Capítulo 46

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Na escola

Guilherme consegue alcançar Filipa na saída.

-Filipa, espera aí.

-Ai, o que você quer? Veio me chantagear ainda mais?

-Não, eu só vim te ajudar.

-Eu já falei que não preciso de ajuda, Guilherme. Eu estou ótima.

-Haha, isso é uma coisa que você não está. Olha, eu acho que eu descobri o porquê de você estar fazendo isso.

-Faça me o favor. -ela se vira de costas pra ele.

-Você se sente sozinha, né? -Guilherme diz e Filipa se paralisa. -O papai só te dá coisas, mas não a atenção que você quer. A mamãe é uma boa mãe, mas a sua imaturidade e futilidade fazem ela fazer tudo errado. E eu, bem a gente nunca se dá bem.

-Nossa, Guilherme, você se acha o senhor sabichão. Mas, a verdade é que você não sabe de nada, tá legal?

-Você sabe que é verdade, Filipa. Só não quer admitir.

-Quer saber uma coisa que é verdade? É que você não passa de um zé ninguém, Guilherme. Você não passa de um encosto lá em casa e ninguém gosta de você. Quem dera eu fosse filha única.

-Tá legal, Filipa. Eu tava realmente preocupado com você, mas vejo que você é a mesma egoísta e mesquinha de sempre. Eu até ia te ajudar, mas pelo visto você não merece nada. Vou embora, ganho mais. -ele sai andando.

-Me faz um favor. -ela diz vendo ele se afastar.

Na casa de Mário

Mário e Luigi almoçam em silêncio. O mais velho tenta ao máximo desviar o olhar do irmão. Mário resolve tomar uma atitude.

-Aí, Luigi. Desculpa por ontem.

-Agora que o estrago já foi feito, né Mário? Agora eu e a Yasmin ficamos sem graças um diante do outro.

-Foi mal, eu errei tá legal? Por que você é tão orgulhoso e não aceita as minhas desculpas?

-Porque eu tô cansado, tá Mário? Eu cansei de você sempre ser o privilegiado da história e a mamãe e o papai sempre te defenderem em tudo. Então, não sei porque pede desculpas, sendo que você nunca vai levar a culpa de nada.

-Olha, isso não é verdade. Papai e mamãe brigaram comigo ontem e me deixaram de castigo. Tá bom pra você?

-Ah, Mário, quanta ingenuidade. Tá na cara que eles fizeram isso porque eu apelei. Mas, como você é o filho queridinho não percebe as coisas. Licença, vou comer no quarto.

Luigi pega seu prato e sobe para o quarto. Mário flexiona a cadeira para trás, chateado. De repente, ouve a campainha. Ele vai abrir.

-Ah, oi Gael. -Mário abre sem muita empolgação.

-Oi, vim saber se você quer jogar bola? O Benicio tá no curso, então eu tô sem nada pra fazer.

-Desculpa, Gael, tô sem cabeça para isso.

-O que você tem? Tá com uma cara.

-É que essa minha briga com o Luigi tá me fazendo mal.

-Ah qual é, Mário? Já te falei pra não ligar pra isso. O Luigi te persegue sem motivo algum e quando você revida, ele vem ficar com raiva?

-É, mas será que ele não tem mesmo um motivo? Tipo, hoje ele me chamou de filho privilegiado.

-Ah, isso deve ser puro recalque. Mas, enfim, quer jogar videogame então?

Dez coisas que eu odeio em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora