O mestre do fogo

Capítulo 1 - Aquele considerado um erro.

Olá a todos! Bem vindos a mais uma história minha. Ela é escrita com base sobre a história da MoXiang TongXiu, Tian Guan Ci Fu. A história do Mestre do Fogo se passa após o fim da obra. E embora fique no OC que criei, os demais personagens também aparecem. Espero que gostem da história e aproveitem a leitura.

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Os céus estavam instáveis.

Após a árdua luta contra Jun Wu, que na verdade é Bai Wuxiang, não havia mais cidade celestial, palácio de jade ou qualquer indício do que antes era um paraíso divino e desejo de muitos mortais alcançarem.

Mesmo tendo criado algo em uma das montanhas mais altas, ainda não era estável e, muitas construções não foram feitas ainda. Os únicos palácios criados até então eram do Gen. Ju Yang, Gen. Xua Zhen, Gen. Ming Guang e o de Ling Wen. O palácio de Yi Zhen devia ser construído também, mas por ele dizer que não precisa de um urgentemente, a construção dos demais palácios que eram mais necessários foi priorizada.

Além disso, uma equipe especial foi criada para recuperar tudo ou qualquer coisa que ainda preste dos escombros da antiga cidade celestial, o que não é muito. Um problema que surgiu conforme iam construindo tudo e fazia a velocidade ser reduzida consideravelmente, foi a instabilidade na nova cidade celestial. Usar apenas o poder celestial de alguns vários deuses não mantinha a cidade estável e, com intervalos irregulares, tremores seriam sentidos por toda parte e faria prédios em construção desabarem.

Apenas os quatro palácios, antes citados, levaram mais de dois anos para serem concluídos com a ajuda de todos os deuses marciais médios e alguns superiores, tiveram de ser reforçados várias vezes mais para que durassem e não caíssem em um terremoto um pouco mais forte.

No entanto, a sorte não parecia sorrir para estes pobres deuses que já estavam exaustos.
Um tremor iniciou sem qualquer aviso. Toda a cidade tremeu fortemente. Palácios que estavam em seu processo de criação foram ao chão, pilares que continuam tochas acesas desabaram, pedras na praça central onde os oficiais ascendidos surgiam racharam pela forte força do tremor. Os palácios já concluídos, mesmo sendo incrivelmente fortes, ganharam rachaduras em seus pilares e paredes para o desespero dos deuses.

Este nível de tremor era comparável ao de sua Alteza real, o príncipe herdeiro de XianLe quando ascendeu, se fosse um Deus ascendendo seria um incrivelmente forte. Mas não havia nenhum pilar de luz subindo ao infinito e ninguém surgiu no meio da praça.

Era apenas mais um tremor, um forte. Será?

O sino que comumente toca para dar as boas-vindas aos novos chegados, não havia sido instalado ainda e por isso não tinha como esses deuses saberem que, neste instante, ele estaria tocando loucamente.

Minutos mais tarde, um fraco tremor reverberou, assustando alguns que não queriam uma segunda dose do anterior, mas então... Um enorme pilar de luz surgiu em meio a praça, chamando a atenção dos transeuntes.

Este pilar logo foi engolido por chamas, chamas vermelhas e douradas que subiam aos céus sem fim, era incrivelmente quente, fazendo o chão abaixo virar lava líquida, no meio desse pilar, uma pequena forma surgiu e então, o pilar de fogo se apagou em um instante, deixando o chão borbulhante em calor, com um jovem no centro disso, de pé sobre aquele ponto escaldante que nenhum oficial ousava se aproximar, eles podiam sentir que aquilo iria os ferir, se não os matar.

Então os cochichos começaram, o tremor foi pequeno, embora aquele fogo todo fosse bem chamativo, mas ele não devia ser realmente forte, pois era incrivelmente jovem. Olhos tortos e expressões de desprezo.

O jovem que olhava ao redor um tanto perdido, apenas começou a andar pela lava, querendo sair daquela agradável poça quente.

Sua vestes sujas, tanto de terra quanto de sangue, indicam que ele devia estar lutando quando ascendeu ou era apenas um mendigo que conseguiu alguma iluminação. Só que não era tudo.

Não devia ter mais que 1,68 de altura, era magro e franzino, seu cabelo era comprido e não muito cheio. E ali estava o mais estranho, eram vermelhos. Seus longos fios de cabelos eram vermelhos como fogo, assim como suas sobrancelhas e seus longos cílios, mas seus olhos azul claro, seriam como gelo frio e não mostravam emoção alguma. Quem era aquele? Um jovem tão estranho e diferente, não se enquadrando naquela paisagem, parecia mais um demônio.

“Seja bem-vindo a cidade celestial, Mestre do Fogo.” A recepção um tanto tardia, veio de Ling Wen, que ao ver o enorme pilar de chamas deixou seu trabalho de lado e veio averiguar o que estava acontecendo. Em seu interior, o jovem a sua frente transmitia uma sensação de poder que ela sentiu apenas de Jun Wu quando imperador de jade.

“Obrigado...” A voz do jovem saiu baixa e rouca, como se não comesse ou bebesse água a dias.

“Venha comig-.”

“Um mestre do fogo?! Algo assim nunca existiu!”

“Sim, para que um mestre de fogo? Já podemos usar chamas e não precisamos de alguém para algo tão simples.”

“Seu poder deve ser incrivelmente fraco, se comparar com o tremor que deu quando ele surgiu.”

“Além disso, qual a dessa aparência estranha? Deve ser um demônio que quer se aproveitar de nossa segurança estando fraca.”

“É incrivelmente jovem, não deve ter mais que 15 anos, como poderia ascender tão cedo? Talvez ele tenha roubado o destino de alguém.”

“De fato, afinal já foi provado possível." Os oficiais continuaram conversando, pouco ligando para o jovem que se mantinha quieto, ele pegou uma mecha de seu cabelo, observando a cor vermelha que antes não estava ali.

“Vocês...” Ling Wen estava a ponto de contradizer tudo aquilo, mas uma quente e calejada mão foi posta sobre a sua, ela encarou o jovem que apenas acenou com a cabeça. Soltando um suspiro cansada daquele lugar, ela se virou e indicou para o jovem a seguir.

Seus passos o guiaram para longe daquela praça turbulenta, que mais parecia um ninho de cobras velhas e idiotas.

“Meu jovem, peço perdão pelo que ouviu. Não quero arrumar desculpas para tal comportamento, mas houve um tremor extremamente forte a pouco que, mais uma vez, atrasou a reconstrução do céu.”

“Eu me desculpo por isso...” Ela ouviu o pedido sincero de desculpas do jovem. Já abrindo os lábios para dizer que não era culpa dele, ela parou.

Seus pés não se moveram e uma ideia, absurda, se passou por sua mente. Virando-se para o jovem, encarou os olhos gélidos, por não ter emoções ali refletidas.

“Me corrija se for um equívoco da minha parte, mas... O tremor de alguns minutos atrás... Era por sua causa?”

Encarando a bela e sábia mulher, um aceno de cabeça.

“Sim. Fui eu.”

Observou o garoto dos pés à cabeça, a roupa, embora toda suja, não estava em um estado ruim, o que indicava não ser velha ou usada a muito tempo.

“Você irá me explicar o que aconteceu. Mas, não aqui. Vamos ao meu palácio e quero ouvir sua história.”

A deusa percebeu uma dor de cabeça surgindo.