Guilherme olha assustado para o pai, que está com uma expressão furiosa.
-Como você pode fazer isso, seu moleque? Eu achando que não tinha como piorar, mas você consegue se superar, Guilherme.
-Pai, como foi que o senhor descobriu?
-Isso não interessa! O que está em jogo nesse momento é que você é um imprestável que só sabe envergonhar sua família!
-Envergonhar quem? Por eu ter um emprego digno e honesto?
-Faça-me o favor, Guilherme. Então além de trocar a Carla por essa filha de padeiro ainda tá trabalhando nesse lugar imundo e sem classe? Caramba, agora você conseguiu me surpreender. -Roger bate palmas, irônico.
-Meça suas palavras para falar da minha filha e da minha padaria, escutaste? Senão...-Durval fala num tom ameaçador.
-Senão o quê, padeiro? Vai querer que eu te mande pra cadeia de novo? -ao escutarem isso, Guilherme e Raquel se olham confusos.
-Eu até poderia ir pra cadeia só pra ver essa sua cara arrogante quebrada outra vez. -Durval não esconde a sua fúria. -Eu tenho pena do Guilherme, um menino de ouro, ter um pai tão cafageste e imprestável coml tu.
-Você não se mete com o meu filho, seu padeiro. Aposto que você contratou o meu filho pra esse lixo de lugar justamente para me provocar, não é? Mas eu só digo uma coisa: ele não fica aqui mais nenhum dia!
Nesse meio tempo, vários funcionários da padaria e clientes se aproximaram para ver a confusão.
-Você, Guilherme, como você pode desonrar a sua família desse jeito? Olhando pra você com esse uniforme, todo sujo, quem iria dizer que você é da família Pessoa? Você está sujando o nome que você carrega.
-Pois eu prefiro mil vezes trabalhar com esse uniforme do que fazer parte dessa família de hipócritas!
-Não tente me desafiar, Guilherme. À partir de hoje você não volta mais a trabalhar nesse fim de mundo nem chegar perto dessa menina! Agora eu tenho mais vergonha ainda de te chamar de filho.
-Então me deserda logo de uma vez. Me livraria do peso de ver sua cara todo dia!
-Cala essa boca! Vamos embora agora!
-Eu não vou voltar com o senhor!
-Vai voltar sim! Eu sou seu pai e você tem que me obedecer!
-Eu estou às ordens do seu Durval, se ele não me liberar, eu não saio daqui.
-Pois peça demissão, pois aqui você não trabalha mais!
-Tu escutaste o garoto! Agora vá embora daqui e não volte nunca mais na minha padaria! -Durval cospe as palavras.
-Quando você chegar lá em casa, nós vamos ter uma boa conversa. -Roger aponta para Guilherme.
Nisso, Roger vai embora, furioso. Todos os funcionários e clientes que estavam ali cochichavam sobre o acontecido.
-Gui, você tá bem? -Raquel pergunta vendo o garoto afagar as mãos no rosto.
-Esse desgraçado é o seu pai, Guilherme? Caramba, que FDP. -Jeff fica inconformado.
-Nunca vi um pai dizer coisas tão pesadas. Sinto muito, Gui. -Vini bate no ombro do amigo.
Guilherme fica um tempo em silêncio, enquanto todos olham pra ele. Depois, ele olha para Durval.
-Seu Durval, será que eu posso tomar um banho? Eu preciso esfriar a cabeça.
-Tudo bain, gajo. Nessa hora vai te fazer bem.
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Dez coisas que eu odeio em você
RomanceMário acaba de se mudar pra São Paulo com sua família. Nisso, ele começa a estudar na escola Ruth Goulart, onde conhece Lorena, por quem se apaixona perdidamente. Entretanto, ele depara com vários obstáculos para ficar com sua amada, dentre eles o p...