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Obito engoliu em seco e deixou que sua mente saísse do foco do computador, se permitindo pensar mais sobre a própria vida amorosa.

Tudo bem. Por onde começar sua desgraça?

Seria no momento em que conheceu o filho dos amigos de seus pais ou quando o encontrou novamente nas próprias redes sociais e o filho da puta começou a puxar assunto após ter o seguido de volta somente pelo laço de seus progenitores?

Não tinha certeza disso, mas sabia que a culpa da situação que estava era somente sua e de mais ninguém.

Que porra pensou quando deixou-se conversar com aquele ser minúsculo? Quando passou seu número e se permitiu entrar em chamadas de vídeo com aquele ômega?

Todo mundo dizia que não era nada legal se envolver com Deidara, eram diferentes demais e o garoto era a própria personificação da maior inocência possível. Seu pai falava que iria acabar se apaixonando e que iria ser correspondido, mas que nunca iria tomar vergonha na cara ir até ele em busca de mais. 

De mais.

De mais conversas, de toques, de olhares, de conexões.

O Uzumaki lhe deixava desarmado e todos percebiam isso. Como pode deixar ele fazer aquilo consigo se nem essa intensão ele tinha?

Deidara era a inocência pura. O viu pessoalmente somente uma vez e já percebeu de primeira que ele era a criatura mais doce - e irritada também - que poderia existir. Por Deus, aqueles olhinhos azuis clarinhos transbordavam pureza!

Se sentia acoado com aquilo. Nunca tinha se deparado com algo parecido com aquele ser. Tinha medo de encostar e ele quebrar totalmente, de tirar aquela áurea angelical se o encarasse demais, de sugar a energia dele por ser impuro e não digno de tocá-lo e até de olhá-lo.

Em que momento de sua vida se tornou de alguém sem uma marca, sem um relacionamento, sem um laço romântico com ele?

Não conseguia aceitar que não tinha vontade alguma de ficar com outra pessoa, de olhar outro ômega, de tocar em outro ômega.

Ficava bem somente quando fazia uma chamada de vídeo com Deidara e ouvia sua voz contando o que fez no dia, falando quais conhecidos encontrou na rua e se comprou mais um dos objetos de colecionador. Ele era louco por bonecos de animes e colecionava todas as edições que lançavam.

Talvez tivesse uma pequena mão na facilidade que ele encontrava as peças e com o preço muito mais baixo do que o normal. Mas só talvez mesmo.

Porra! Era o maior pecador do mundo por querer fazer o garoto perder a voz em sua cama para depois dormir junto com ele, com o mais novo abraçado em si e com as suas roupas no corpo, com o brasão de seu clã nas costas.

Não conseguia olhar para outro ômega e sentir o mínimo de atração, era impossível se sentir atraído por outra pessoa quando se tinha a oportunidade de ficar com Deidara, de se casar com Deidara.

E o pior era que aquelas conversas de Whatsapp passaram para algo a mais. Iriam se encontrar naquela noite na cobertura de seu prédio. Não queriam nada de baladas, festas, outras pessoas por perto e nem nada disso. Queriam ficar sozinhos, conversando sem gritos e corpos se balançando em volta.

Obviamente Obito tinha planos além de conversas. Por que sairia com quem gostava e não iria fazer nada para tentar tê-lo? Era uma burrice desperdiçar a oportunidade que tinha de marcá-lo e transformá-lo em um Uchiha!

O moreno suspirou e voltou a atenção para a pilha de currículos enviados para a empresa. Os papéis amontoados faziam com que ficasse cansado mentalmente e fisicamente, ainda mais com aquela luz branca refletindo em seu rosto com os e-mails abertos.

Inocente - Obidei Onde histórias criam vida. Descubra agora