O mestre do fogo

Capítulo 19 - Descendo cada vez mais.

O imperador quase chorou lágrimas de sangue, até que o próprio mestre do fogo esclareceu a situação com sua resposta. 

“Precisa de mim para reconstruir seu palácio? Claro, se é pelo meu aluno, ajudo sim.” 

Exato, não passava de um mal-entendido aquela coisa toda, mas isso apenas lhe mostrou o quão concorrido é o coração do seu jovem amante. Sim, seu. Apenas seu, embora o ser em questão não parece saber disso ainda. Mas vai saber. 

Foi com esses pensamentos que ele deito sua cabeça no travesseiro, após retornar ao heaven, tendo acompanhado a reconstrução mágica do enorme palácio Negro e verde, feito de obsidiana e esmeraldas. Não foi um exagero? Bem, er apenas para agradar o aluno dele, como o mesmo disse... Tinha que ser isso. 

... Demorou um pouco até ele adormecer, tomara que tenha bons sonhos... 

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A luz entrava pela gloriosa janela, as cortinas balançando e sua Majestade se vestia em suas roupas confortáveis. Se sentia leve, feliz, uma sensação boa. 

Saiu de seus aposentos em direção a sala de refeições, estranhando o vazio nos corredores. A essa hora já teria aprendizes e servos correndo por ali trabalhando, cumprimentando sua Majestade quando passa-se por ele. 

“Espero que ao menos meu café da manhã esteja pronto.” Suspirou, mas mesmo a ideia de que nada fosse feito abalou sua alegria. 

Chegando em frente a porta da sala de refeições, o delicioso aroma de diversos pratos dançou por seu nariz, ao adentrar no local percebeu a mesa posta com tudo o mais que gostava, pratos refinados e bem preparados.

O barulho de panelas e um cantarolar doce, de uma voz que vem lhe atormentando os pensamentos, se fez presente atrás da porta contrária à de onde estava. Era a cozinha. 

Seus pés lhe guiaram até ali automaticamente, abrindo a porta silenciosamente e notando a pequena e adorável figura ruiva. Seus cabelos presos no topo de sua cabeça em um coque, suas roupas externas foram colocadas distantes de si, sobre o balcão, enquanto usava um avental de cor vermelha. 

As mangas de seu haori foram levantadas e presas por uma faixa preta, deixando seus braços e mãos livres para trabalhar. Sua nuca branca estava descoberta e corada de rosa, tentador aos olhos do imperador. 

A comida ao fogo foi finalizada, sendo posta no prato e arrumada com delicadeza, o rebolar inconscientemente dado enquanto cantarolava alguma música qualquer atiçou o fogo do imperador, que não podia mais ficar apenas olhando. 

Se aproximou do jovem e agarrou aqueles fartos bolos de sua bunda, um grito surpreso saindo daqueles doces e carnudos lábios. 

“S-sua excelência! O que pensa que esta fazendo?” Seus lábios tomaram a forma de um adorável biquinho, enquanto suas sobrancelhas desenhadas e delineadas se curvaram de leve para baixo. 

“O que quer dizer? Vens a minha cozinha e age de forma tão sedutora e lasciva. É impossível que não estivesse tentando me seduzir.” Seu sorriso aumenta ao notar as bochechas alheias ficando coradas. 

“Apenas queria fazer uma surpresa ao meu imperador... Ontem parecia deprimido e a comida sempre deixa as pessoas mais contentes...” Ele desviou o olhar, coçando a bochecha com seu indicador. 

“Realmente... Todo esse tempo, deveria apenas ficar ao meu lado. Te quero tanto...”

“Então, sua majestade me ama?” Aquelas joias azuis que não pareciam pertencer a este mundo, brilhavam intensamente. Sendo encarado firmemente por eles, algo em seu interior se revirou, como se seu mundo se virasse de cabeça para baixo.