Capítulo 19

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Andreas

Na pilha que estou ultimamente, todos a minha volta sabem que não é a melhor hora para me irritar, meus dedos coçam por pólvora e sangue. Tenho trabalho acumulado nas casas de jogos, problemas com alguns carregamentos de armas, muito tempo sem sexo e para completar Olívia me enlouquecendo com essas fugas. A alguns dias atrás perdi a linha e fiquei realmente furioso com a atrevida gritando e apontando o dedo na minha cara. Nunca alguém teve a audácia de me enfrentar assim, se fosse qualquer outra pessoa teria um fim naquele momento, no entanto minha vontade na hora foi jogar ela na cama e fode-la com vontade até que esquecesse essas malditas fugas, mas vê-la encolhida e chorando com medo foi como um soco na minha cara. 

Meus pais amavam-se bastante e foram muito felizes, uma pena meu pai ter vivido pouco, tanto que após sua morte, minha mãe não quis mais casar, isolou-se no interior e pouco sai. Tomei a meta de um amor como o deles para minha vida, quando encontrasse a mulher que aquecesse meu peito a trataria como uma princesa e foi assim que me senti quando vi Olívia, quero que ela sinta o mesmo por mim e nunca medo.

Com as fugas e os problemas, resolvi trabalhar de casa por enquanto assim vigio de perto minha principessa. Nesse momento, discuto com o capo de Bolonha por vídeo - conferência em meu escritório. 

- Salvatore, nosso preço já foi acordado. Se o restante do pagamento não aparecer, tomarei minhas providências, capito? - O maledetto pensa que pode me passar a perna mas nem a pau vou permitir.  

- Andreas, tenho urgência desse carregamento, mas meu caixa está baixo. Podemos chegar a um acordo vantajoso para ambos - ele passa a mão na testa suada tentando negociar.

- Sou um negociante, não a porra da caridade! - falo ríspido. Desvio os olhos quando Bruno invade meu escritório sem bater interrompendo a reunião, aguardo que venha até mim porque pela sua cara certamente o caso é sério. 

- Problemas, capo - cochicha próximo para que apenas eu escute, é o bastante para entender que é grave. Dou um ultimato ao outro e desligo, sem mais demora saio do escritório.

- Temos alguém infiltrado na casa! Um dos homem da equipe do casamento está morto e Olivia desmaiou! - assim que ouço seu nome corro até ela.

No caminho cruzo com Paola e os outros sendo escoltados por soldados armados até a cozinha onde os demais funcionários já devem aguardar para serem interrogados também, do lado de fora da casa vários soldados procuram suspeitos.

Na sala, Olívia está desmaiada no sofá e há um corpo tapado com lençol no chão, pego minha principessa no colo para levá-la para seu quarto, parece estar mais leve do que quando cheguei com ela do Brasil, mas pensarei nisso depois porque o médico já deve estar chegando.

- Dói... meu estômago!- ela desperta quando já estou alcançando o quarto.

- Calma, você vai ficar bem! - ponho ela gentilmente na cama. Ela se encolhe em posição fetal e grita de dor, revira na cama vindo para a beirada, põe a cabeça para fora e vomita - O médico já está vindo Olívia, aguente só mais um pouco - seguro seus cabelos para ajudar e tento acalmá-la. Ela volta para o meio da cama ainda gemendo e o médico junto com uma enfermeira finalmente entram no quarto. 

Saio para que o médico a examine e espero angustiado em frente a porta. Depois de quase uma hora o médico sai. 

- A moça foi envenenada. O veneno era extremamente forte, a sorte foi que ela ingeriu uma porção pequena e expeliu uma parte. Está medicada mas precisa de repouso, deixarei minha enfermeira para cuidar dela, é eficiente e de minha inteira confiança.

Agradeço e entro para ver Olívia, a enfermeira é realmente eficiente, o quarto está limpo e Olívia dorme confortável, a moça termina de colocar o medicamento no soro do acesso e sai para me dar privacidade. Puxo uma poltrona até o lado da cama, Olívia dorme um sono profundo devido a medicação, está pálida e com os lábios arroxeados. Faço um carinho suave com os nós dos dedos em seu rosto e dou um beijo em sua testa com a promessa de que o culpado será punido. 

Bruno bate na porta e avisa que pegou a pessoa que entregou chocolates envenenados a Olívia, marcho com ele até uma parte mais afastada no fundo do terreno onde fica um galpão de tortura. Esse foi usado pouquíssimas vezes, não gosto de usar nosso "método de interrogatório" em casa, prefiro os outros mais distantes que são bem mais equipados, mas por hora abro uma exceção. 

Dentro do galpão é tudo simples, pouca iluminação e uma cadeira no meio do espaço, onde há uma moça amarrada e amordaçada. 

- Diga quem mandou você e seu fim será rápido! - ameaço e arranco a fita bruscamente.

 - Nunca vai descobrir quem me mandou - ela se encolhe pela dor depois me enfrenta sem se intimidar;

- Sua sorte é que não interrogo mulheres - ela sorri vitoriosa - Mas meu braço direito aqui não tem o mesmo pensamento que eu, então boa sorte! - aponto para Bruno ao lado de uma mesa posicionada próximo onde há vários apetrechos interessantes.

- ESPERO QUE FIQUE VIÚVO ANTES MESMO DO CASAMENTO!! - ela grita e ri histericamente quando me afasto, dou meia volta até a mesa e sem pensar muito pego uma commander, uma faca militar leve e pequena mas letal, não ia interferir mas ela me tirou do sério. Giro a faca na mão enquanto me aproximo e cravo fundo em sua perna esquerda desviando da veia femoral, preciso dela viva para o interrogatório. 

- Ninguém machuca minha mulher e sai livre - falo próximo do seu ouvido, seus gritos me lembram que Olívia desmaiou de tanta dor e giro o cabo da faca afundando ainda mais, ela urra de dor e me sinto satisfeito por enquanto. Calmamente, tiro um lenço do bolso e limpo a mão . 

 - Nem pense em ser rápido - aviso Bruno e saio ouvindo os gritos da mulher.

"Alguém não quer que me case, mas quem e por quê?" Preciso descobrir o quanto antes.

Um mafioso aos seus pés ( Brutos que amam - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora