Capítulo 23

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Andreas

Finalmente meu casamento, estou nervoso demais e angustiado, enquanto não ver Olívia dizendo "sim", não ficarei calmo. Luto para arrumar a bendita gravata quando alguém entra no quarto.

- Mamma! Fico tão feliz que tenha vindo ao meu casamento! - abraço minha mãe que beija meu rosto com carinho e assume a arrumação da minha gravata.

- Não perderia o casamento do meu único filho por nada nesse mundo - dá um sorriso acolhedor que tanto sinto falta - E sua noiva? Como está o relacionamento entre vocês?

- Nada fácil! Você sabe que nem Gioconda nem eu daríamos outra opção que não fosse aceitar esse casamento. 

- A moça está casando forçada? - ela me olha como se fosse me bater a qualquer minuto.

- Tentei! Mas ela é só uma menina que cresceu sozinha e de repente uma bomba é colocada sobre suas costas - conto sobre suas tentativas de fuga e que por pena aceitei o acordo - Espero não me arrepender de ter cedido minha opinião por uma mulher - suspiro cansado.

- Não qualquer uma, mas a sua mulher! Isto é o casamento, ceder quando é preciso. Sinto tanto orgulho do homem que se tornou Andreas! - acaricia meu rosto - E não pense que não vi seus olhos brilhando quando fala da moça. Agora tenho certeza de entregar meu presente a ela - beija meu rosto e sai, sorrio terminando de me arrumar e vou para o local da cerimônia.


 - Terá alguns dias para aproveitar sua lua de mel, depois será oficialmente o capo de tutti capi, minha última reunião como capo será amanhã - estamos no altar improvisado num pergolado e Gioconda fala alegre dando batidinhas em meu ombro, apenas aceno em positivo, meu nervosismo triplicou, realmente não tenho como pensar sobre mais nada agora.   

Somos avisados que a noiva está chegando e todos se posicionam nos devidos lugares, olho para minha mãe que sorri para mim, Bruno está do meu outro lado como padrinho e aperta firme meu ombro me incentivando. Meu coração erra uma batida quando vejo Olívia vestida de noiva, está simplesmente espetacular! Ela hesita ainda na entrada e meu peito aperta " ela não pode desistir agora" penso angustiado, logo caminha para o altar olhando para todos os lados menos para mim, só realmente me enxerga quando estendo a mão para nos posicionarmos. "Finalmente minha", explodo de felicidade e sorrio como nunca para ela.

- Sei bellissima principesa!! - cochicho em seu ouvido e sinto seu perfume, uma mistura suave de aromas de flores. Adoro seu cheiro, pensando nele que mandei fazer um jardim para minha principessa em casa e aqui no casamento. Tornou-se meu perfume favorito.


- Está gostando da festa?- ela não abriu mais a boca desde que disse sim na cerimônia e já estamos na recepção, tento puxar assunto pois é nítido que não está nem um pouco feliz, apenas curva de leve o canto da boca num sorriso fraco e acena a cabeça concordando.

- Está tudo muito bonito, mas estou cansada - ela responde e deve estar mesmo, sei que seu dia começou cedo, concordo e digo que vou só me despedir de minha mãe que está logo a frente e que já iremos embora.

- Olívia está cansada, já vamos para casa! Meus soldados a levarão em segurança, mãe - dou um beijo em seu rosto.

- Cuide bem dela, meu filho! É uma moça adorável - aceno a cabeça a beijo de novo e chamo Olívia para irmos embora, mesmo recuperada por completo do envenenamento, ela não parece nada bem. Parece uma bomba prestes a explodir a qualquer minuto.

Assim que chegamos na mansão Olívia vai direto para seu quarto e eu para o escritório trabalhar um pouco. Sirvo um copo de uísque, mas viro um pouco na calça quando sento então subo para me trocar, no meu quarto olho ao redor e penso quando terei minha principessa aqui comigo. Ouço gritos e reconheço a voz de Olívia, pego minha arma e corro para seu quarto.

Invado o quarto de arma em punho, pensando que pode ser um novo atentado e vejo uma cena de guerra. No closet 3 senhoras gritam ao mesmo tempo e tentam aproximar-se de Olívia, vários objetos estão espalhados e quebrados pelo chão, um espelho grande está aos cacos. Minha principessa fora de si ameaça as mulheres com um pedaço de vidro do espelho. " que porra é essa?"

A mais velha das mulheres chega próximo dizendo que é seu trabalho arrumar a noiva para as núpcias e Olívia avança com o vidro, por pouco não acerta a mulher. Porra! agora entendi o que essas malditas estão fazendo e guardo a arma nas costas.

- NÃO TOQUE EM MIM! NÃO TOQUE EM MIM! - ela está descontrolada, sangue escorre de sua mão - NINGUÉM TOCA EM MIM! MUITO MENOS VOCÊ! - aponta o caco pra mim quando me vê.

Grito mandando as mulheres embora e elas correm para fora, levanto as mãos em rendição e me aproximo com cuidado - Olívia, fizemos um acordo e eu vou manter a minha palavra! Abaixe o vidro, ok! - falo manso tentando acalmá-la.

- Elas ficaram me tocando! Puxaram minha roupa! Eu disse que não gosto que me toquem mas elas ficaram me tocando e me tocando! - ela murmura para si mesma, reluta mas solta o vidro.

- Vou pegar sua mão, tudo bem?-  baixo um braço devagar e pego sua mão machucada com cuidado, por sorte o corte foi só superficial não precisa pontos.

- Vou fazer um curativo na sua mão, depois você descansa, ok! - ela acena e me segue para um quarto de hóspedes. O dela está com muitos cacos de vidros espalhados pelo chão e com Olívia nesse estado de nervos não fico tranquilo. Faço o curativo e felizmente ela aceita um calmante que ofereço. A deixo descansando no quarto.

No outro dia, perto do inicio da tarde bato no quarto que ela dormiu e não a encontro, vou até seu quarto e também nada, encontro Olívia na biblioteca, em pé na janela olhando para o nada como ficava uns dias atrás em seu quarto.

- Sente-se melhor? - pergunto suavemente ao me aproximar, não sei como se comportará hoje.

- Sim, obrigada! - ela suspira e vira em minha direção - Desculpe meu descontrole ontem, estava uma pilha de nervos.

- Esqueça!  Aquelas mulheres de ontem vieram a mando de sua avó, se soubesse que viriam teria impedido que entrassem na casa. As esposas da máfia tem essa tradição ridícula das doulas prepararem as noivas para a primeira noite. 

- T-tudo bem! - passa por mim e caminha até a porta visivelmente abalada, sigo atrás e quando segura a maçaneta firmo a porta impedindo que saia. 

- Olívia, ainda sobre ontem, aconteceu...algo com você no Brasil? - pergunto com cautela. Sempre achei que ela não suportava que eu a tocasse, mas ontem percebi que é com qualquer pessoa.

- Não quero falar sobre isso! - fala baixo com olhar fixo na porta.

- Você pode falar comigo sobre qualquer coisa na hora que quiser! Quero que me veja como um amigo! - ela acena ainda sem me olhar e libero a porta para ela sair. Tenho certeza de que aconteceu algo com ela, agora preciso de paciência para que confie em mim e me conte para que possa ajudá-la.




Um mafioso aos seus pés ( Brutos que amam - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora