Capítulo 48

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No dia seguinte

Filipa fica deitada na cama, muito triste. A garota não havia levantado nem para comer. De repente, Verônica adentra o quarto da filha.

-Ô, meu amor. -ela se aproxima da cama e faz um carinho nos cabelos de Filipa. -Me corta o coração te ver assim.

-Sai daqui, mãe. Me deixa sozinha. -ela enxuga as lágrimas.

-Eu só queria entender, minha filha. Por que você começou com isso tudo?

-Porque a minha vida é uma droga, mãe!

-Como assim, meu amor? Você tem uma vida de princesa, qualquer sonharia em ter a vida que você tem.

-Mãe, deixa que eu falo com ela. -Guilherme aparece na porta.

-Eu quero saber o que tá acontecendo, filho.

-Eu sei, mãe. Mas, é preciso usar as palavras certas.

Verônica concorda e acaba se retirando. Ao ver Guilherme se aproximar, Filipa vira de costas.

-Para, Filipa. Você não pode ficar me ignorando pra sempre.

-O que você quer? Depois de me dedurar pro papai vai pagar de irmãozinho que se importa?

-Olha, eu já falei que foi um erro ter contado pro papai daquela maneira, mas você tem que entender que o papai ia ficar sabendo de qualquer jeito.

-Tá legal, agora vai caçar o que fazer, porque o estrago já tá feito: o papai vai fazer da minha vida um inferno a partir de agora.

-Olha, o papai não aplicou o método certo pra você se libertar disso, mas eu tô aqui pra te ajudar. Eu acho que você deveria fazer um tratamento psicológico e...

-Tratamento? Eu não sou nenhuma louca não, tá? E daí que eu uso drogas? A maioria dos jovens hoje em dia usam.

-E por que será que eles usam? Pra esquecer dos problemas. Filipa, não adianta achar que o efeito das drogas te trás uma sensação de paz em meio a um marasmo porque isso é só uma ilusão. Você tem que enfrentar isso de frente, ao lado de quem te ama.

-Acontece que ninguém me ama, Guilherme. Todos me vêem como um monstro, e você também, não pode negar. Ninguém se importa comigo!

-Eu me importo com você, Filipa. Eu quero te ajudar.

-SAI DAQUI! Sai do meu quarto antes que eu dê um escândalo!

Guilherme abaixa a cabeça e sai do quarto, ao concluir que a irmã estava alterada demais para uma conversa. Mas, isso não o desanima.

"Eu não vou desistir."

Na casa de Durval

Acontece uma discussão que permeava por cerca de meia-hora. Lorena brigava com o pai para deixá-la ir para a festa na piscina, mas o pai batia o pé em proibir.

-Pai, que saco. Por quê não? É só uma festa na piscina, o que tem demais?

-O que tem demais? Nesse tipo de festinha meninas como você ficam só de biquíni, sensualizando por aí, e aqueles gajos sem vergonha caem em cima. Tu és muito nova para esse tipo de coisa.

-Sempre esse argumento patético. -Lorena revira os olhos. -Pai, não vai ter nada demais na festa. Vamos só nos divertir, ninguém vai se aproveitar de ninguém.

-Chega, Lorena! Essa discussão está encerrada. Tu não vai e ponto final.

Lorena então senta no sofá de braços cruzados, emburrada.

Dez coisas que eu odeio em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora