como amigo é um primeiro passo, mas é frustrante estar ao seu lado e ela não me ver como seu homem. Termino tranquilamente minha bebida e mando Bruno voltar, o dever me chama.

- Problemas com o carregamento para Bolonha novamente - despeja assim que entra no escritório.

- Salvatore está brincando comigo! - rosno batendo o punho na mesa, muita ousadia dele querer medir forças comigo, ainda mais agora que meu poder aumentou. Abro a gaveta da mesa e pego minha arma e o coldre - Reúna os soldados, essa valentia dele acaba aqui.

- Tem certeza que não é melhor deixar que eu resolva isso? Você acabou de se casar - ele tenta me impedir de ir, mas hoje preciso extravasar minha raiva.

- Acabei de subir meu cargo na família, preciso mostrar que não podem medir forças comigo.

Vamos em cinco carros até o armazém onde carregamento está. Chegamos no momento em que Salvatore vistoria as armas que estão no chão, atrás estão suas caixas abertas e outras ainda fechadas que foram descarregadas. Desço do carro e me aproximo calmamente, meus soldados me seguem em alerta, prontos para o confronto, estamos em clara vantagem, com ele há cerca de 10 homens contra 24 nossos.

- Capo! - me olha amedrontado.

- Salvatore, assim você me decepciona! - falo calmo para intimidá-lo, mas por dentro estou fervendo de raiva.

-  Podemos conversar, afinal somos amigos! - ele gagueja e seus soldados se aproximam.

- Amigos, amigos, negócios a parte! Pague o que me deve e continuamos nossos negócios e nossa amizade - meus soldados empunham as armas mirando-os e eles fazem o mesmo. O capo e eu nos encaramos.

- Façamos um acordo! - ainda tenta barganhar comigo

Viro a cabeça para o lado numa gargalhada - Sem acordo! - quando viro novamente em sua direção saco minha arma de debaixo do terno e atiro acertando seu ombro. Salvatore não tem tempo de revidar e cai para trás, segundos depois um dos soldados dele atira e meus homens revidam na sequência tudo vira um caos.

Com o coração acelerado e a adrenalina a mil, abaixo atrás de uma das caixas para me proteger e meus soldados me cercam para dar cobertura. Salvatore é levado por um de seus homens para um carro, sigo abaixado atrás deles para interceptar. Quando estou próximo o suficiente atiro no soldado que protege Salvatore, acerto sua perna e ele atira de volta acertando em meu antebraço pegando de raspão.

Me protejo atrás de uma empilhadeira que foi usada para retirar as caixas do caminhão e vejo o carro com o soldado e Salvatore sair cantando pneus, olho ao redor, os soldados inimigos que não foram abatidos estão rendidos, assim posso sentar e olhar meu ferimento.

- Está querendo morrer, Andreas! - Bruno esbraveja chegando ao meu lado, sem prestar muita atenção ao que diz tiro o terno e rasgo a manga da camisa para averiguar o ferimento.

- Foi só de raspão, não exagere! - respondo ríspido

- O que sua mulher vai dizer quando o vir assim! - travo na hora, será que Olívia se preocuparia comigo? Talvez nem se importe que fui ferido.

Chego em casa no meio da madrugada, antes de vir para casa fomos ao médico da família, sirvo um copo de uísque antes de subir para descansar. Quando passo pelo quarto de Olívia a necessidade de vê-la é grande. Abro a porta devagar sem bater, inspiro seu cheiro que está por toda a parte, entro silenciosamente e sento numa poltrona perto da cama, fico olhando-a dormir tranquila.

Bebo meu uísque todo e coloco o copo no chão ao meu lado, o movimento faz o ferimento arder e sem me segurar gemo de dor. Ela se mexe, vai acordar logo, levanto para sair do quarto sem que me veja.

Um mafioso aos seus pés ( Brutos que amam - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora