Capítulo 7

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Guilherme coça a nuca, nervoso, enquanto Raquel espera ansiosamente a resposta dele.

-E, então, Guilherme? Como sabe que eu tenho uma irmã?

-Ah é que, é que...no dia em que eu vim pedir emprego aqui, eu vi o seu pai conversando com ela.

Raquel faz uma expressão de convencida pela resposta e Guilherme respira aliviado.

-Bom, a minha irmã tá de castigo, deve ter sido por isso. Posso te perguntar uma coisa?

-Pode, claro.

-Por que você queria tanto trabalhar aqui? Pensei que sua família fosse rica.

Guilherme arregala os olhos. Mesmo não tendo nada a ver com ela a princípio, não podia deixar a garota desconfiar.

-Bem, eu queria um emprego próprio, ficar independente do meu pai, por isso.

-Ah, entendi. Mas, isso é bom. Isso prova que você não é mais daqueles playboys mimados que recebem ganham mesada e o papai rico compra tudo pra ele.

-Tem muita coisa que você não sabe sobre mim, gata. -Guilherme sorri de lado, olhando no fundo dos olhos da garota. Por um instante, ela ficou abduzida pelo olhar sedutor do jovem. Realmente, ele fazia aquilo muito bem. Mas, logo seu orgulho falou mais alto.

-Acho que tenho medo de descobrir. -ela solta uma leve risada.

Os dois seguem conversando, enquanto fazem o trabalho. Raquel percebe que Guilherme não é tão chato quanto parecia, mas não iria dar mole de jeito nenhum. E Guilherme percebe que, de certa forma, seu plano está progredindo.

Enquanto isso, Mário adentra a padaria. Lorena vê, e fica nervosa, e se aproxima do garoto, que sorri assim que a vê.

-O que você tá fazendo aqui? Se meu pai ver, ele te mata.

-Eu pensei que para nossas aulas, não teria problema.

-Acontece que eu tô de castigo, meu pai não vai deixar de jeito algum.

-Tudo bem, outro dia a gente começa. -Mário se vira, frustrado. Lorena olha para o lado, em direção a uma das mesas, e sorri.

-Mário, espera! -Mário se vira, curioso. -Eu sei como convencer meu pai.

-Sério? Como? -Mário pergunta, com o maior sorriso.

-Vem comigo. -Lorena pega na mão dele. Ao pegar na mão dela, o coração de Mário dispara.

Lorena guia Mário até seu pai, que fazia algumas anotações no balcão da padaria.

-Pai, podemos conversar?

-Agora não, filha, papai está ocupado. -Durval ainda se concentra em suas anotações. -E tu, mocinha, volte ao trabalho!

-Acontece que é um assunto muito sério.

-Lorena, o que pode ser mais importante do que o trabalho? -Durval levanta a cabeça e olha direto para Mário, que engole em seco. -O que esse gajo está a fazer de novo aqui?

-Oi senhor, tudo bem? -Mário diz quase mijando mas calças.

-Pai, eu quero pedir uma licença do castigo para poder estudar Matemática, ou devo lembrar que estou de progressão?

-Nem me lembre disso, por favor. Quase morri quando tu não passaste na recuperação. -Durval suspira, colocando a mão no peito. -E o que esse garoto tem a ver com isso?

-Eu que vou ensinar a Lorena, senhor. -Mário sorri e Durval faz um olhar desconfiado.

-Sei, e quanto tu vais a cobrar por isso?

Dez coisas que eu odeio em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora