" Nós temos na língua portuguesa mais de 400 mil palavras, e eu não consegui usar nenhuma para impedir que você fosse embora..."Os dias sem a presença de Sasuke ficaram monótonos.
No final do dia quando sua cabeça deitava no travesseiro os arrependimentos ficavam rodando sua mente, a voz de Sasuke lhe confrontando daquela maneira tão diferente de como ele costumava agir e havia verdade em tudo o que ele dizia, ela não confiava nele. Ela não confiava em ninguém, nem na própria mente. Não era como se ele não houvesse insistido o suficiente, por que ele o fez, o fazia todos os dias.
Talvez o medo de perdê-lo fosse tanto que no final acabou perdendo por conta própria, não poderia negar que ver as fotos dele e agora sua ausência novamente nas redes sociais apenas lhe diziam o óbvio: Sasuke ficaria melhor sem ela. Saber se ele iria retornar ou não a torturava todos os dias e o medo de nunca mais vê-lo lhe fazia se afundar mais.
Nos primeiros dias em que esteve com Tenten sua mente até se distraia as vezes, não poderia continuar no apartamento de Sasuke não enquanto ele achou melhor que se afastassem, era um direito dele e no final ela já imaginava que tudo aquilo fosse acabar mal, e tudo era culpa dela... Como sempre. Dias depois ficar na casa da Mitsashi havia começado a ficar impossível, os pais dela retornaram de viagem e ela mesma havia escutado uma discussão entre Tenten e sua mãe que dizia que a Haruno era uma péssima influência para a filha. Sem muitas alternativas Sakura voltou para casa, escondida como um ratinho, não acendia as luzes nem mesmo a noite e saia pelos fundos, mesmo que não soubesse até que dia conseguiria viver daquela forma.
Felizmente Idate parecia ter esquecido dela por um tempo, mas ela estava sempre em alerta, afinal ele era um traficante ou algo do tipo. Viver daquele jeito era uma merda ainda mais quando se tem a noção de que tudo poderia estar melhor se ela não tivesse agido de modo tão imaturo, mas o que ela poderia esperar de si mesma? Nada... Sasuke havia sido muito durante esses dias e apesar de tudo ele a fazia se sentir melhor consigo mesma, todas as vezes que sentia que iria entrar em pânico por causa daquela maldita ansiedade ela se lembrava dele.
Durante aquela noite seu celular tocava algumas músicas, era o único modo de não ficar a sós com os próprios pensamentos, eles eram nocivos demais para qualquer pessoa e com certeza poderiam arruína-lá — principalmente quando as lembranças das coisas que sua mãe lhe dizia todas as vezes que voltava lhe assombrar — mas ouvir aquelas músicas ruins que Sasuke gostava faziam ela imaginá-lo ali, ele estava em todos os cantos menos ao seu lado, e isso doía.
Ele havia se declarado tantas vezes...
Sasuke foi tão real durante tantas vezes e em nenhuma delas ela havia conseguido retribuir. Sempre esteve em silêncio. Mas quando o ciúmes de vê-lo ou ao menos pensar que ele estava com outra pessoa a corroeu quis enfrentá-lo e dizer que tudo aquilo era uma mentira, por que era o que realmente desejava acreditar ser por que Sasuke era bom demais para mim, bom demais para toda essa vida que não passava de grandes problemas e complicações.
Aquela noite ela havia pegado no sono como todas as outras, ouvindo a música que eles cantaram no carro indo buscar o café que ela dizia odiar mas que ele a fez amar. Dormiu pensando em cada segundo no apartamento dele, no dia em que acordaram juntos e ele acordou de mau humor mas preparou o café para ela, no dia em que ele a defendeu de Idate naquele bar e a protegeu como ninguém nunca fez... E no dia em que ele preferiu dormir naquele sofá ao lado dela...
"Onde você ficar, eu vou ficar..."
Ela não podia deixá-lo ir. Sentiu uma lágrima descer por seus olhos enquanto estava encolhida no tapete do quarto, em silêncio, como se o silêncio dissesse tudo que todos precisavam ouvir mas não era real, as pessoas também precisavam ouvir o quão amada elas eram. E Sasuke era amado por ela.
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Choque Térmico
RomanceQuem poderia imaginar que uma brincadeira boba poderia resultar no fim da carreira daquela belíssima patinadora no gelo. E que todo aquele talento nato da infância onde adorava dançar sob aquele gelo sólido, fosse superado por um medo terrível de ca...