Dez coisas que eu odeio em você

Capítulo 63

Roger olha incrédulo para Glória.

-Quer dizer que esse moleque já veio chorar pra senhora não é?

-Roger, essa não é a questão. Então é verdade que você colocou o meu neto nessa situação absurda.

-Ah, mãe, nem vem que ele mereceu. Só me traz problemas desde que voltou. Ele te contou que bateu o meu carro duas vezes? É por isso que ele está em dívida comigo. Mas, claro, eu sou o vilão e ele, a vítima.

-E, você não tinha forma melhor de cobrar essa dívida? Tem que ameaçar o menino dessa forma?

-Do meu filho cuido eu e manda esse seu filho parar de vim fazer fofoca pra me azucrinar.

-Pelo menos eu me preocupo com o bem-estar do Gui. Diferente de você que só pensa no seu próprio nariz, tanto é que a própria Filipa tá saindo afetada por isso. -Marcelo provoca.

-Tio, se acalma. -Gui tenta intervir vendo que o pai tá perdendo a paciência.

-Você não passa de um fracassado, Marcelo. A sua vida é tão desinteressante que você vem se meter com os meus filhos.

-Verdade, eu não tenho filhos e me preocupo com os meus sobrinhos. Mas, pelo menos eu não vou humilhar os meus filhos como você fez com o Gui ontem na padaria.

-Agora você foi longe demais.

Roger parte pra cima de Marcelo e os dois começam a trocar socos.

-Chega! Parem com isso! -Glória tenta intervir mas sem resultado. -Parem de brigar!

-Por favor, gente, parem! A vó não merece ver isso.

-Tem razão, Gui. Não vale à pena sujar as mãos com isso. -Marcelo se levanta vendo a mãe muito frustrada.

-Claro que você vai vim dá um de bonzinho, de super moral, não é Guilherme? Como se você fosse super educado. -Roger debocha.

-Já chega, Roger. -Glória olha para Roger com frieza. -Faz tempo que você só me traz desgosto. Quer dizer que você humilhou o Guilherme?

-Acontece, mãe, que esse seu neto, pra pagar a dívida, inventou de trabalhar na padaria daquele português maldito só pra me importunar. Ele não passa de uma vergonha, mãe. Eu só disse verdades pra ele.

-Chega, Roger! Eu não posso mais ouvir você falar tantos absurdos do seu próprio filho! Vá embora agora! Depois vamos ter uma conversa séria sobre isso, mas hoje eu não tô com cabeça.

-Que isso, mãe? A senhora está me expulsando ou eu ouvi mal?

-Ouviu muito bem. Você só causou confusão e eu estou muito triste com tudo que você está fazendo com o Guilherme. Portanto, fora daqui.

Ao ouvir isso, Roger solta uma risada debochada.

-Haha, tá certo. Fica aí do lado desse meu filho santo, que não faz nada errado. Quando a senhora quiser ouvir uma versão verídica, me procura.

Então, Roger sai e bate a porta. Marcelo, Glória e Guilherme, se sentam, abalados pelo recente acontecido.

-É impressionante como o Roger não se escuta falando. Ele acha mesmo que está certo em todas essas ações absurdas. -Marcelo fica inconformado.

-Chega, Marcelo. Eu já estou muito decepcionada com o Roger, não preciso ouvir mais.

-Foi mal, mãe.

-Desculpa, vó. A culpa é toda minha. Se eu não viesse aqui não aconteceria essa confusão.

-Quem causou a confusão foi o seu pai, Guilherme, só ele. Eu estou sabendo apenas partes da confusão, gostaria que você me contasse os detalhes para poder entender.