Capítulo 34

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Guilherme fica boquiaberto ao ver Filipa com um cigarro na mão. Ele começa a reparar nos amigos e vê uns com cigarro, outros com narguile. Mas o que mais chama sua atenção é ver um saquinho contendo maconha na mão de Eric.

O rapaz não perde tempo e tira várias fotos do momento, evidenciando mais a irmã. Ao se afastar dali, percebe que o beco é um tanto longe da escola.

"Filipa, o que você tá fazendo?"

Na escola, Raquel fica impaciente. Ela olha de um lado para o outro e batendo o pé sem parar.

-Ai, onde esse garoto se meteu?

Nesse instante, ela recebe uma ligação do pai.

R: Oi, pai.

D: Onde tu estás?

R: Eu tô na escola, pai.

D: E por que não veio pra casa ainda?

R: O Guilherme sumiu, pai. Saco, isso.

D: Como? Como assim ele sumiu?

R: Eu sei lá pra onde ele foi. Pro senhor ver a burrice que foi contratar esse garoto pra ser meu guarda-costas. Ele simplesmente sai e me deixa aqui sozinha. Eu quero esse cara demitido pra ontem.

D: Calma, filha, também não é assim. Eu vou conversar com ele.

R: Se ele resolver aparecer... -ela avista Guilherme chegando. -Apareceu o bonito. -ela diz sem um pingo de entusiasmo

-Foi mal, Raquel. Eu tive que fazer uma coisa muito importante, mas você esperou no colégio né?

A garota apenas revira os olhos e volta sua atenção ao telefone.

-É, pai, ele apareceu. Eu não sei onde ele tava, pai. Só um minuto. -ela tira o telefone do ouvido. -Ele quer falar com você.

Guilherme pega o celular.

-Oi, seu Durval. Eu sei, seu Durval, me desculpe. Eu tive que ir no banheiro por causa de um problema. Que bom que o senhor entende. -Raquel olha extasiada pela história inventada. -Tudo bem, seu Durval, já estamos indo. -ele desliga o telefone. -Pronto, estressadinha, já tá tudo resolvido.

-Quê? Resolvido? Você simplesmente abandona seu serviço e some e acha que tá tudo resolvido?

-Raquel, eu precisei resolver um negócio muito importante.

-Ah é? O que?

-É, eu não posso falar, mas era muito sério.

-Como você é patético, Guilherme. E o meu pai ainda acredita naquela história ridícula que você inventou. Mas, sabe de uma coisa? Até que foi bom isso ter acontecido.

-Ue por quê?

-Porque você provou que é um irresponsável. Só mais uma rata e meu pai de bota no olho na rua pra minha felicidade.

-Olha só, eu pensei que você já tinha aceitado que eu ia trabalhar com você e tava se acostumando.

-Acostumando? Quem iria se acostumar viver sem liberdade com um marmanjo que nem você no seu pé o dia todo?

-É, mas você devia agradecer, porque não é qualquer marmanjo que aguentaria essa sua chatice o dia inteiro.

-Ah, se eu sou tão chata assim, por que não pede demissão logo? Seria uma bênção pra nós dois.

-Porque existe uma coisa chamada necessidade.

-Necessidade? Você é um filhinho de papai.

-Olha, eu nem vou continuar essa discussão.

Dez coisas que eu odeio em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora