Capítulo 35

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No dia seguinte

Guilherme chega cedo à casa de Durval. Ele entra e se depara com a família tomando café.

-Olá, gajo. Sente-se para tomar café conosco. -Durval indica a cadeira vazia.

-Valeu, seu Durval. -o jovem se senta.

-Oi, Guilherme, tudo bem? -Lorena sorri pra ele.

-Tudo sim.

Raquel fuzila ele, que fica sério ao ver isso.

-Não vai dar bom dia para ele, Raquel? -pergunta Durval.

-Que diferença vai fazer? Eu vou terminar de me arrumar. -Raquel vai para o quarto.

Guilherme suspira.

-Pelo visto ela continua brava comigo.

-Ai, essa menina. Eu achava que vocês estavam se entendendo, oh pah.

-Peraí, o que foi que aconteceu? -pergunta a caçula.

-É que ontem eu deixei ela sozinha por alguns minutos, e ela tá puta comigo até agora.

-Deve ser porque ela ficou com medo, gajo.

-Medo? Por que ela iria ficar com medo? -Lorena fica confusa.

Durval e Guilherme se olham, nervosos.

-Bain, talvez ela só não queria estar sozinha, minha filha, só isso.

-Eu duvido. Acho que a Raquel até aproveitaria a oportunidade pra fugir.

-Dá pra vocês pararem de falar de mim? -a garota grita do quarto, causando riso na mesa de café.

Na comunidade

Jonas toma café em sua casa. De repente, ele escuta a campainha.

-Eu atendo, mãe. -ele abre a porta e tem uma surpresa. -Carla?

-Seu idiota. -ela dá um tapa nele. -Por que você fez isso? À custo de que quis destruir a minha vida dessa maneira?

-Haha, você ainda pergunta? Você sabe muito bem o porquê.

-Quando é que você vai entender que o nosso lance era pra ser passageiro? Você mesmo aceitou que fosse assim.

-Pois é, Carla, mas o que rolou entre a gente não foi só sexo casual. Eu fiquei louco por você. E você pode mentir um milhão de vezes que não vai me convencer que você não sentiu o mesmo.

-Pode até ser, mas era pra durar só aqueles meses, não era pra ir mais à fundo, e você sabe porque.

-Por que o seu namorado playboy ia chegar e você tinha que aparecer com ele? Por que queria mostrar que você namorava um cara riquinho do que assumir o lance com um ze ninguém da favela? Francamente, Carla, você é muito estúpida. -ameaça fechar a porta na cara dela, mas ela impede.

-O que você quer, Jonas? O que você quer pra desmentir toda aquela história? Dinheiro? Um tempo de prazer? -ela passa a mão no rosto dele. -Você não consegue negar o que sente por mim, não é mesmo? 

-O que eu deveria fazer pra negar a história toda?

-Basta dizer que as fotos eram montagem, ou algo assim, que eu dou tudo o que você quiser.

-Hum, então eu desminto a história, e você me dá o que eu quero? -ele pergunta e Carla assente, sorrindo. -Então, você vai chegar na escola junto comigo e assumir pra todo mundo que agora estamos juntos.

-Quê? Não! Eu não posso fazer isso. Você não escutou o que eu disse? Ninguém pode saber que a gente teve um caso!

-Sabia que ia dizer não. Porque você só liga pra reputação. As pessoas saberem que você teve um caso com o ze ninguém da favela e traiu o playba te destrói, e você quer sua reputação de volta a qualquer custo, menos algum que prejudique a sua reputação. Quer saber, Carla? Você pode ser linda, gostosa e um monte de outras coisas. Mas, por dentro, é um podridão puro. Agora, eu sinto nojo de ter me deitado com você um dia.

Dez coisas que eu odeio em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora