Lorena olha para Pedro, envergonhada.
-Pai, o que faz aqui?
-Ainda tem a coragem de perguntar. Eu vim te levar pra casa. Vamos! E você, gajo, vá embora!
-Pai, por favor. Não faz isso!
-Não discuta comigo, Lorena. Vamos agora!
Lorena olha para Pedro chorando. Durval pega a filha pelo pulso, dá um olhar de desprezo para o rapaz e sai com Lorena, que não para de chorar.
Ao entrarem em casa, Durval começa a sua bronca e Lorena senta no sofá emburrada.
-O que tu tenes na cabeça, menina? Como ousa me desobedecer dessa maneira?
-Pai, eu quero curtir minha adolescência. Essa foi a única forma que eu encontrei.
-Ah claro, pra curtir a juventude tem que desobedecer os pais. Parabéns, Lorena. Você tem sorte que eu não sou que nem meu pai que qualquer desobediência batia de cinto.
-Vem cá, como foi que o senhor descobriu? A Raquel abriu a boca não foi?
-Me inclua fora dessa que a minha boca é um túmulo. -Raquel aparece tomando sorvete.
-Não, Lorena, eu escutei você dizendo para aquele gajo lá na padaria. Tu nem percebeste que eu estava descendo. Pera lá, Raquel tu também sabia dessa palhaçada? -Durval pergunta, nervoso e Raquel e Lorena se olham assustadas.
-Pai, eu... -Raquel tenta se explicar.
-Que bonito, minhas duas filhas tentando me enganar. Senhor, o que eu fiz pra merecer isso?
-Isso é sua culpa, pai. Se você não tivesse essa regra ridicula de só poder namorar quando entrar na faculdade nada disso teria acontecido. -Lorena diz, nervosa.
-Não venha jogar a culpa pra cima de mim, Lorena. Eu tenho meus motivos para agir assim.
-Mas, papai, o vovô não era assim, porque a tia Luísa namorou o Marcelo na adolescência. -Lorena tenta convencer o pai.
-Pois é, e depois o que foi que aconteceu? Ele a abandonou! -Durval rebate o argumento da filha.
-Mas, eles voltaram, papai! -Lorena tenta de novo.
-Lorena, tenta entender que eu não quero que te machuquem. E o caso da sua tia é um caso a parte. A maioria dos namoros de adolescência não dão em nada!
-Mas, papai eu vou me cuidar. Não vou deixar que me machuquem.
-Desiste, Lorena. Ele não vai se render.
-E você me deixa tentar, sua pessimista!
-Chega, as duas! Lorena, você está de castigo um mês trabalhando na padaria pelo que fez. E tu, dona Raquel, vai arrumar a casa toda amanhã por ter encoberto sua irmã.
-Valeu, pirralha -Raquel diz para a irmã e recebe uma língua de troco.
-Bom, e sobre a regra que está sendo tão discutida, você tem razão, Lorena. Tá na hora de mudar isso. -Durval diz firme.
-Então eu posso namorar? -Lorena pergunta, empolgada.
-Pode. -Lorena se anima ainda mais. -Quando sua irmã namorar também. -O sorriso de Lorena se desmancha e Raquel solta uma leve risada.
-Quê? Você tá de brincadeira né pai?
-Não, isso é bem sério. Do contrário você só vai namorar quando sair de casa, aí você pode fazer o que bem entender. Mas, enquanto estiver sob o meu teto, só namora quando Raquel namorar. Não queria que a regra mudasse, tá aí!
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Dez coisas que eu odeio em você
RomanceMário acaba de se mudar pra São Paulo com sua família. Nisso, ele começa a estudar na escola Ruth Goulart, onde conhece Lorena, por quem se apaixona perdidamente. Entretanto, ele depara com vários obstáculos para ficar com sua amada, dentre eles o p...